Movimento Passe Livre reúne manifestantes em São Paulo.
Na quinta (6), passeata teve 15 detidos após confronto com PM.
O dia de protestos contra o aumento da tarifa dos transportes começou às 18h no Largo da Batata, passou pela Marginal Pinheiros, pelas avenidas Faria Lima, Rebouças, entre outras, e chegou à Paulista por volta das 21h50. Na esquina com a Rua da Consolação, o grupo se reuniu com representantes da Polícia Militar.
A PM tentava impedir que a via fosse ocupada pela manifestação. Entretanto, a passagem da passeata foi liberada no sentido Paraíso. Às 22h20, a marcha chegou ao vão livre do Masp. Às 23h, o grupo, estimado em cerca de 200 pessoas pela PM, parecia ter encerrado o protesto, mas voltou a ocupar a Paulista logo depois.
Por volta das 0h30, eles tomaram a faixa da direita da Av. Paulista, sentido Paraíso. À 1h, estavam na altura da Av. Brigadeiro Luís Antônio, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Os manifestantes que chegaram até a Avenida Paulista eram apenas parte das cerca de mil pessoas que mais cedo travaram vias da Zona Oeste. Na Pinheiros aconteceu o primeiro confronto com a PM desta noite. A polícia disparou bombas de gás lacrimogênio e atirou com balas de borracha contra os manifestantes por volta das 19h20.
Com a ação, a PM conseguiu liberar a pista expressa da via. O grupo seguiu em caminhada apenas na pista local e entrou na Avenida Frederico Herman Júnior, seguindo novamente em direção ao bairro de Pinheiros. No local, policiais novamente atiraram bombas de efeito moral e gás lacrimogênio contra os manifestantes, que desviaram e fizeram nova rota até o Largo da Batata.
Sem detidos
O coronel da PM Yeros Aradzenka, responsável pela operação, explicou que as bombas de efeito moral foram usadas em dois momentos para evitar prejuízo ao fluxo de carros na Marginal Pinheiros. Na primeira vez, para liberar a pista expressa e, depois, para evitar que os manifestantes voltassem para a via quando eles caminhavam pela Avenida Frederico Herman Júnior. Ele estima que cerca de mil manifestantes tenham participado do protesto. Nenhum havia sido preso até as 20h.
O coronel Reynaldo Simões Rossi, responsável pela operação na região da Paulista, por sua vez, disse que permitiu, após uma longa negociação, que o grupo entrasse na avenida para garantir o direito de manifestação, com a ressalva de que não se repetisse os atos de vandalismo ocorridos no dia anterior. Cerca de 350 policiais militares participaram da operação na região da Paulista, segundo o coronel.
Vandalismo
Na quinta-feira (6), as manifestações deixaram um rastro de destruição e sujeira na Avenida Paulista, além de ter bloqueado vias no Centro. Quinze pessoas foram presas e levadas para 78º Distrito Policial, nos Jardins. Entre elas, duas permaneciam até o fim desta noite.
A SPTrans informou que 12 ônibus foram depredados e outros 53 pichados durante o protesto na quinta-feira.
Protesto e histórico
O ato foi organizado por estudantes que criticam o aumento das passagens de trem, ônibus e metrô na cidade de São Paulo para R$ 3,20. O MPL defende ainda qualidade e pede tarifa zero. Segundo o grupo, “todo aumento de tarifa é injusto e aumenta a exclusão social.”
As primeiras manifestações do Movimento Passe Livre em São Paulo contra reajustes ocorreram em dezembro de 2006. À época, a passagem dos ônibus tinha aumentado de R$ 2 para R$ 2,30, e a do Metrô de R$ 2,10 e R$ 2,30. Os principais confrontos com a polícia ocorreram no Largo do Paissandu e a Avenida Rio Branco.