Navios da Marinha também voltarão a circular com mais frequência na área
Mancha verificada na bacia de Campos em novembro passado
A
Marinha do Brasil vai fazer um sobrevoo na tarde desta sexta-feira (16)
na bacia de Campos, no litoral norte do Estado do Rio. A aeronave vai
decolar da base de Vitória, no Espírito Santo, com dois técnicos para
avaliar a extensão da nova mancha de óleo na região. Na quinta-feira
(15), a Chevron anunciou que houve um
novo vazamento a 3 km do local do acidente em novembro de 2011.
De acordo com o órgão, os sobrevoos nunca foram suspensos, mas
ficaram menos frequentes depois que a mancha de óleo desapareceu.
Atualmente eles estavam acontecendo a cada 10 ou 15 dias. No último, no
dia 5 de março, os técnicos não avistaram manchas.
A Marinha também vai enviar navios ao local do novo vazamento. As
embarcações também circulavam com intervalos mais longos na bacia de
Campos.
Na tarde de quinta-feira, a ANP
(Agência Nacional de Petróleo) informou que está avaliando o pedido de
suspensão temporária das atividades da petroleira americana Chevron no
campo de Frade, na bacia de Campos. A empresa norte-americana é
responsável pelo vazamento de óleo de novembro de 2011, quando cerca de
2.400 barris de óleo atingiram o mar. Desta vez a empresa estima que
cerca de cinco litros de óleo estejam dispersos no mar.
De acordo com Rafael Jaen Williamson, diretor de assuntos
corporativos da Chevron, o novo vazamento não é em um dos poços da
empresa, mas em uma fissura encontrada no mar.
- A nossa subsidiária pediu para suspender a exploração por medida de
precaução. O tempo de suspensão vai depender dos estudos que serão
feitos. Prefiro pensar em questão de meses, e não de anos. Não há
evidência de que a situação de agora tem ligação com o vazamento
anterior.
A empresa americana é responsável pela maior fatia da produção de
petróleo no campo do Frade (51%). A Petrobras responde por 30% e a Frade
Japão Petróleo, por 18,26%. A produção total é de 61,5 mil barris por
dia.
A petroleira informou que está investigando a origem do vazamento. Reportagem do R7 revelou que, no final do mês passado, o óleo continuava a vazar em Campos, quase quatro meses após o acidente no poço.
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente disse ter sido informada sobre
o problema, mas não deu uma posição oficial sobre o novo vazamento. A
reportagem do R7 procurou a ANP (Agência Nacional do
Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) que, por meio de nota, informou
ter autuado a petroleira na quarta-feira (14) por "não atender
notificação da agência para apresentar as salvaguardas solicitadas para
evitar novas exsudações na área".
Na quarta-feira, técnicos da ANP estiveram no centro de comando de
crise da Chevron e determinaram a instalação de um coletor no novo ponto
de vazamento identificado pela empresa.
A ANP informou na terça-feira passada (13) ter concluído as
investigações sobre o vazamento de 2011 no campo de Frade e reiterou que
a companhia continua proibida de perfurar
no local. Segundo a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, a agência
diverge da Chevron sobre as causas do vazamento. Ela não deu detalhes
sobre as conclusões das investigações, mas disse que a ANP ainda não foi
convencida de que não há mais riscos de operação por parte da Chevron
em Frade e, por isso, a companhia continua impedida de perfurar no
local.
A nova diretora-geral disse que a Chevron terá amplo espaço para se
defender no caso - o principal executivo da companhia disse nesta
semana, nos EUA, que espera ter um tratamento "justo" no Brasil. A
diretora acrescentou ainda que acredita que a Chevron conseguirá mitigar
os problemas que a impedem de perfurar no Brasil.
O vazamento de ao menos 2.400 barris de petróleo no campo de Frade,
em novembro, resultou na abertura de processos judiciais contra a
Chevron, em autuações e pedido de indenização no valor de R$ 20 bilhões.
fonte;r7