A Frase Do Ano É? “Tem Que Manter Isso, Viu?”
A grande frase de 2017, “Tem que manter isso, viu?”, cometida pelo presidente BRASIL Michel Temer ao ouvir de um amigo poderoso que este estava subornando um deputado preso para impedir que o dito deputado contasse os podres que sabia sobre eles, costuma ser classificada como “pouco republicana”. Nem todos entendem o significado dessa expressão.
A grande frase de 2017, “Tem que manter isso, viu?”, cometida pelo presidente BRASIL Michel Temer ao ouvir de um amigo poderoso que este estava subornando um deputado preso para impedir que o dito deputado contasse os podres que sabia sobre eles, costuma ser classificada como “pouco republicana”. Nem todos entendem o significado dessa expressão.
02/01/2018
Muito antes da decisão do PSDB de desembarcar da base aliada, o presidente Michel Temer se encontrou algumas vezes, ao longo de 2017, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de quem ouviu conselhos sobre como melhorar a imagem do governo. Dono de estilo formal e discreto, Temer teve conversas reservadas com o tucano, em São Paulo e em Brasília, que passaram longe dos holofotes.
Quando Fernando Henrique subiu o tom e começou a cobrar o desembarque do partido, o presidente pareceu não acreditar. "Ligue para o príncipe e avise que a pinguela não está quebrada", disse Temer ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, em alusão a Fernando Henrique, conhecido como "príncipe da sociologia".
Pinguela foi o termo usado pelo ex-presidente, em 2016, para se referir ao governo de transição, ancorado pelo plano intitulado Uma Ponte para o Futuro. A comparação irritou Temer, mas o pior estava por vir. Em junho de 2017, o próprio Fernando Henrique deu a senha do rompimento ao dizer que, se a pinguela continuasse quebrando, seria melhor "atravessar o rio a nado".
A relação entre os dois, desde que Temer assumiu o Palácio do Planalto, seguiu o script do vaivém do PSDB, ora amigável, ora nervosa. Em março deste ano, por exemplo, ao discursar para uma plateia de empresários, no Planalto, o presidente tentou adotar nova estratégia de comunicação. "Alguém me dizia que o Brasil é um País oral. É interessante, não basta você escrever. Você tem que falar, repetir ladainha, enfatizar, afirmar, reafirmar. Se você não falar várias vezes, as pessoas até leem, mas não dão tanta importância", disse Temer.
Poucos sabem que esse "alguém" era justamente Fernando Henrique. Foi ele quem aconselhou o peemedebista a "martelar" dia e noite sobre os assuntos de interesse do governo. Cerimonioso, Temer pediu a um auxiliar que telefonasse para o tucano e perguntasse se ele havia ficado aborrecido com o uso da frase.
"Que nada!", respondeu o ex-presidente. "Pode usar à vontade", emendou. Na prática, quando conversou com Temer sobre a importância da comunicação oral, FHC mencionou ali um estudo do sociólogo Florestan Fernandes sobre o modo de vida dos índios Tupinambá.
Embora sempre diga que presidente não fica irritado nem magoado, Temer nunca conseguiu esconder esses sentimentos em relação ao PSDB. Quando o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, lavou as mãos, recusando-se a pedir à bancada tucana que ajudasse a derrubar as denúncias contra Temer na Câmara, houve inconformismo no Planalto. "Pergunte a ele se por acaso acha que sou ladrão", disse o presidente a um amigo do PSDB, demonstrando estar indignado.
Ao receber apelos de um ministro para que cobrasse dos deputados de seu partido os votos necessários para evitar o prosseguimento das investigações, Alckmin afirmou ao interlocutor que não queria se envolver. "Além do mais, o governo vai apoiar o Henrique Meirelles (ministro da Fazenda)", previu. E foi embora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Sabem vagamente que tem a ver com “República”, que entendem como uma forma de governo oposta à monarquia. Pode ser, mas, no caso, aplica-se à “res publica”, a coisa pública, aquilo que diz respeito a todos nós.
