O mundo dos próximos anos deve
ser mais interconectado, de população mais velha e urbana, e com uma
classe média mais forte nos países emergentes.
Mas também será um mundo de jovens desiludidos,
de incertezas econômicas, crescente disparidade de renda e sob sérios
desafios climáticos.03/01/2013
O objetivo do relatório é analisar o futuro dos mercados consumidores. Confira as projeções:
'Futuro incerto'
Dívidas fora de controle, medidas de austeridade na zona do euro e distúrbios políticos globais causam o maior nível de incerteza política e econômica dos últimos anos, aponta o relatório."E se a situação de prosseguir, isso terá efeitos para os consumidores que, em tempos incertos, vão exercitar a cautela ao tomar decisões de consumo."
'Classes médias emergentes'
"A expansão da classe média nos diversos países emergentes será um dos efeitos-chave do crescimento econômico (desses países), à medida que grandes contingentes populacionais deixaram a pobreza e formaram uma base de consumidores cada vez mais exigentes e sofisticados", opina a Euromonitor.Relatório de novembro do Banco Mundial cita por exemplo o aumento da renda média na América Latina. Na última década a classe média da região cresceu em 50%, de 103 milhões de pessoas em 2003 para 152 milhões em 2009, hoje representando 30% da população.
Na Rússia, analistas apontam que a classe média está mais influente e busca sua voz na política; a China mira cada vez mais seu mercado de consumo doméstico, diante do desaquecimento da economia global.
'Jovens desiludidos'
A crise em países desenvolvidos teve como desfecho os altos índices de desemprego entre os jovens, e essa tendência deve se manter, diz a Euromonitor.Essas taxas contribuem para a insatisfação dos eleitores mais jovens, muitos dos quais têm saído às ruas de Atenas e Madri para protestar contra as medidas de austeridade na Europa.
O relatório da Euromonitor afirma que "faltam perspectivas decentes para os jovens, que enfrentam altos desemprego, custos universitários e custos de vida, além da falta de moradia acessível e do fardo de ter que ajudar os mais idosos no futuro".
'Divisão entre ricos e pobres'
O Brasil vive um momento histórico de redução da desigualdade, mas isso não necessariamente se repete no resto do mundo.Segundo estudo prévio da Euromonitor, de março, a desigualdade de renda aumentou na maioria dos países entre 2006 e 2011, forçada pelo envelhecimento da população, pelo crescimento do desemprego e das medidas de austeridade em países desenvolvidos, além da persistente divisão entre áreas rurais e urbanas nos países em desenvolvimento.
Segundo o levantamento, essas disparidades podem minar os benefícios da recente onda de crescimento em alguns países.
A Euromonitor cita que aumentos desproporcionais de salários, avanços tecnológicos e urbanização também podem favorecer a desigualdade.
Para a consultoria, essas divisões também estão por trás de distúrbios sociais.
'O desafio climático'
"Padrões climáticos cada vez mais erráticos e o aumento dos níveis dos mares serão as maiores ameaças às populações nos próximos cinco anos e depois", diz a análise da Euromonitor.Serve de exemplo a supertempestade Sandy, que recentemente varreu a costa leste dos EUA e deixou mais de 40 mortos no país. Os custos de reconstrução das áreas devastadas foram estimados em de US$ 30 bilhões a US$ 40 bilhões.
'Um mundo em processo de envelhecimento'
A tendência global é de taxas menores de nascimentos e maior expectativa de vida, o que resulta em uma população mais velha.O Brasil se encaixa nessa tendência: a taxa de fecundidade foi de 1,86 filho por mulher em 2010, segundo o IBGE. A população brasileira deve se estagnar a partir de 2030. As consequências socioeconômicas de casos como o brasileiro são diversas.
"Populações em processo de envelhecimento vão impactar as perspectivas futuras de crescimento econômico, por conta da redução da mão de obra e de taxas mais baixas de poupança e investimento", prevê a Euromonitor. "Ao mesmo tempo, gastos públicos relacionados à idade (caso da saúde) devem aumentar significativamente."
'Transição urbana'
"A urbanização ser uma tendência de longo prazo, mas seu ritmo cresceu perceptivelmente nos últimos anos e o crescimento das cidades alcançou níveis sem precedentes em mercados emergentes", aponta o levantamento.A China é um exemplo, com a construção de cidades que têm virado polo de atração para hotéis, aeroportos e outros empreendimentos.
Em âmbito global, mais da metade da população já vive em áreas urbanas.
"O êxodo do campo à cidade é fortemente impulsionado pelo anseio por mais poder econômico", diz a Euromonitor. "A transição global para a vida urbana está moldando os mercados consumidores e a demanda."
'Pessoas em movimento'
Para a consultoria, o mundo fica "menor" à medida que mais pessoas têm acesso à opção de viajar, estudar e trabalhar fora de seus países de origem.'Mundo mais conectado'
Previsão da consultoria tecnológica IDC aponta que, a partir de 2015, usuários acessarão mais a internet por dispositivos móveis - tablets e smartphones - do que por computadores."Quase um terço dos consumidores globais online têm acesso à web em seus celulares", afirma a Euromonitor.
"Mídias sociais como Facebook e Twitter estão mudando a forma como as pessoas interagem. Uma estratégia bem-sucedida em mídias sociais será uma prioridade para as empresas no mundo inteiro."
'China global'
Segundo a Euromonitor, está mudando o foco dos investimentos estrangeiros chineses: inicialmente concentrados em países em desenvolvimento e ricos em recursos naturais, eles agora se começam a se voltar à América do Norte e à Europa."Diversas marcas chinesas entraram na arena global e tentarão desafiar marcas globais estabelecidas", prevê o relatório. "Especialistas creem que os investimentos externos de empresas chinesas tenham um crescimento expressivo na próxima década."
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