Inovação, investimento em outros países e mercado interno são as novas fronteiras do desenvolvimento da China, oportunidades que o Brasil também pode aproveitar
São Paulo – “A China já não é a mesma de 20 anos atrás”, diz o ex-embaixador do Chile no país, Fernando Reyes de Mata.
Em evento organizado pelo MIT Sloan Management em São Paulo sobre a relação entre China
e América Latina, ele e outros convidados debateram como um novo
cenário interno e uma nova fase econômica já estão mudando a relação do
país com o mundo.
“Há um novo jogo na política, com o esforço anti-corrupção, e um new normal na economia, com taxa de crescimento mais baixa. É importante para os líderes de negócios estarem cientes das incertezas que podem aparecer no caminho”, diz Yasheng Huang, professor do programa internacional do MIT.
Depois de décadas apenas como destino de investimento estrangeiro, a China passou a ser também uma grande fonte destes recursos. O que não falta é capital, e isso é uma boa notícia para quem precisa de financiamento para obras estruturais – justamente o caso da América Latina e do Caribe.
“O Brasil não tem a poupança para financiar a melhora da sua infraestrutura, que é muito fraca, e os acordos com a China, além do banco dos BRICS, vão ajudar a resolver esse problema” diz Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio Brasil-China.
Ao mesmo tempo, a China reconhece que precisa de marcas fortes, investe pesado em inovação e dobra seu número de patentes registradas a cada ano, gerando novas fontes de tensão com os países desenvolvidos.
A China também está começando a olhar com mais atenção para seu próprio mercado interno, seu próximo motor de crescimento. O presidente-executivo do Walmart na América Latina, Enrique Ostalé, diz que os consumidores brasileiros e chineses não são tão diferentes assim, e isso abre um campo infinito de possibilidades.
“A presença da China na América Latina pode ser positiva ou negativa. A América Latina é menos aberta e precisa pensar em permitir às empresas chinesas entrarem, assim como a China precisa se abrir às empresas latino-americanas e brasileiras, que tem experiência mais avançada em como atender as necessidades de consumidores pobres”, diz Don Lessard, professor-emérito de administração internacional do MIT.
Energia e África
O petróleo não deve perder importância num futuro próximo – uma boa notícia para o nosso pré-sal, que deve produzir o dobro da demanda brasileira em cerca de 20 anos, e que tem os chineses entre os vencedores da licitação de Libra.
Mas a energia renovável também é um campo promissor graças a experiência brasileira com biocombustíveis, de um lado, e o investimento maciço da China em energia solar e eólica, de outro. Achar um equilíbrio é o desafio:
“O termo nacionalismo de recursos tem sido usado de forma errada, na minha opinião, para descrever as experiências de países como Argentina e Venezuela. O principal exemplo de nacionalismo de recursos no mundo é a Noruega, que se protege sem se fechar e usou estes recursos muito bem inclusive para apoiar inovação”, diz Lessard.
Ele citou um dado impressionante: os custos na China e no México já convergiram para o mesmo patamar, enquanto os de países como Brasil explodiram. A geografia das cadeias globais está mudando profundamente e novos atores estão aparecendo.
Um deles é a África, lar de metade das economias que mais crescem no mundo e já considerada “a China da China”, que já está enviando para lá sua produção da mesma forma que fizeram com ela no passado.
A presença no continente é controversa, mas foi colocada em uma perspectiva histórica positiva por Charles: “Os mestres coloniais do passado tiraram a riqueza da África e a deixaram esquecida por várias décadas perdidas. Os chineses entraram pagando preços de mercado e transformaram a África em um continente de esperança.”
fonte;exame.com
“Há um novo jogo na política, com o esforço anti-corrupção, e um new normal na economia, com taxa de crescimento mais baixa. É importante para os líderes de negócios estarem cientes das incertezas que podem aparecer no caminho”, diz Yasheng Huang, professor do programa internacional do MIT.
Depois de décadas apenas como destino de investimento estrangeiro, a China passou a ser também uma grande fonte destes recursos. O que não falta é capital, e isso é uma boa notícia para quem precisa de financiamento para obras estruturais – justamente o caso da América Latina e do Caribe.
“O Brasil não tem a poupança para financiar a melhora da sua infraestrutura, que é muito fraca, e os acordos com a China, além do banco dos BRICS, vão ajudar a resolver esse problema” diz Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio Brasil-China.
Ao mesmo tempo, a China reconhece que precisa de marcas fortes, investe pesado em inovação e dobra seu número de patentes registradas a cada ano, gerando novas fontes de tensão com os países desenvolvidos.
A China também está começando a olhar com mais atenção para seu próprio mercado interno, seu próximo motor de crescimento. O presidente-executivo do Walmart na América Latina, Enrique Ostalé, diz que os consumidores brasileiros e chineses não são tão diferentes assim, e isso abre um campo infinito de possibilidades.
“A presença da China na América Latina pode ser positiva ou negativa. A América Latina é menos aberta e precisa pensar em permitir às empresas chinesas entrarem, assim como a China precisa se abrir às empresas latino-americanas e brasileiras, que tem experiência mais avançada em como atender as necessidades de consumidores pobres”, diz Don Lessard, professor-emérito de administração internacional do MIT.
Energia e África
O petróleo não deve perder importância num futuro próximo – uma boa notícia para o nosso pré-sal, que deve produzir o dobro da demanda brasileira em cerca de 20 anos, e que tem os chineses entre os vencedores da licitação de Libra.
Mas a energia renovável também é um campo promissor graças a experiência brasileira com biocombustíveis, de um lado, e o investimento maciço da China em energia solar e eólica, de outro. Achar um equilíbrio é o desafio:
“O termo nacionalismo de recursos tem sido usado de forma errada, na minha opinião, para descrever as experiências de países como Argentina e Venezuela. O principal exemplo de nacionalismo de recursos no mundo é a Noruega, que se protege sem se fechar e usou estes recursos muito bem inclusive para apoiar inovação”, diz Lessard.
Ele citou um dado impressionante: os custos na China e no México já convergiram para o mesmo patamar, enquanto os de países como Brasil explodiram. A geografia das cadeias globais está mudando profundamente e novos atores estão aparecendo.
Um deles é a África, lar de metade das economias que mais crescem no mundo e já considerada “a China da China”, que já está enviando para lá sua produção da mesma forma que fizeram com ela no passado.
A presença no continente é controversa, mas foi colocada em uma perspectiva histórica positiva por Charles: “Os mestres coloniais do passado tiraram a riqueza da África e a deixaram esquecida por várias décadas perdidas. Os chineses entraram pagando preços de mercado e transformaram a África em um continente de esperança.”
fonte;exame.com
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