Ao afirmar “Tem que manter isso, viu?”, a autoridade está endossando um cala-boca para encobrir o esclarecimento de crimes contra o interesse público — crimes que, em primeira e última análise, desviam dinheiro destinado a ocupar os 20% de brasileiros entre 14 e 29 anos que não estudam nem trabalham, abastecer de gaze e esparadrapo os hospitais públicos e devolver as ruas do Brasil aos seus cidadãos.
CASO DE MARIN – Daí a vergonha de muitos, outro dia, ao constatar que dependemos dos EUA para cuidar dos nossos criminosos. Ao levar apenas dois anos para investigar, julgar, condenar e prender o ex-presidente da CBF José Maria Marin, os americanos nos deram uma aula do que entendem por “res publica”. Por ser uma decisão em primeira instância, cabe recurso — mas Marin foi preventivamente engaiolado, para não restar dúvida de que não fugirá para o Brasil, onde passaria o resto de seus dias assobiando no azul.
Como, aliás, acontece com a maioria dos nossos ex-presidentes e atuais governadores, deputados e senadores soterrados por montanhas de processos e que, graças às leis brasileiras, apostam que seus crimes cairão de maduros antes que se chegue a uma decisão.
Ao afirmar “Tem que manter isso, viu?”, a autoridade está endossando um cala-boca para encobrir o esclarecimento de crimes contra o interesse público — crimes que, em primeira e última análise, desviam dinheiro destinado a ocupar os 20% de brasileiros entre 14 e 29 anos que não estudam nem trabalham, abastecer de gaze e esparadrapo os hospitais públicos e devolver as ruas do Brasil aos seus cidadãos.
CASO DE MARIN – Daí a vergonha de muitos, outro dia, ao constatar que dependemos dos EUA para cuidar dos nossos criminosos. Ao levar apenas dois anos para investigar, julgar, condenar e prender o ex-presidente da CBF José Maria Marin, os americanos nos deram uma aula do que entendem por “res publica”. Por ser uma decisão em primeira instância, cabe recurso — mas Marin foi preventivamente engaiolado, para não restar dúvida de que não fugirá para o Brasil, onde passaria o resto de seus dias assobiando no azul.
Como, aliás, acontece com a maioria dos nossos ex-presidentes e atuais governadores, deputados e senadores soterrados por montanhas de processos e que, graças às leis brasileiras, apostam que seus crimes cairão de maduros antes que se chegue a uma decisão.
De uma só vez, três dias
antes do Natal, o presidente Michel
Temer (MDB) baixou 16 leis que
presentearam cidades, homenagearam
personalidades e inflaram o calendário de
datas festivas.
antes do Natal, o presidente Michel
Temer (MDB) baixou 16 leis que
presentearam cidades, homenagearam
personalidades e inflaram o calendário de
datas festivas.
Parintins (AM), por exemplo, ganhou do
presidente o título de Capital Nacional do
Boi Bumbá; o ex-presidente Juscelino Kubitschek foi nomeado “o patrono da
urologia no Brasil”; o escritor Machado de Assis teve o nome inscrito no
Livro dos Heróis da Pátria; e o dia 10 de dezembro foi declarado o Dia do
Palhaço.
presidente o título de Capital Nacional do
Boi Bumbá; o ex-presidente Juscelino Kubitschek foi nomeado “o patrono da
urologia no Brasil”; o escritor Machado de Assis teve o nome inscrito no
Livro dos Heróis da Pátria; e o dia 10 de dezembro foi declarado o Dia do
Palhaço.
Atos do tipo, que são aprovados antes no Congresso e distribuem “mimos” a
bases políticas e setores aliados, são frequentes nas decisões presidenciais do
“Diário Oficial da União”. O que chama atenção é que as edições dos dias 22 a
27 de dezembro concentraram um número maior de agrados, muitos recémvotados
pelo Legislativo.
bases políticas e setores aliados, são frequentes nas decisões presidenciais do
“Diário Oficial da União”. O que chama atenção é que as edições dos dias 22 a
27 de dezembro concentraram um número maior de agrados, muitos recémvotados
pelo Legislativo.
