07/08/2012
Ao afirmar nesta terça-feira que a Síria é parte essencial de um "eixo de resistência" contra terroristas, o governo do Irã sinaliza sua preocupação com a influência política que exerce na região.
De acordo com o analista de relações internacionais da BBC, Jonathan Marcus, a Síria é um dos aliados mais importantes do Irã. Um porto seguro para o Irã no Oriente Médio árabe e um importante canal de contato ligando, de um lado, Teerã, e do outro, o o Hizbollah, no Líbano, e o Hamas, na faixa de Gaza.
As questões de política regional se somam às preocupações com o destino de 48 iranianos sequestrados por forças rebeldes no sábado.
As declarações de apoio foram feitas pelo líder do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Saeed Jalili, em encontro com o ditador sírio, Bashar al Assad, em Damasco.
O encontro marcou a primeira aparição pública de Assad em duas semanas.
A reunião também ocorreu um dia após a deserção do primeiro-ministro sírio, Riad Hijab.
De acordo com a TV estatal síria, Assad falou a Jalili sobre "a determinação do povo e do governo da Síria de limpar o país de terroristas e lutar contra o terrorismo".
ALIADO
Desde o início da crise na Síria, o Irã tem sido um dos poucos países da região a apoiar Assad.
Até onde vai o apoio de Teerã ao governo de Assad não está claro, diz Marcus.
Mas relatos de que membros da Guarda Revolucionária do Irã estariam ativos na Síria são uma das razões pelas quais as forças de oposição sírias teriam sequestrado os 48 iranianos.
Ainda não está claro se os sequestrados seriam membros da Guarda Revolucionária Iraniana, como afirmam os rebeldes, ou simples peregrinos, como diz o governo iraniano, mas a preocupação com sua segurança é bem real.
Segundo Marcus, o discurso do Irã é cada vez mais ameaçador: os Estados Unidos e os países que apóiam os rebeldes serão responsabilizados pela segurança dos reféns.
Mas são questões de política regional, tanto quanto o destino dos sequestrados, que orientam a diplomacia do Irã.
De acordo com Marcus, o Irã vê a Turquia como um competidor, brigando por influência na região.
Teerã se preocupa com a renovação nos laços entre o Egito e a Arábia Saudita, o que constitui, pelo menos em parte, uma aliança velada do "Islã sunita moderado" contra o Irã xiita.
A queda do governo de Assad poderia deixar o Irã perigosamente isolado.
De acordo com Marcus, sua militância diplomática é uma tentativa de reforçar a ideia de que, o que quer que aconteça, o Irã continua sendo um importante poder na região.
fonte;folha
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