O
balanço da Copa é, sem dúvida, totalmente negativo. O país gastou o que
não podia; o investimento privado não veio; as obras estruturais não
saíram das planilhas; os voos ficaram aquém do esperado; o comércio
vendeu menos do que no Dia das Mães; obras foram feitas a toque de
caixa, irresponsavelmente, chegando a cair um viaduto em Belo Horizonte.
Definitivamente,
a aposentadoria precoce do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo,
comprova que o Brasil é um país sem heróis. E o Hino Nacional
Brasileiro, apropriado pelo futebol, é o retrato desse país “de menor”,
que jamais alcança a maioridade moral e se coloca diante da vida como
uma torcida organizada. A própria noção de patriotismo nada tem a ver
com o país em si, mas com uma disputa futebolística que ocorre de quatro
em quatro anos, embalada pelo Hino Nacional, que, por sinal, reflete,
sem querer, os defeitos da nação. Seus versos iniciais transformam o
mero córrego do Ipiranga num grande Nilo tropical, que banha a própria
nação, e ainda enaltece o brado retumbante do povo heróico que vive às
suas margens.
07/07/2014