Tamanho dos países foi distorcido para representar dados de carbono.
Quanto maior a responsabilidade nas emissões, maior fica o país.
FONTE;G1
A emissão de carbono, que acentua o aquecimento global, ocorre de forma
desigual no mundo -- por isso, as consequências das mudanças climáticas
não são as mesmas em todos os países. Para mostrar estas diferenças, um
jornalista e um programador criaram um mapa interativo, o "Mapa do
Carbono", lançado nesta quinta-feira (29).
Nele, o tradicional mapa mundi aparece de uma forma totalmente
diferente. Os tamanhos dos países foram distorcidos para mostrar o peso
relativo de cada um nas emissões globais de carbono e nas consequências
do aquecimento global, de acordo com dados do Banco Mundial.
O objetivo é dimensionar a responsabilidade e a vulnerabilidade de cada um.
Assim, no quesito emissão de carbono atual, China, Índia, Japão,
Estados Unidos e Europa ganham formas gigantes, porque são os maiores
emissores. América do Sul e África têm formas menores. Já quando se
analisa o acumulado de emissões desde 1850 (sendo que "a maior parte
delas ainda continua no ar", segundo projeto), o peso da Ásia diminui e a
responsabilidade recai sobre América do Norte e Europa.
Mapa
distorcido mostra o tamanho proporcional dos países de acordo com a
emissão de carbono desde 1850. (Foto: Reprodução / The Carbon Map)
Vulnerabilidade
Por outro lado, quando se avalia a vulnerabilidade às mudanças
climáticas, a Ásia domina o mapa. A África também é apresentada com um
tamanho relativo maior. Os outros continentes ficam bastante reduzidos.
Os dados mostram o número de pessoas que podem ficar feridas, ser
desalojadas ou precisar de ajuda de emergência devido a cheias, secas ou
temperaturas extremas.
Em todas as variáveis, o Brasil é apresentado com um tamanho menor do
que o real. Isto indica que nem sua responsabilidade nas emissões
globais nem na vulnerabilidade são altas, em comparação com o resto do
mundo.
No mapa, o usuário também pode escolher uma variável para colorir os
países. Ao optar por emissão de CO2 por pessoa, por exemplo, as nações
ficam mais escuras à medida que aumentam os valores.
De acordo com Duncan Clark, jornalista do jornal britânico Guardian e
um dos idealizadores do projeto, existem três vantagens de apresentar os
dados desta forma.
"Primeiro, a distorção do mapa mundi é uma boa maneira de compreender
muitos números com apenas um olhar. Segundo, animar as distorções torna a
interação com os dados divertida. Terceiro, é possível escolher a
variável para colorir o mapa distorcido, o que ajuda a perceber
relações", afirma Clark.