Marketing político exige a execução de técnicas sofisticadas. Campanhas realizadas de forma medíocre, antiquadas ou restritas ao "feijão com arroz" (candidato falando, edição de imagens com candidato, candidato em passeatas, candidato em carreatas, visitas do candidato a comunidades...) são campanhas fadadas ao fracasso.
Infelizmente, o jogo político é pesado e não possui caridade para com amadores. Traições ocorrem a todo segundo, inclusive dentro dos partidos.
Uma das rasteiras mais elementares é a falta de recursos captados pelo partido e disponibilizados de forma insuficiente aos candidatos de campanhas majoritárias.
06/10/2016
Outra rasteira comum é a escolha de especialistas em marketing cujos interesses políticos sejam diversos ao do candidato. Eis uma relação que necessita de afinação política total, cem por cento, ou de confiança igualmente total e absoluta, mesmo que comprada. É muito comum a venda "morna" do candidato, que embriagado pela "certeza" do bom trabalho - por desconhecer técnicas sofisticadas e modernas do universo publicitário, é levado a cometer erros primários, cujas ranhuras à sua imagem poderão acompanha-lo por muito tempo.
Marketing político é a arte de produzir narrativas encantadoras sobre heróis. Campanha vencedora sempre foi aquela que combinou: recursos financeiros coerentes com a candidatura, perfeita sintonia entre candidato-publicitário, emprego das técnicas mais modernas de marketing e produção audiovisual de altíssima qualidade. Entretanto, a comunicação sofreu uma brutal revolução, que não se restringe ao universo digital, e sim ao universo mental da sociedade - que anseia e depende, cada vez mais, do entretenimento e da identificação de contato -, para conquistar completa adesão e engajamento.
O conceito hoje, mundialmente explorado, define-se como "transmedia storytelling". A arte de produzir dramas, conflitos e heróis avançou para a exploração complementar de todas as mídias, envolvendo toda a sociedade, gerando, inclusive, interesse por parte da grande mídia (na busca do que se classifica como mídia espontânea). Um dos subsídios para a produção dessas histórias cativantes encontra-se nas técnicas sofisticadas de gameficação (recompensas pelo engajamento). No jogo pelo poder, estas são as práticas utilizadas pela esquerda e seus parceiros. Não se enganem.
Caso os candidatos conservadores a campanhas majoritárias não compreendam, de uma vez por todas, que o jogo em questão não é xadrez, porém "WAR", a inocente direita será engolida por uma esquerda preparada, experiente e amparada por vultuosos recursos financeiros, nacionais e internacionais.
Para concluir, deixo um comentário de Patrícia Weiss, chairman e fundadora do "Branded Content Marketing Association", sobre o que é Transmedia Storytelling e sua importância para o marketing do século XXI:
"Essa revolução foi extremamente sentida e acentuada em 2013, e pode mudar o nome e o significado do marketing para sempre. Marketing agora se chama storytelling (...) Um fato tem 20 vezes mais chance de ser lembrado, se estiver ancorado em uma história. A arte de contar histórias é presente na vida do ser humano desde o seu nascimento. Histórias têm o poder de capturar e reter a nossa atenção, transmitindo conhecimento, valores e conceitos desde o berço, literalmente. Somos naturalmente acostumados e ávidos por histórias. Em todo o mundo é assim. Sempre foi e será porque é cientificamente comprovado. Storytelling, a arte de contar histórias, pertence somente ao universo humano."
Links para consulta rápida:
PS: Que ninguém pense que estou sugerindo uma fórmula imoral de manipulação, ou que modernas técnicas de marketing substituem o trabalho de pesquisa rigorosa em ciência política, estudo de cenário, inteligência, mapeamento de atores políticos na mídia, na Academia e nas igrejas. Ao contrário, aponto para a importância de uma sólida formação moral e humanística para a realização de tão grande enfrentamento ao poder gigantesco das esquerdas. Por esta razão, uma produção desta envergadura deve ser realizada por uma equipe multi-discilplinar de especialistas e profissionais, sobretudo por pessoas maduras, realistas, e capazes de não negociar o inegociável. Estarão os candidatos prontos a buscar por aqueles que estão em constante aperfeiçoamento para atuar, seja como profissionais de comunicação, seja como consultores políticos, num cenário de tal complexidade?
Adriana Araújo é diretora de projetos para TV e mídias digitais.
FONTE;http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/16751-2016-10-05-23-01-58.html
| 05 OUTUBRO 2016
ARTIGOS - CULTURA
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