23/07/2017
DELAÇÃO FOI MEU RENASCIMENTO, DIZ JOESLEY BATISTA
23/07/2017
Em artigo, Joesley diz que divulgação da delação
foi seu 'renascimento'
23/07/2017 15h49 — em Brasil
O empresário Joesley Batista (de boné), do grupo JBS, deixa a sede da Polícia Federal em Brasília
RIO — Após 67 dias e 67 noites do conteúdo de sua delação premiada vir a público e abalar o governo do presidente Michel Temer, o empresário Joesley Batista, dono da JBS, escreveu um artigo em que ataca "mentiras" ditas contra ele e faz uma defesa de seu acordo de colaboração firmado com o Ministério Público Federal (MPF). Publicado na "Folha de S. Paulo" neste domingo, o texto destaca que Joesley não esperava o "súbito vazamento". Ele ainda afirma que decidiu se manifestar para dizer que "é de carne e osso".
No artigo, Joesley revelou que reagiu com "medo, preocupação e angústia" ao ver a divulgação do conteúdo de seu acordo com a Procuradoria-Geral da República. Passados dois meses de abalo nas estruturas do Palácio do Planalto, ele alega que decidiu "entregar ao tempo a missão de revelar a razão".
"De uma hora para outra, passei de maior produtor de proteína animal do mundo, de presidente do maior grupo empresarial privado brasileiro, a 'notório falastrão', 'bandido confesso', 'sujeito bisonho' e tantas outras expressões desrespeitosas", escreveu o empresário.
Na visão dele, construiu-se a "imagem perfeita" de um empresário "irresponsável e aproveitador que tocou fogo no país, roubou milhões e foi curtir a vida no exterior". Com a repercussão, segundo Joesley, políticos que se beneficiavam dos recursos da J&F passaram a criticá-lo e a mentir.
A data em que a colaboração vazou — aniversário de um de seus filhos — foi também, segundo o empresário, "o dia de seu renascimento". Joesley explicou que se sentiu "um novo ser humano com coragem para romper elos inimagináveis da corrupção praticada pelas maiores autoridades" do Brasil.
"Eles (os políticos) estão em modo de negação. Não os julgo. Sei o que é isso. Antes de me decidir pela colaboração premiada, eu também fazia o mesmo. Achava que estava convencendo os outros, mas na realidade enganava a mim mesmo, traía a minha história, não honrava o passado de trabalho da minha família", destacou o delator.
'INIMIGO PÚBLICO NÚMERO UM'
Joesley ainda ressaltou no artigo o quanto considerou "absurda" a veiculação de imagens suas e de sua família no aeroporto, "como se estivessem fugindo" para o exterior. Desde então, ele disse que foca na segurança de seus parentes e na saúda financeira das empresas. Mas alega que jamais usou a delação para obter lucro.
"Nessa altura, porém, eu já havia sido transformado no inimigo público número um, e nada do que eu falasse mereceria crédito (...) Mentiram que eu estaria protegendo o ex-presidente Lula; mentiram que eu seria o responsável pelo vazamento do áudio para imprensa para ganhar milhões com especulações financeiras; mentiram que eu teria editado as gravações", elencou.
A maior das mistificações, na avaliação de Joesley, foi atribuir a ele o papel de estragar a recuperação da economia brasileira, "como se ela fosse frágil a ponto de ter que baixar a cabeça para políticos corruptos", alegou.
De volta a São Paulo, Joesley lembrou ainda a multa de R$ 10,3 bilhões que a J&F deverá pagar como resultado do acordo de leniência.
"Essa obrigação servirá para que nossas próximas gerações jamais se esqueçam dessa lição do que não fazer", frisou.
DELAÇÃO FOI MEU RENASCIMENTO, DIZ JOESLEY BATISTA
23/07/2017
Foto: Danilo Verpa/Folhapress
Em artigo assinado e publicado pela Folha de S. Paulo neste domingo, o empresário Joesley Batista afirmou que o dia 17 de maio – data do vazamento pela imprensa sobre o esquema de corrupção envolvendo a J&F e autoridades políticas, foi um marco em sua vida.
Segundo o empresário, a data ficou marcada como “o dia do seu renascimento.” Joesley Batista afirmou que teve coragem para romper com elos inimagináveis da corrupção praticada pelas maiores autoridades do nosso país, referindo-se ao presidente da República, Michel Temer.
O empresário afirma ainda que desde maio “vive em um turbilhão” o que inclui ainda sua família, amigos e funcionários. Ele destacou que as imagens dele saindo do país como se ele fosse um fugitivo foi um “completo absurdo.”
Ele ainda citou uma lista de mentiras contadas por políticos, que até então tinham sido beneficiados pelo dinheiro da J&F no financiamento de campanhas.
Entre as mentiras listadas, o empresário destacou que estaria andando por Nova York, jantando em restaurantes luxuosos e até viajado para Mônaco para assistir ao GP de Fórmula 1.
Segundo Joesley, neste período, ele e a família estavam em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos. “Nessa altura, porém, eu já havia sido transformado no inimigo público número um, e nada do que eu falasse mereceria crédito.”
O empresário destaca ainda que “mentiram” que ele seria o responsável pelo vazamento do áudio para imprensa para ganhar milhões com especulações financeiras.
“De uma hora para outra, passei de maior produtor de proteína animal do mundo, de presidente do maior grupo empresarial privado brasileiro, a ‘notório falastrão’, ‘bandido confesso’, ‘sujeito bisonho’ e tantas outras expressões desrespeitosas.”
Por fim, Joesley Batista afirma que de volta a São Paulo, ele está focado na segurança de sua família e na saúde financeira das empresas, para continuar garantindo os 270 mil empregos que elas geram.
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