Déficit da previdência vai a R$ 120 bilhões em 2016
A necessidade de cortar gastos para vencer o momento de recessão e evitar o
aprofundamento da crise parece ser uma missão cada vez mais difícil para o governo.
Uma das razões é o custo da Previdência Social, que já corresponde a mais de 10% do PIB brasileiro e, em 2016, terá um déficit de R$ 124,9 bilhões, segundo oProjeto de Lei Orçamentária Anual da União.
Em um momento marcado por turbulências como agreve dos funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – que já dura mais de dois meses –, o déficit superará, pela primeira vez, a barreirados R$ 100 bilhões, avançando 40,5% em relação a 2015.
14/09/2015
Com uma população idosa que em 25 anos corresponderáa mais da metade dos brasileiros, segundo projeções do IBGE, a questão se torna ainda mais séria. Na avaliação de especialistas, sem uma mudançade regime previdenciário, o país pode caminhar para um colapso econômico.
Para piorar, o momento de dificuldades econômicas pode aumentar o desemprego e diminuir ainda maisa população economicamente ativa, maior responsável por financiar os recursos que sãodestinados aos aposentados e pensionistas.
Para o professor de economia do Ibmec Felipe Leroy,o sistema previdenciário brasileiro foi autossustentávelenquanto existia uma população jovem, grande obastante para financiar os aposentados. Porém, a expectativa de sobrevida (vida após aposentadoria)tem aumentado ao passo que população economicamente ativa tem diminuído.
“A questão demográfica não pode ser mudada, maso regime de previdência, sim, como fez o Chile.Lá, os trabalhadores que entram no mercado contribuem com fundo privado de previdência. Calcula-se o valor que o indivíduo quer ter de
aposentadoria e a cobrança é feita proporcionalmente.
Há um alto custo de transição, mas o grande volumede poupança mudou a dinâmica da previdência no país”,explica.
Para Leroy, a ausência da cultura da poupança no Brasil dificulta melhorias na previdência. “Comoo Estado brasileiro garante salário mínimo mesmoaos que não contribuíram, as pessoas não poupam.O pior é que nós, trabalhadores, somos obrigados a contribuir para um fundo que, sabemos, está quebrado”, completa o economista.
EnvelhecimentoDados do IBGE apontam que, hoje, o grupo formadopor pessoas com mais de 65 anos e jovens que aindanão estão no mercado de trabalho equivale a 44,6%
da população brasileira. Em 2041, esse grupo deverá corresponder à metade da população devido ao aumento do número de idosos. Em 2060, segundoas mesmas projeções, eles serão 66% dos brasileiros.“Obviamente, as mudanças pesam na previdência. Como o total de idosos será maior, a conta pode não fechar”, analisa a supervisora dedisseminação de informações do IBGE MinasGerais, Luciene Longo.
Cenário se agrava com falta de entendimento política A resistência encontrada pelo governo federalno Congresso Nacional também dificulta osurgimento de soluções para minimizar o
rombo causado pela previdência no país.Uma das tentativas de se intervir na questão
é a proposta de mudança do fator previdenciário.O cálculo, criado em 1999 com intuito de
minimizar os custos da Previdência Social, reduz os benefícios para trabalhadores que se
aposentam antes da idade mínima(65 anos no caso dos homens, e 60, no das mulheres).
Na prática, o mecanismo tenta incentivar os contribuintes a trabalharem por mais tempo.
Dessa forma, quanto menor a idade do aposentado, maior a redução do benefício concedido.
De acordo com levantamentos feitos pela Câmarados Deputados, o fator previdenciário gerou
uma economia de aproximadamente R$ 55 bilhões para o governo federal de 2000 – ano em que
começou a vigorar – a 2011 No entanto, na avaliação de especialistas, todas
as reformas já propostas pelo governo para aprevidência implicam em aumentar o tempo
de atuação dos trabalhadores, o que nãoé bem aceito pela sociedade.
O problema previdenciário brasileiro é a somada falta de vontade política com o envelhecimento da população.“A questão vem se arrastando desde a época do Plano
Real. Um ajuste foi a adoção do fator previdenciário,que depois foi derrubada. Depois criaram
a lei dos 95 anos. Hoje ainda não há consenso entre os poderes e a situação continua
se arrastando”, observa o professor deEconomia da Fundação Getulio Vargas
(FGV/IBS), Flávio Correia.Dados do IBGE apontam que, hoje, o grupo
formado por pessoas com mais de 65 anos e jovens que ainda não estão no mercado de trabalho
equivale a 44,6% da população brasileira.
