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MUNDO REAL Mais pobres são os mais ameaçados pelo aquecimento global EM 2015,2016



Mudança climática também estaria por trás do fluxo de refugiados da Síria


  • Mudança climática também estaria por trás do fluxo de refugiados da Síria
A OMS diz acreditar que entre 2030 e 2050 a mudança climática causará 250 mil mortes por ano"Ela causa dezenas de milhares de mortes por ano, por razões que vão desde a mudança de padrões das doenças até os fenômenos meteorológicos extremos, como as ondas de calor e as inundações, assim como a degradação da qualidade do ar, do saneamento e dos estoques de água e alimentos." Foi o que expressou a OMS (Organização Mundial de Saúde) poucos dias antes da inauguração em Paris da transcendental Conferência do Clima da ONU (COP-21), e acrescentou a seguinte previsão: "Durante o período 2030-2050, a mudança climática causará 250 mil mortes adicionais por ano, por doenças associadas a seus efeitos ambientais".
Para arrematar a previsão, a OMS indicou que as crianças e as mulheres dos países mais pobres serão as mais afetadas. Já o são no presente, como constata José Graziano da Silva, diretor-geral de outra agência da ONU, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO): "O aquecimento global impacta a segurança alimentar e a agricultura de todos os países, especialmente nas zonas áridas e nos pequenos países insulares em desenvolvimento, onde vivem muitos dos pobres e famintos do mundo".
Jethro Greene, coordenador-chefe da Rede de Agricultores do Caribe, explicou recentemente à agência Inter Press Service que a mudança climática apresenta todo tipo de desafios em sua região: "Há secas que não esperamos, chuvas que não esperamos, inundações que não esperamos. Não se pode distinguir entre a estação das chuvas e a seca".
Hilal Elver, relatora especial da ONU sobre o Direito à Alimentação, salienta que "poderia acrescentar 600 milhões de pessoas às filas dos desnutridos para 2080". Até o Banco Mundial, situado na mira de muitas ONGs de ajuda ao desenvolvimento por seus investimentos contrários à equidade social e ambiental, acaba de publicar um relatório (Grandes cataclismos: como abordar os efeitos da mudança climática na pobreza), no qual prevê que se não forem adotadas medidas radicais e rápidas na luta contra esse fenômeno serão contabilizados mais de 100 milhões de pessoas adicionais na pobreza já em 2030.
Nada como o livro "Mudança Climática e Sistemas Alimentares", publicado em junho deste ano pela FAO, para corroborar tudo o que foi exposto e destacar os riscos de que se agrave a prevalência da fome oculta (falta crônica de vitaminas e minerais) e a obesidade. "Uma maior concentração de dióxido de carbono diminui a quantidade de zinco, ferro e proteínas e aumenta o conteúdo de amido e açúcar em alguns dos principais cultivos alimentares do mundo, como trigo e arroz", afirma. O livro não esquece de citar que algumas regiões serão beneficiadas na produção e exportação de alimentos pelas mudanças nos padrões climáticos, mas lembra que continuarão sendo as zonas tropicais e meridionais e as comunidades mais pobres que suportarão as piores consequências.

Ondas de refugiados

Como se isso fosse pouco, a mudança climática ameaça intensificar os fluxos migratórios de pessoas que fogem de condições extremas para sua sobrevivência. Em 2012, Francesco Femia e Caitlin Werrell, pesquisadores do Centro para o Clima e Segurança, de Washington, publicaram um estudo em que indicavam que a avalanche de refugiados que começava a chegar da Síria tinha algo mais que componentes políticos de oposição ao regime de Bashar al Assad e de fuga do terrorismo do Estado Islâmico.
O trabalho de Femia e Werrell explicava que "nos últimos anos ocorreu uma série de mudanças sociais, econômicas, ambientais e climáticas significativas na Síria (...) e se a comunidade internacional e os futuros responsáveis políticos na Síria quiserem abordar e resolver as causas dos distúrbios têm de assumir compromissos nesse campo". Lembravam que, entre 2006 e 2011, 60% das terras da Síria sofreram a pior seca conhecida em milênios e que por isso, em 2009, mais de 800 mil sírios haviam perdido seu sustento vital, fixado na agricultura.
Os diversos relatórios do Painel Intergovernamental de Especialistas em Mudança Climática (IPCC na sigla em inglês) da ONU confirmam que desde 1950 as ondas de calor aumentaram e há mais regiões afetadas por secas porque as chuvas diminuíram relativamente enquanto a evaporação aumentou devido às condições mais quentes. A Eurásia meridional, onde se situam países como a Síria, além da África setentrional, do Canadá e do Alasca, aparecem como as regiões mais castigadas.
O drama da migração síria trouxe de volta à realidade uma controvérsia que não se resolve: pode-se aceitar a figura de refugiado climático (ou ambiental, na acepção mais ampla) e, portanto, quantificar seu número e lhes conceder direitos de asilo? A Convenção sobre o
 Estatuto dos Refugiados da ONU não os reconhece como.
FONTE;http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2015/12/02/mais-pobres-sao-os-mais-ameacados-pelo-aquecimento-global.htm

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