Brunelli não poderá deixar o DF por mais de sete dias sem se justificar.
Defesa diz que irá requerer todo o processo para traçar nova estratégia 2012.
Depois de nove dias preso, o ex-deputado distrital Junior Brunelli (ex-PSC) foi liberado pela polícia na madrugada desta quarta-feira (6/06/2012). Brunelli foi indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e formação de quadrilha. Ele é suspeito de usar uma associação para desvio de verba pública.
06/06/2012
A polícia informou que não foi solicitada a prorrogação da prisão preventiva por entender que, agora, não há justificativa para o pedido. O ex-distrital não poderá deixar o Distrito Federal por mais de sete dias sem justificativa à Justiça. De acordo com a polícia, Brunelli teve que informar também para a polícia um endereço onde será possível ser encontrado.
O ex-deputado deixou a carceragem do Departamento da Polícia Especializada (DPE) por volta de meia-noite. Ele conseguiu despistar a imprensa e saiu pelo portão dos fundos.
O advogado que representa o ex-parlamentar, Eduardo Toledo, disse que Brunelli teria seguido de carro até a casa onde mora, em um condomínio fechado no Guará. “A defesa cuidou nesse primeiro momento da liberdade. Agora, vamos requerer todo o processo para poder analisar com cuidado e poder traçar uma nova estratégia.”
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Toledo chegou a questionar a prisão de Brunelli. “Vamos comprovar que houve meras irregularidades administrativas. A defesa vai tentar demonstrar que não houve peculato, mas meras irregularidades administrativas que não caracterizam desvio de verba pública", afirmou.
Por causa do feriado de Corpus Christi, celebrado nesta quinta-feira (7), o inquérito só deve ser concluído na próxima semana, quando será entregue à Justiça.
Brunelli foi o protagonista do episódio que ficou conhecido como "oração da propina". A gravação foi divulgada como parte do suposto esquema de corrupção conhecido como “mensalão do DEM de Brasília”, que resultou na operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, e na prisão e perda do mandato do então governador do DF, José Roberto Arruda (ex-DEM).
O responsável pela Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco), delegado Henry Lopes, afirmou que, se forem condenados, o ex-deputado e outras três pessoas, presas também sob suspeita de envolvimento no suposto desvio de verba, podem pegar até 30 anos de prisão.
“As investigações continuam. As investigações mostram que Brunelli e as outras três pessoas desviaram R$ 1,7 milhão. No entanto, ele conseguiu em emendas parlamentares R$ 2,6 milhões. Portanto, estes outros R$ 900 mil serão investigados para sabermos se também estão envolvidos em esquemas de corrupção”, afirmou o delegado da Deco.
Lopes disse ainda que “há indícios materiais que provam o desvio efetivo de verba pública”. Segundo o responsável pela divisão, o indiciamento será relatado e encaminhado à Justiça na próxima semana, para uma “possível ação penal ser movida contra Brunelli e os outros suspeitos”.
Investigação
Após dois anos de investigações, os policiais da Deco concluíram que Júnior Brunelli destinou R$ 1,7 milhão em emendas parlamentares a projetos voltados para idosos, chamados “Corpo em forma, mente sadia 2009” e “Projeto Flor da Idade”. Mas, de acordo com a polícia, o dinheiro teria sido desviado por meio da associação, empresas de fachada e notas fiscais adulteradas.
Segundo a polícia, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedest) liberou, na época, o dinheiro em quatro convênios com a AMO. Porém, as investigações apontaram que a entidade não tinha estrutura física ou técnica para administrar a quantia. A apuração mostrou ainda indícios de uso da AMO para desvio de dinheiro público.
Caixa de Pandora
A operação Caixa de Pandora foi deflagrada em novembro de 2009 e investigou o suposto esquema de pagamento de propina no governo do Distrito Federal (GDF). A Procuradoria Geral da República informou que o Ministério Público Federal pretende oferecer denúncia contra o ex-governador Arruda junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) até o fim deste mês.
Arruda é suspeito de ter envolvimento com o suposto esquema de corrupção que envolveu diversos políticos, empresários e servidores públicos.
Por telefone, o advogado do ex-governador, Nélio Machado, disse que há falta de conteúdo contra Arruda. "Uma acusação que leva mais de dois anos e meio para ser apresentada revela, de antemão, uma grande possibilidade de falta de conteúdo. Vamos aguardar o teor dessa denúncia. Se ela de fato vier, vamos apresentar nossa defesa. Se for feita a denúncia, será uma acusação sem consistência e o tribunal certamente irá analisar todos os pontos."
FONTE;G1
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