Fluxo migratório para Europa em 2014 é superior ao de ápice da Primavera Árabe
Segundo estudo de agência que monitora fronteiras no continente europeu, rotas de acesso variam conforme popularidade
Mais imigrantes tentam chegar à Europa por via terrestre ou marítima em
2014 do que no auge da Primavera Árabe, de acordo com a Frontex,
agência que monitora as fronteiras externas da União
Europeia. Impulsionado por um aumento de fluxo de líbios e sírios, o
número de tentativas de cruzamento para se chegar ao continente europeu
nos oito meses deste ano já é quase equivalente ao total de investidas
durante 2011 inteiro.
06/09/2014
Apesar das rotas não mudarem muito, a Frontex destaca o fato de que a
popularidade dos trajetos é algo passível de alteração por diversos
motivos. "Há muitos fatores envolvidos, por exemplo, quais as rotas que
os traficantes de pessoas descobriram que funcionam como as melhores ou
as mais lucrativas”, argumenta Morcure ao jornal britânico.
Há casos em que a fronteira é fortalecida pela presença de mais policiais, o que torna o caminho mais impopular por um momento, como foi o caso da Grécia, em 2012, quando as autoridades colocaram 2 mil fiscais nos limites do território.
Detenção como política de coerção
Em maio, Ioanna Kotsioni, especialista grega em assuntos de imigração da Médicos Sem Fronteiras, afirmou em entrevista exclusiva a Opera Mundi que o governo da Grécia tem usado detenções sistemáticas de imigrantes e refugiados por tempo indefinido como ferramenta de coerção social.
Segundo a especialista, trata-se de um esforço para dissuadir os imigrantes, a fim de evitar com que eles venham ao país. Uma das ações é prendê–los indefinidamente até consentirem em retornar. Contudo, há casos em que as pessoas simplesmente não poderiam voltar para casa – como em situações de conflitos armados e guerras civis, por exemplo – já que suas vidas correm perigo.
“Embora seja um fenômeno global, a detenção não pode ser uma medida automática para ser aplicada indiscriminadamente pelas autoridades, mas deve ser encarado como um último recurso. Afinal, é preciso ter um argumento consistente para justificar a necessidade de deter uma pessoa”, afirma Ioanna. “O problema é que o governo enxerga a imigração como um fato, sem considerar os impactos humanitários que isso acarreta”, completa.fonte; opera mundi
Wikicommons
Cerca de proteção na fronteira entre a cidade espanhola de Melilla e o Marrocos, que se opôs à construção da barreira
Veja depoimento exclusivo do congolês Alain Diabaza a Opera Mundi:
06/09/2014
Reprodução/ MSF
Imigrantes são tratados como presos em centros de detenção na fronteira entre Grécia, Turquia e Bulgária
"A Líbia é um país com uma longa costa e muito pouco controle das fronteiras. Isso facilita o tráfico de pessoas", aponta Ewa Moncure, membra da Frontex, ao The Guardian.
Segundo o ACNUR, agência para refugiados da ONU, os sírios são a principal nacionalidade em trânsito, representando quase um quarto do total de imigrantes. Desde 2011, mais de 123 mil sírios pediram asilo à Europa.
Leia: Morte de imigrantes evidencia falta de estrutura e fracasso da política migratória espanhola
Este ano também apresenta um recorde de óbitos registrados na trajetória feita pelo mar. Em julho, o ACNUR afirmou que mais de 800 pessoas morreram no Mediterrâneo, incluindo mais de 260 em um período de apenas 10 dias. Por outro lado, em 2013 foram registradas 600 mortes.
"A Líbia é um país com uma longa costa e muito pouco controle das fronteiras. Isso facilita o tráfico de pessoas", aponta Ewa Moncure, membra da Frontex, ao The Guardian.
Segundo o ACNUR, agência para refugiados da ONU, os sírios são a principal nacionalidade em trânsito, representando quase um quarto do total de imigrantes. Desde 2011, mais de 123 mil sírios pediram asilo à Europa.
Leia: Morte de imigrantes evidencia falta de estrutura e fracasso da política migratória espanhola
Este ano também apresenta um recorde de óbitos registrados na trajetória feita pelo mar. Em julho, o ACNUR afirmou que mais de 800 pessoas morreram no Mediterrâneo, incluindo mais de 260 em um período de apenas 10 dias. Por outro lado, em 2013 foram registradas 600 mortes.
Há uma série de rotas para se percorrer pelo Mediterrâneo. Uma das
mais conhecidas é no Norte da África, pelos enclaves espanhóis de Ceuta e
Melila. Outro caminho tradicional percorre fronteiras de países como
Grécia, Turquia e Bulgária.
Veja depoimento exclusivo do congolês Alain Diabaza a Opera Mundi:
Veja depoimento exclusivo do congolês Alain Diabaza a Opera Mundi:
Mais de 2.000 imigrantes são resgatados pela Marinha da Itália no mar Mediterrâneo
Quase 53 mil pessoas desapareceram no México em oito anos, diz governo
Mais de 1,6 milhão de iraquianos saíram de casa desde janeiro por causa do Estado Islâmico
Há casos em que a fronteira é fortalecida pela presença de mais policiais, o que torna o caminho mais impopular por um momento, como foi o caso da Grécia, em 2012, quando as autoridades colocaram 2 mil fiscais nos limites do território.
Detenção como política de coerção
Em maio, Ioanna Kotsioni, especialista grega em assuntos de imigração da Médicos Sem Fronteiras, afirmou em entrevista exclusiva a Opera Mundi que o governo da Grécia tem usado detenções sistemáticas de imigrantes e refugiados por tempo indefinido como ferramenta de coerção social.
Segundo a especialista, trata-se de um esforço para dissuadir os imigrantes, a fim de evitar com que eles venham ao país. Uma das ações é prendê–los indefinidamente até consentirem em retornar. Contudo, há casos em que as pessoas simplesmente não poderiam voltar para casa – como em situações de conflitos armados e guerras civis, por exemplo – já que suas vidas correm perigo.
“Embora seja um fenômeno global, a detenção não pode ser uma medida automática para ser aplicada indiscriminadamente pelas autoridades, mas deve ser encarado como um último recurso. Afinal, é preciso ter um argumento consistente para justificar a necessidade de deter uma pessoa”, afirma Ioanna. “O problema é que o governo enxerga a imigração como um fato, sem considerar os impactos humanitários que isso acarreta”, completa.fonte; opera mundi
Wikicommons
Cerca de proteção na fronteira entre a cidade espanhola de Melilla e o Marrocos, que se opôs à construção da barreira
Veja depoimento exclusivo do congolês Alain Diabaza a Opera Mundi:
FONTE; OPERA MUNDI