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Prefeitos pagam viagens de juiz de Bambuí e viram alvo de investigação do MP EM 2012




Na viagem de navio, o juiz Pedro dos Santos Barcelos se divertiu muito, mas não foi intimado EM 2012



As relações de um juiz de direito com os prefeitos de sua comarca viraram alvo de investigação do Ministério Público Estadual, depois que vieram à tona suspeitas de uma viagem de cruzeiro feita pelo magistrado que teria sido paga com dinheiro público. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também instaurou um pedido de providências para apurar essa e outras denúncias, como a cessão irregular de servidores das prefeituras para o juiz.

08/08/2012


Segundo documentos obtidos com exclusividade pelo Hoje em Dia, o juiz de direito da comarca de Bambuí, Pedro dos Santos Barcelos, teria feito uma viagem de navio em dezembro de 2008 junto com um de seus filhos, o tabelião do Cartório do 1º Ofício da cidade, Indalécio Alvarez Peres e sua esposa.

O prefeito de Medeiros, Weber Leite Cruvinel (PMDB), teria contratado o serviço de van de um policial militar, para fazer o traslado dos turistas de Bambuí ao Porto de Santos, em São Paulo e, uma semana depois, buscá-los de volta. Em depoimento, o proprietário da van Sprinter, Antônio Ernane de Oliveira, testemunha-chave do caso, disse que ao chegar em Santos o juiz Pedro Soares, seu filho Indalécio e a esposa se encontraram com uma promotora da comarca e o marido, e seguiram viagem.

Depois de prestar o serviço, Antônio Ernane procurou o prefeito de Medeiros em seu gabinete para receber o frete que foi pago com um cheque de R$ 1.600 da prefeitura. Em seu depoimento, a testemunha alega que, ao receber o pagamento, Weber Leite Cruvinel teria falado: “Já começou a exploração”, concluindo ainda que a cidade de Medeiros ficou encarregada de pagar o transporte e que as demais despesas seriam pagas pelas prefeituras de Bambuí e Tapiraí. Disse ainda que recebeu das mãos do prefeito uma nota de empenho como se o serviço tivesse sido prestado em Medeiros.

Uma viagem de navio de uma semana, no período de férias, saindo de Santos e passando pelo Rio de Janeiro, custa R$ 1 mil, no mínimo, dependendo do itinerário e do tipo de serviço escolhido pelo turista, como alimentação e bebida liberada.




Segundo o promotor do Grupo Especial de Defesa do Patrimônio Público (GEPP), Daniel de Sá Rodrigues, a Promotoria vai fazer diligência para reunir novas provas, uma vez que os prefeitos, em seus depoimentos, se limitaram a negar o caso.

Prefeitos negam


“Nossa investigação visa apurar providências no âmbito da improbidade administrativa. A suspeita é que a viagem de navio do juiz teria sido rateada entre as prefeituras, mas ainda temos que colher muitos elementos”, declarou Daniel de Sá. A Promotoria está de posse da nota de empenho da prefeitura de Medeiros.


Além da ação civil pública e do processo que corre no CNJ desde dezembro de 2011, a Corregedoria Geral de Justiça esteve em Bambuí, na última quarta-feira, quando os três prefeitos - Lélis Jorge Silva (PTB), Alvino Marzeuski (PSDB), de Tapiraí, e Weber - e outras testemunhas prestaram depoimento. Por correr em segredo de Justiça, o Hoje em Dia não teve acesso às declarações. Na ocasião, o juiz Pedro dos Santos Barcelos não foi intimado a depor.

Fonte;hoje em dia
https://correio-forense.jusbrasil.com.br/noticias/100020685/prefeitos-pagam-viagens-de-juiz-de-bambui-e-viram-alvo-de-investigacao-do-mp
https://www.hojeemdia.com.br/primeiro-plano/política/juiz-liberou-prefeito-itinerante-após-stf-vetar-prática-no-país-1.22937

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