03/08/2012
Em seu segundo dia, o julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília, continua esvaziado de manifestantes. Os poucos que aparecem, porém, têm sido criativos.
No início da tarde desta sexta-feira (3), um grupo de cerca de dez pessoas protestava contra os acusados no processo. Era o "movimento sindical contra a corrupção", formado, segundo seu porta-voz Carlos Lacerda -- diretor da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos da região norte --, por diversos líderes sindicais.
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O grupo, vestido com camisetas listradas em preto e branco, guardava uma cela onde estavam presos bonecos de papelão identificados como cinco dos 38 réus do mensalão: o ex-ministro José Dirceu, o ex-deputado João Paulo Cunha, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares e os publicitários Duda Mendonça e Marcos Valério - que é acusado de ser o operador do esquema.
Lacerda explicou a escolha: "Eu sou contra a superpopulação carcerária, logo escolhemos alguns nomes mais conhecidos para 'prender'".
Protesto do lado de fora prédio do STF (Supremo Tribunal Federal) que julga a ação penal do mensalão
Ele se disse "decepcionado" com o PT, não apenas por causa do mensalão, mas também porque, segundo ele, o partido não vota as questões importantes para os sindicalistas. "Mas tem muita gente boa no partido também, não posso generalizar", disse o metalúrgico, que já foi filiado ao PT e hoje está no PDT.
Para Lacerda, a Constituição deve ser alterada para que o Executivo não indique mais os ministros do Supremo, para evitar conflito de interesses. Sobre a falta de manifestantes em frente ao tribunal, o sindicalista afirmou que não ficou desanimado: "Nem todos os grandes jogos têm grande público".
PAPAI NOEL
Ao lado da cela, Nilson Francisco dos Santos, 62, se manifestava vestido de "Papai Noel-palhaço" ao lado de sua cadela, Princesa. O protesto de Santos, no entanto, era mais pessoal: ele diz não conseguir se aposentar como lavrador.
Sem saber, Santos escolheu o período do julgamento do mensalão para se manifestar pela primeira vez em frente ao Supremo. "Não sabia que estava tendo isso não, mas é ótimo porque dá mais visibilidade para o meu protesto."
Em sua carroça, onde Princesa descansava, um cartaz dizia: "Nas mãos dos políticos todos somos palhaços. O Brasil tem dinheiro para Bélgica, Cuba e Haiti... mas não tem para saúde, educação e moradia.fonte;folha
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