Já tem muito tempo que a pasta de dente é parte importante da higiene humana, mas você já parou para pensar no que é aquela coisa que você está espalhando nos seus dentes todos os dias? Os ingredientes da pasta de dente moderna parecem a lista de compras de um cientista maluco, mas servem para criar algo bem melhor do que aquilo que nossos antepassados usavam para manter os dentes limpos.
24/09/2014
Tecnicamente conhecida como dentifrício, a pasta de dente de hoje pode ser encontrada em várias formas. Mas seja qual for a marca que você usa, todos os cremes dentais fazem praticamente a mesma coisa: retira o filme de partículas de alimentos e bactérias da superfície dos seus dentes. Bom, para ser justo, quem faz a maior parte do trabalho de retirar os detritos dos seus dentes é a ação mecânica da sua escova de dentes, mas a pasta dental trabalha para melhorar a eficácia desse movimento. E ao longo das vezes em que você escova os dentes todo ano (o número costuma variar entre 700 e 1.000 vezes — você está escovando os dentes ao menos duas vezes por dia, certo? Certo?) os benefícios que a pasta dental oferece realmente ajudam. Mas primeiro, vamos dar uma olhada no passado.
Uma breve história da higiene oral
Existe um motivo para que os seres humanos tenham tantos dentes: ao longo de uma vida inteira de uso — especialmente a vida difícil dos nossos antepassados cuja expectativa de vida mal chegava aos trinta anos — os dentes vão se desgastar e cair. Na virada do século XX uma das características mais procuradas em parceiros continuava a ser “ter todos os dentes” e isso se mantém até hoje. Um estudo de 2013 feito pela Universidade de Leeds concluiu que pessoas com dentes brancos, mesmo que meio espaçados, costumam ser vistas como mais atraentes do que as pessoas que têm dentes tortos ou são meio banguelas.
Com a saúde bucal atuando como um dos indicadores de aptidão reprodutiva (pois é), os seres humanos se interessam bastante em manter seus dentes tão brancos quanto for possível. As primeiras misturas usadas para limpar os dentes tinham exatamente a mesma função que as atuais — limpar os dentes e as gengivas, refrescar o hálito e prevenir as cáries e a queda dos dentes —, mas eram feita com ingredientes bem rudimentares. A pasta de dente mais antiga que conhecemos era feita das cinzas do casco de boi misturadas com cascas de ovos carbonizadas e pedra-pomes. Esses ingredientes se combinavam para formar um abrasivo capaz de limpar os dentes sem a necessidade de uma escova. Os gregos e romanos deram um passo adiante adicionando ossos e conchas à mistura, enquanto os chineses optaram por uma combinação de ginseng, ervas e sal.
No entanto, demorou até o século XIX para que algo mais próximo da pasta dental de hoje fosse inventado. Tratava-se de uma espécie de pó para os dentes e acredita-se que ele foi inventada pelos britânicos, vindo dos cataplasmas caseiros feitos com coisas como giz, carvão, pó de tijolo, sal e até mesmo pão queimado com canela. Muitas dessas misturas se mostraram excessivamente abrasivas e acabavam levando o esmalte dos dentes junto com a sujeira. Mesmo assim, elas permaneceram como o método mais popular de limpeza dentária até a Primeira Guerra Mundial.
Na virada do século XX a tecnologia da pasta de dente felizmente evoluiu de esfregar minerais esmagados nos dentes para o uso de uma mistura pastosa de peróxido de hidrogênio e bicarbonato de sódio. Na mesma época, um médico de Connecticut, o Dr. Washington Sheffield, inventou o tubo dobrável de pasta de dente e como ela era mais fácil de aplicar do que os pós para limpeza dentária, ela acabou ganhando o mercado e se popularizando.
Da mesma forma, o flúor começou a ser adicionado às pastas de dente em 1890. A primeira marca a fazer isso foi a alemã Tanagra, feita pela Companhia Karl F. Toellner com fluoreto de cálcio. Incrivelmente, a ideia só foi levada para os EUA 60 anos depois, após um estudo financiado pela Procter & Gamble que durou 10 anos e fez com que o uso do flúor em pastas de dentes domésticas fosse aprovado pela ADA (American Dental Association).
Do que é feita a pasta de dente moderna
As pastas de dente de hoje são maravilhas da química moderna e têm dezenas de ingredientes. No entanto, todas elas compartilham um conjunto de ingredientes em comum — abrasivos, fluoretos e surfactantes — além de uma série de componentes inativos. A água constitui entre 20 e 40% do produto em termos de peso.