No dia 22, Temer também concedeu o indulto natalino que foi considerado
por críticos um “presente” para presos por corrupção, como os condenados
da Operação Lava-Jato. Questionado no Supremo, o decreto foi parcialmente
suspenso pela ministra Cármen Lúcia, que viu nele “benemerência sem
causa”.
por críticos um “presente” para presos por corrupção, como os condenados
da Operação Lava-Jato. Questionado no Supremo, o decreto foi parcialmente
suspenso pela ministra Cármen Lúcia, que viu nele “benemerência sem
causa”.
Distantes da discussão sobre a generosidade penal, leis de Temer no período
foram benevolentes com a cultura nacional (como a que oficializou 25 de
novembro como o Dia Nacional do Samba de Roda e a que tornou o maestro
Carlos Gomes um herói da pátria) e acenaram à inclusão (como a criação da
Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla).
O Dia do Palhaço, agora confirmado pelo Planalto, foi sugerido em 2009 pelo
então deputado federal Paulo Rubem Santiago (PE). À época no PDT, ele hoje
está no Psol (e grita “fora, Temer” em redes sociais). Sua intenção era
reverenciar profissionais que “se encontram presentes na cultura brasileira” e
escolheram “o riso, o humor e a alegria como ferramentas de trabalho”.
Em outra canetada, o presidente deu ao município de Castro, no Paraná, o
título de Capital Nacional do Leite. A homenagem foi proposta em 2015 pelo
deputado Osmar Serraglio (MDB-PR), colega de partido de Temer e ministro
da Justiça dele entre março e maio deste ano.
foram benevolentes com a cultura nacional (como a que oficializou 25 de
novembro como o Dia Nacional do Samba de Roda e a que tornou o maestro
Carlos Gomes um herói da pátria) e acenaram à inclusão (como a criação da
Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla).
O Dia do Palhaço, agora confirmado pelo Planalto, foi sugerido em 2009 pelo
então deputado federal Paulo Rubem Santiago (PE). À época no PDT, ele hoje
está no Psol (e grita “fora, Temer” em redes sociais). Sua intenção era
reverenciar profissionais que “se encontram presentes na cultura brasileira” e
escolheram “o riso, o humor e a alegria como ferramentas de trabalho”.
Em outra canetada, o presidente deu ao município de Castro, no Paraná, o
título de Capital Nacional do Leite. A homenagem foi proposta em 2015 pelo
deputado Osmar Serraglio (MDB-PR), colega de partido de Temer e ministro
da Justiça dele entre março e maio deste ano.
Ronaldo Zulke (PT-RS) viu ser atendido projeto seu de 2013 – aprovado em
plenário neste mês – para dar à cidade gaúcha de Teutônia o título de Capital
Nacional do Canto Coral. Zulke já não está mais na Câmara. Seu mandato
acabou em 2014.
plenário neste mês – para dar à cidade gaúcha de Teutônia o título de Capital
Nacional do Canto Coral. Zulke já não está mais na Câmara. Seu mandato
acabou em 2014.
Temer sancionou ainda texto do deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) que
declara dom Helder Câmara, líder católico da resistência à ditadura militar, o
Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos. E um projeto de Chico Alencar
(Psol-RJ) para criar o Dia Nacional do Teatro do Oprimido -método cênico
criado pelo diretor Augusto Boal.
declara dom Helder Câmara, líder católico da resistência à ditadura militar, o
Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos. E um projeto de Chico Alencar
(Psol-RJ) para criar o Dia Nacional do Teatro do Oprimido -método cênico
criado pelo diretor Augusto Boal.
FONTE;https://www.noticiasbrasilonline.com.br/frase-do-ano-e-tem-que-manter-isso-viu/
https://www.noticiasbrasilonline.com.br/temer-reduz-o-valor-do-salario-minimo-e-das-aposentadorias-e-pensoes-do-inss/
https://www.noticiasbrasilonline.com.br/no-apagar-das-luzes-de-2017-temer-deixa-mais-esse-presente-aos-brasileiros/
http://hojeemdia.com.br/primeiro-plano/pol%C3%ADtica/rela%C3%A7%C3%A3o-entre-fhc-e-temer-viveu-vaiv%C3%A9m-em-2017-1.585829
http://hojeemdia.com.br/primeiro-plano/pol%C3%ADtica/rela%C3%A7%C3%A3o-entre-fhc-e-temer-viveu-vaiv%C3%A9m-em-2017-1.585829
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