FONTE;http://www.hojeemdia.com.br/noticias/deficit-da-previdencia-vai-a-r-120-bilh-es-em-2016-1.34663414/09/2015 07:29 - Atualizado em 14/09/2015 07:29
Em um momento marcado por turbulências como agreve dos funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – que já dura mais de dois meses –, o déficit superará, pela primeira vez, a barreirados R$ 100 bilhões, avançando 40,5% em relação a 2015.
14/09/2015
Com uma população idosa que em 25 anos corresponderáa mais da metade dos brasileiros, segundo projeções do IBGE, a questão se torna ainda mais séria. Na avaliação de especialistas, sem uma mudançade regime previdenciário, o país pode caminhar para um colapso econômico.
Para piorar, o momento de dificuldades econômicas pode aumentar o desemprego e diminuir ainda maisa população economicamente ativa, maior responsável por financiar os recursos que sãodestinados aos aposentados e pensionistas.
Para o professor de economia do Ibmec Felipe Leroy,o sistema previdenciário brasileiro foi autossustentávelenquanto existia uma população jovem, grande obastante para financiar os aposentados. Porém, a expectativa de sobrevida (vida após aposentadoria)tem aumentado ao passo que população economicamente ativa tem diminuído.
“A questão demográfica não pode ser mudada, maso regime de previdência, sim, como fez o Chile.Lá, os trabalhadores que entram no mercado contribuem com fundo privado de previdência. Calcula-se o valor que o indivíduo quer ter de
aposentadoria e a cobrança é feita proporcionalmente.
Há um alto custo de transição, mas o grande volumede poupança mudou a dinâmica da previdência no país”,explica.
Para Leroy, a ausência da cultura da poupança no Brasil dificulta melhorias na previdência. “Comoo Estado brasileiro garante salário mínimo mesmoaos que não contribuíram, as pessoas não poupam.O pior é que nós, trabalhadores, somos obrigados a contribuir para um fundo que, sabemos, está quebrado”, completa o economista.
EnvelhecimentoDados do IBGE apontam que, hoje, o grupo formadopor pessoas com mais de 65 anos e jovens que aindanão estão no mercado de trabalho equivale a 44,6%
da população brasileira. Em 2041, esse grupo deverá corresponder à metade da população devido ao aumento do número de idosos. Em 2060, segundoas mesmas projeções, eles serão 66% dos brasileiros.“Obviamente, as mudanças pesam na previdência. Como o total de idosos será maior, a conta pode não fechar”, analisa a supervisora dedisseminação de informações do IBGE MinasGerais, Luciene Longo.
Cenário se agrava com falta de entendimento política A resistência encontrada pelo governo federalno Congresso Nacional também dificulta osurgimento de soluções para minimizar o
rombo causado pela previdência no país.Uma das tentativas de se intervir na questão
é a proposta de mudança do fator previdenciário.O cálculo, criado em 1999 com intuito de
minimizar os custos da Previdência Social, reduz os benefícios para trabalhadores que se
aposentam antes da idade mínima(65 anos no caso dos homens, e 60, no das mulheres).
Na prática, o mecanismo tenta incentivar os contribuintes a trabalharem por mais tempo.
Dessa forma, quanto menor a idade do aposentado, maior a redução do benefício concedido.
De acordo com levantamentos feitos pela Câmarados Deputados, o fator previdenciário gerou
uma economia de aproximadamente R$ 55 bilhões para o governo federal de 2000 – ano em que
começou a vigorar – a 2011 No entanto, na avaliação de especialistas, todas
as reformas já propostas pelo governo para aprevidência implicam em aumentar o tempo
de atuação dos trabalhadores, o que nãoé bem aceito pela sociedade.
O problema previdenciário brasileiro é a somada falta de vontade política com o envelhecimento da população.“A questão vem se arrastando desde a época do Plano
Real. Um ajuste foi a adoção do fator previdenciário,que depois foi derrubada. Depois criaram
a lei dos 95 anos. Hoje ainda não há consenso entre os poderes e a situação continua
se arrastando”, observa o professor deEconomia da Fundação Getulio Vargas
(FGV/IBS), Flávio Correia.Dados do IBGE apontam que, hoje, o grupo
formado por pessoas com mais de 65 anos e jovens que ainda não estão no mercado de trabalho
equivale a 44,6% da população brasileira.
FONTE;http://www.hojeemdia.com.br/noticias/deficit-da-previdencia-vai-a-r-120-bilh-es-em-2016-1.34663414/09/2015 07:29 - Atualizado em 14/09/2015 07:29
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