Os abrasivos são mais ou menos metade do que há dentro de um tubo de pasta de dente. Eles servem para retirar a placa dos dentes, o que minimiza a formação de cáries e de outras ameaças que podem fazer com que os dentes caiam. O hidróxido de alumínio, o carbonato de cálcio, o fosfato de cálcio, as sílicas e até o bicarbonato de sódio podem ser usados como abrasivos. Mas, como nos pós vitorianos para dentes, abrasivo demais pode causar mais dano do que ajudar na limpeza. Numa concentração baixa, os abrasivos podem ajudar a controlar manchas causadas pelo café e pelo cigarro, enquanto abrasivos mais fortes, como os que os dentistas usam em limpezas profundas, podem facilmente acabar com o esmalte dos seus dentes se forem mal utilizados.
Fluoretos formam outra parte da trindade dos ingredientes do creme dental, agindo para fortalecer o esmalte dos dentes e impedir as cáries e a gengivite. O fluoreto de sódio é o mais comumente usado tanto nos produtos de higiene bucal quanto no abastecimento de água e constitui apenas cerca de 0,3% do peso total da pasta de dente. A quantidade é pequena assim para que você não fique doente caso você engula um pouquinho de pasta, mas em grandes doses pode ser um perigo para a saúde — e é por isso que engolir pasta de dente é algo que os dentistas e médicos desaprovam totalmente.
Terceiro componente principal, os surfactantes são um classe de detergentes que servem para formar a espuma. Essa espuma garante que os componentes abrasivos e fluoretados serão distribuídos de forma uniforme sobre a superfície dos dentes.
O resto da pasta de dente é composto por um número de estabilizantes químicos e umectantes, como o glicol e o propilenoglicol (ou glicerol), que impedem que a pasta seque dentro do tubo. Agentes antibacterianos como o Triclosan ou o cloreto de zinco também são componentes comuns, que servem para matar os germes que causam gengivite, assim como os aromatizastes que dão ao creme dental sabor e aquelas cores extravagantes.; algumas vezes também são usados remineralizadores como o fosfato de cálcio, que ajuda na reconstrução do esmalte dos dentes.
Como esse potente coquetel químico antibacteriano banhando os seus dentes diariamente, as pastas de dente evoluíram, desde a virada para o século XX, de produtos cosméticos simples para guardiões multi-funcionais da saúde bucal que podem te ajudar a manter os seus dentes brancos e saudáveis.
[ADA - Wiki - MNN - Medic8 - THM / Imagem de destaque via]
FONTE; gizmodo
Tecnicamente conhecida como dentifrício, a pasta de dente de hoje pode ser encontrada em várias formas. Mas seja qual for a marca que você usa, todos os cremes dentais fazem praticamente a mesma coisa: retira o filme de partículas de alimentos e bactérias da superfície dos seus dentes. Bom, para ser justo, quem faz a maior parte do trabalho de retirar os detritos dos seus dentes é a ação mecânica da sua escova de dentes, mas a pasta dental trabalha para melhorar a eficácia desse movimento. E ao longo das vezes em que você escova os dentes todo ano (o número costuma variar entre 700 e 1.000 vezes — você está escovando os dentes ao menos duas vezes por dia, certo? Certo?) os benefícios que a pasta dental oferece realmente ajudam. Mas primeiro, vamos dar uma olhada no passado.
Uma breve história da higiene oral
Existe um motivo para que os seres humanos tenham tantos dentes: ao longo de uma vida inteira de uso — especialmente a vida difícil dos nossos antepassados cuja expectativa de vida mal chegava aos trinta anos — os dentes vão se desgastar e cair. Na virada do século XX uma das características mais procuradas em parceiros continuava a ser “ter todos os dentes” e isso se mantém até hoje. Um estudo de 2013 feito pela Universidade de Leeds concluiu que pessoas com dentes brancos, mesmo que meio espaçados, costumam ser vistas como mais atraentes do que as pessoas que têm dentes tortos ou são meio banguelas.
Com a saúde bucal atuando como um dos indicadores de aptidão reprodutiva (pois é), os seres humanos se interessam bastante em manter seus dentes tão brancos quanto for possível. As primeiras misturas usadas para limpar os dentes tinham exatamente a mesma função que as atuais — limpar os dentes e as gengivas, refrescar o hálito e prevenir as cáries e a queda dos dentes —, mas eram feita com ingredientes bem rudimentares. A pasta de dente mais antiga que conhecemos era feita das cinzas do casco de boi misturadas com cascas de ovos carbonizadas e pedra-pomes. Esses ingredientes se combinavam para formar um abrasivo capaz de limpar os dentes sem a necessidade de uma escova. Os gregos e romanos deram um passo adiante adicionando ossos e conchas à mistura, enquanto os chineses optaram por uma combinação de ginseng, ervas e sal.
