Prejuízos serão de cerca de US$ 1,4 bilhão,
segundo organizadores; ação é contra “ameaça” representada por
imigrantes e deve durar até que governos de EUA e México atendam
reivindicações
Cidadãos norte-americanos e estrangeiros com permissão para morar nos
Estados Unidos estão sendo convocados para defender o território
nacional e lutar contra a “ameaça” representada por imigrantes que
diariamente cruzam a fronteira com o México. No próximo sábado, 20 de
setembro, a milícia civil Patriots pretende fechar todos os postos
fronteiriços norte-americanos.
A ação reivindica uma presença maior da patrulha fronteiriça e da Guarda Nacional na região e o reforço das
leis migratórias. Os
patriotas armados também não descartam a possibilidade de utilizar uma vala eletrificada na fronteira para conter os imigrantes.
Leia mais: Militarização e novas leis não resolvem crise migratória nas Américas Central e do Norte, diz economista
O grupo antiimigrante espera provocar perdas de aproximadamente US$ 1,4
bilhão, segundo estimativa realizada por eles. A manifestação deve
começar às 8h, mas não há prazo para que as ações sejam encerradas. Eles
pretendem permanecer no local até que os governos mexicano e
norte-americano deem uma “solução legítima” para a questão dos
imigrantes.
Pat Oliphant
Charge de Pat Oliphant: " É, pensando nisso agora, eu, também, não notei que faríamos isso na descrição do emprego"
Mais de mil milicianos, integrantes de diversos grupos que atuam na
região, deverão participar do ato. De acordo com a Guarda Nacional do
Texas, 22 grupos de patriotas armados patrulham a fronteira do Texas até
a Califórnia. Os grupos sugiram nos últimos meses em meio à crise
gerada devido às cerca
de 63 mil crianças desacompanhadas que cruzaram a fronteira desde o início do ano.
Em entrevista a
Opera Mundi, o jornalista e economista
mexicano Miguel Ángel Ferrer Hernández, que estuda o tema da imigração
há anos, lembrou que crianças imigrantes sempre existiram, mas o aumento
do fluxo registrado no último ano se deve à
divulgação de informações falsas, por parte de quadrilhas que atuam na região, sobre uma possível facilidade de conseguir permanência nos EUA.
Para ele, reivindicações que pedem militarização, repressão e criação
de leis para conter a imigração não surtem efeitos. A ação efetiva “que
os governos podem tomar para controlar esse fluxo é criar melhores
condições econômicas e sociais nos locais de origem dos imigrantes”.
"Mas não existe em países como Guatemala e Honduras nenhuma política de
desenvolvimento econômico que possa reverter a situação atual”, avalia
Hernández..fonte; opera mundi