Outubro - A concentração de oxigênio dos oceanos deve cair entre 1% e 7% antes do fim do século, aponta relatório do Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos feito em parceria com a União Internacional para a Conservação da Natureza. A previsão deve-se à acidez dos mares e da hipoxia costeira, ambas consequências desastrosas do aquecimento global Mohammed Salem/Reuters
10/10/2013
Um grupo de cientistas advertiu esta quinta-feira (3) que a situação dos oceanos está pior do que se pensava devido a uma combinação mortal: o aquecimento, a desoxigenação e a acidificação.
"Estamos expondo os organismos a uma pressão evolutiva insuportável", adverte relatório do Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (IPSO, na sigla em inglês) e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
"A próxima extinção em massa [de espécies] pode ter começado", alerta o informe.
O relatório adverte para a acidez sem precedentes dos oceanos, enquanto prossegue a queima de carvão e petróleo e as emissões de dióxido de carbono (CO2), um terço das quais é absorvida pelo mar.
As atuais emissões CO2, umas 30 gigatoneladas por ano, são pelo menos dez vezes maiores do que as que antecederam a anterior grande extinção de espécies da Terra, há 55 milhões de anos, diz o estudo. Mas este grau de acidez nos oceanos não se via há 300 milhões de anos.
"As previsões sobre a concentração de oxigênio nos oceanos apontam para uma queda de 1% a 7% antes de 2100", afirmam a respeito da desoxigenação.
Relatório do IPCC diz que planeta já esquentou cerca de 0,8°C desde o começo do século 20. As temperaturas têm aumentado mais lentamente nos últimos 15 anos apesar do aumento nas emissões de gases do efeito estufa, mas há uma retomada da tendência de aquecimento que provavelmente vai causar ainda mais ondas de calor, secas, enchentes e elevamento do nível do mar. A previsão é de aumento de quase 5ºC até 2100.
Dois fenômenos se conjugam: uma "tendência geral à diminuição dos níveis de oxigênio nos oceanos tropicais e nas áreas do Pacífico Norte nos últimos 50 anos", provocada pelo aquecimento global, e "um incrível aumento da hipoxia costeira [baixa quantidade de oxigênio]", vinculado aos rejeitos agrícolas e às águas residuais.
"Muitos organismos vão se encontrar em ambientes inadequados", prossegue o estudo.
Seus autores propõem intervenções urgentes. Por exemplo, reduzir os gases de efeito estufa a níveis anteriores à revolução industrial, uma meta da ONU (Organização das Nações Unidas) que parece cada vez mais distante.
Eles pedem também a supressão de subsídios governamentais à pesca, que contribuem para a exploração excessiva, e a proibição de técnicas de pesca destrutivas, como as redes de arrasto que varrem o fundo do mar.
Os mares cobrem aproximadamente três quartos da superfície da Terra, proporcionam metade do oxigênio que respiramos e alimentam bilhões de pessoas.
"A saúde dos oceanos está decaindo muito mais rápido do que pensávamos", destacou o diretor científico do IPSO no documento.
"Estamos vendo mudanças maiores, acontecendo mais rápido e com efeitos mais iminentes do que tínhamos antecipado. A situação deveria ser de grande inquietação para todo mundo", sentenciou.
O aquecimento global pode secar água de lagos, mares e oceanos? Mito
O relatório técnico sobre mudanças climáticas e água do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) aponta que o efeito global do aquecimento será a intensificação do ciclo d?água, provocando fortes inundações em algumas regiões e secas cada vez mais severas em outras. O documento não indica o fim dos recursos hídricos, mas a escassez de água doce e limpa para consumo, afetando mais de 1 bilhão de pessoas diretamente, do Mediterrâneo ao sul da África.FONTE;UOL
Um grupo de cientistas advertiu esta quinta-feira (3) que a situação dos oceanos está pior do que se pensava devido a uma combinação mortal: o aquecimento, a desoxigenação e a acidificação.
"Estamos expondo os organismos a uma pressão evolutiva insuportável", adverte relatório do Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (IPSO, na sigla em inglês) e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
"A próxima extinção em massa [de espécies] pode ter começado", alerta o informe.
O relatório adverte para a acidez sem precedentes dos oceanos, enquanto prossegue a queima de carvão e petróleo e as emissões de dióxido de carbono (CO2), um terço das quais é absorvida pelo mar.
As atuais emissões CO2, umas 30 gigatoneladas por ano, são pelo menos dez vezes maiores do que as que antecederam a anterior grande extinção de espécies da Terra, há 55 milhões de anos, diz o estudo. Mas este grau de acidez nos oceanos não se via há 300 milhões de anos.
"As previsões sobre a concentração de oxigênio nos oceanos apontam para uma queda de 1% a 7% antes de 2100", afirmam a respeito da desoxigenação.
Relatório do IPCC diz que planeta já esquentou cerca de 0,8°C desde o começo do século 20. As temperaturas têm aumentado mais lentamente nos últimos 15 anos apesar do aumento nas emissões de gases do efeito estufa, mas há uma retomada da tendência de aquecimento que provavelmente vai causar ainda mais ondas de calor, secas, enchentes e elevamento do nível do mar. A previsão é de aumento de quase 5ºC até 2100.
Dois fenômenos se conjugam: uma "tendência geral à diminuição dos níveis de oxigênio nos oceanos tropicais e nas áreas do Pacífico Norte nos últimos 50 anos", provocada pelo aquecimento global, e "um incrível aumento da hipoxia costeira [baixa quantidade de oxigênio]", vinculado aos rejeitos agrícolas e às águas residuais.
"Muitos organismos vão se encontrar em ambientes inadequados", prossegue o estudo.
Seus autores propõem intervenções urgentes. Por exemplo, reduzir os gases de efeito estufa a níveis anteriores à revolução industrial, uma meta da ONU (Organização das Nações Unidas) que parece cada vez mais distante.
Eles pedem também a supressão de subsídios governamentais à pesca, que contribuem para a exploração excessiva, e a proibição de técnicas de pesca destrutivas, como as redes de arrasto que varrem o fundo do mar.
Os mares cobrem aproximadamente três quartos da superfície da Terra, proporcionam metade do oxigênio que respiramos e alimentam bilhões de pessoas.
"A saúde dos oceanos está decaindo muito mais rápido do que pensávamos", destacou o diretor científico do IPSO no documento.
"Estamos vendo mudanças maiores, acontecendo mais rápido e com efeitos mais iminentes do que tínhamos antecipado. A situação deveria ser de grande inquietação para todo mundo", sentenciou.
O aquecimento global pode secar água de lagos, mares e oceanos? Mito
O relatório técnico sobre mudanças climáticas e água do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) aponta que o efeito global do aquecimento será a intensificação do ciclo d?água, provocando fortes inundações em algumas regiões e secas cada vez mais severas em outras. O documento não indica o fim dos recursos hídricos, mas a escassez de água doce e limpa para consumo, afetando mais de 1 bilhão de pessoas diretamente, do Mediterrâneo ao sul da África.FONTE;UOL
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