No entanto, demorou até o século XIX para que algo mais próximo da pasta dental de hoje fosse inventado. Tratava-se de uma espécie de pó para os dentes e acredita-se que ele foi inventada pelos britânicos, vindo dos cataplasmas caseiros feitos com coisas como giz, carvão, pó de tijolo, sal e até mesmo pão queimado com canela. Muitas dessas misturas se mostraram excessivamente abrasivas e acabavam levando o esmalte dos dentes junto com a sujeira. Mesmo assim, elas permaneceram como o método mais popular de limpeza dentária até a Primeira Guerra Mundial.
Na virada do século XX a tecnologia da pasta de dente felizmente evoluiu de esfregar minerais esmagados nos dentes para o uso de uma mistura pastosa de peróxido de hidrogênio e bicarbonato de sódio. Na mesma época, um médico de Connecticut, o Dr. Washington Sheffield, inventou o tubo dobrável de pasta de dente e como ela era mais fácil de aplicar do que os pós para limpeza dentária, ela acabou ganhando o mercado e se popularizando.
Da mesma forma, o flúor começou a ser adicionado às pastas de dente em 1890. A primeira marca a fazer isso foi a alemã Tanagra, feita pela Companhia Karl F. Toellner com fluoreto de cálcio. Incrivelmente, a ideia só foi levada para os EUA 60 anos depois, após um estudo financiado pela Procter & Gamble que durou 10 anos e fez com que o uso do flúor em pastas de dentes domésticas fosse aprovado pela ADA (American Dental Association).
Do que é feita a pasta de dente moderna
As pastas de dente de hoje são maravilhas da química moderna e têm dezenas de ingredientes. No entanto, todas elas compartilham um conjunto de ingredientes em comum — abrasivos, fluoretos e surfactantes — além de uma série de componentes inativos. A água constitui entre 20 e 40% do produto em termos de peso.
Os abrasivos são mais ou menos metade do que há dentro de um tubo de pasta de dente. Eles servem para retirar a placa dos dentes, o que minimiza a formação de cáries e de outras ameaças que podem fazer com que os dentes caiam. O hidróxido de alumínio, o carbonato de cálcio, o fosfato de cálcio, as sílicas e até o bicarbonato de sódio podem ser usados como abrasivos. Mas, como nos pós vitorianos para dentes, abrasivo demais pode causar mais dano do que ajudar na limpeza. Numa concentração baixa, os abrasivos podem ajudar a controlar manchas causadas pelo café e pelo cigarro, enquanto abrasivos mais fortes, como os que os dentistas usam em limpezas profundas, podem facilmente acabar com o esmalte dos seus dentes se forem mal utilizados.
Fluoretos formam outra parte da trindade dos ingredientes do creme dental, agindo para fortalecer o esmalte dos dentes e impedir as cáries e a gengivite. O fluoreto de sódio é o mais comumente usado tanto nos produtos de higiene bucal quanto no abastecimento de água e constitui apenas cerca de 0,3% do peso total da pasta de dente. A quantidade é pequena assim para que você não fique doente caso você engula um pouquinho de pasta, mas em grandes doses pode ser um perigo para a saúde — e é por isso que engolir pasta de dente é algo que os dentistas e médicos desaprovam totalmente.
Terceiro componente principal, os surfactantes são um classe de detergentes que servem para formar a espuma. Essa espuma garante que os componentes abrasivos e fluoretados serão distribuídos de forma uniforme sobre a superfície dos dentes.
O resto da pasta de dente é composto por um número de estabilizantes químicos e umectantes, como o glicol e o propilenoglicol (ou glicerol), que impedem que a pasta seque dentro do tubo. Agentes antibacterianos como o Triclosan ou o cloreto de zinco também são componentes comuns, que servem para matar os germes que causam gengivite, assim como os aromatizastes que dão ao creme dental sabor e aquelas cores extravagantes.; algumas vezes também são usados remineralizadores como o fosfato de cálcio, que ajuda na reconstrução do esmalte dos dentes.
Como esse potente coquetel químico antibacteriano banhando os seus dentes diariamente, as pastas de dente evoluíram, desde a virada para o século XX, de produtos cosméticos simples para guardiões multi-funcionais da saúde bucal que podem te ajudar a manter os seus dentes brancos e saudáveis.
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FONTE; gizmodo
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