Temer ao Napoleão:
TEMER DIZ QUE BRASIL VIVE “UMA TRANQUILIDADE INSTITUCIONAL EXTRAORDINÁRIA”
O presidente da República em exercício, Michel Temer, minimizou hoje (8) a crise política e o acirramento das divergências entre governo e oposição. Ele afirmou que o Brasil vive “uma tranquilidade institucional extraordinária”.
09/072015
Esta semana, o governo e sua base aliada têm se mobilizado para defender-se de eventuais pedidos de afastamento da presidenta Dilma Roussef. Na segunda-feira (6), Temer reafirmou a legitimidade do mandado de Dilma. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, a presidenta afirmou que não cairá e classificou as tentativas de interrupção do seu mandato de “um tanto golpistas”.
“Por mais que muitas vezes se diga há esta ou aquela crise, o fato é que temos uma tranquilidade institucional extraordinária”, disse Temer em breve discurso na homenagem póstuma ao ex-presidente da Câmara Paes de Andrade.
“A simbologia da figura do Paes de Andrade revela precisamente esse país que rompeu com o ciclo histórico em que a cada tempo tínhamos uma crise institucional. Hoje temos tranquilidade, para dentro de instituições democráticas, conduzir o país”, acrescentou.
Em tom de conciliação, Temer disse, em entrevista após a solenidade, que o embate entre o governo e a oposição sobre um eventual pedido de abertura de processo de impeachment deve ser evitado e que é preciso unir as forças políticas para melhorar o Brasil. “Temos que pensar no Brasil, que fazer uma grande unidade nacional, que mais do que nunca é necessário um pensamento conjugado dos vários setores da nacionalidade, portanto dos vários partidos políticos para que caminhemos juntos em benefício do Brasil”. Acrescentou que não vale a pena “levar adiante” qualquer discussão a respeito do assunto.
O presidente em exercício também reiterou sua permanência na articulação política do governo. “O vice-presidente da República colabora sempre com a articulação política, aliás a sua própria função de eventual substituto, como hoje se deu em face de viagem da presidenta, revela essa necessidade de articulação política permanente”.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em entrevista após a posse da deputada Luciana Santos na presidência do PCdoB (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Cunha reitera posição de que vice-presidente deixe articulação política do governoFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
As informações sobre uma eventual saída de Temer da articulação política começaram a circular na Esplanada dos Ministérios há uma semana, quando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu que o vice-presidente deixasse o cargo porque, no seu entender, está “sendo sabotado por parte do PT”.
Hoje, mesmo com a tentativa de Temer de minimizar crises, Cunha reiterou sua posição. “Eu já fiz a observação que tinha que fazer, no momento que tinha que fazer. Não vou, todo dia, fazer a mesma observação”, disse.
O presidente da Câmara defende que Temer conclua o processo de aprovação do ajuste fiscal antes de deixar a função, o que vai requerer um esforço de articulação nos próximos dias. “As duas Casas [Câmara e Senado] vão entrar em recesso no fim da semana que vem e esses dias que faltam ele tem que concentrar esforços para concluir o projeto de [votação do] ajuste fiscal, no Senado”, avaliou.
Cunha e Temer participaram de sessão solene em homenagem ao ex-deputado Paes de Andrade, que morreu no mês passado vítima de complicações decorrentes de uma cirurgia no estômago. Em discursos breves, os dois falaram sobre a trajetória política do ex-presidente da Câmara e o protagonismo do cearense, nascido em Mombaça, em questões humanitárias e pela redução de desigualdades.
O ex-parlamentar representou o estado na Câmara dos Deputados entre 1963 a 1999 e foi interlocutor de manifestações contra a censura à imprensa, a violação dos direitos humanos, as cassações de mandatos parlamentares, as prisões arbitrárias e a extinção de partidos políticos. Ele presidiu a Casa no período de 15 de fevereiro de 1989 a 2 de fevereiro de 1991.
Em 4 anos, Dilma gastou R$ 9 bilhões em publicidade. Rede Globo faturou R$ 6,2 bilhões nos governos do PT
No seu primeiro mandato (2003-2014), a presidente Dilma Rousseff gastou 23% a mais com propaganda do que seu antecessor, o petista Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com dados obtidos pelo UOL, a administração dilmista destinou nos 4 anos de seu primeiro governo R$ 9 bilhões para publicidade em emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas, sites de internet, outdoors, cinemas e em outros tipos de mídia.
Lula consumiu R$ 7,3 bilhões nos seu segundo mandato (2007-2010) com publicidade estatal.
Para a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), o ideal é fazer a comparação apenas com os dois últimos anos (2009 e 2010) do segundo mandato de Lula. A Secom prefere comparar gastos de Dilma apenas com final do mandato de Lula.
Nos seus primeiros 4 anos no Palácio do Planalto (2003-2006), Lula gastou R$ 5,9 bilhões com esse tipo de despesa. Essas cifras são todas atualizadas monetariamente pelo IGP-M, o índice usado no mercado publicitário e também pelo governo quando se trata de informações dessa área.
Já o tucano Fernando Henrique Cardoso gastou R$ 4,1 bilhões com publicidade em seus últimos três anos de mandato (2000 a 2002). Não há dados disponíveis anteriores ao ano 2000.
Eis os dados compilados comparando os gastos publicitários de FHC, Lula e Dilma (clique na imagem para ampliar):
DIVISÃO POR MEIOS
Nas três administrações, segundo dados oficiais, o governo federal (administrações direta e indireta), gastou R$ 26,4 bilhões em propaganda.
As TVs são as campeãs no recebimento dessas verbas. Em 2014, tiveram 67% do total. Não há novidade a respeito desse fato, que persiste desde quando esta série história de dados vem sendo coletada.
As diferenças são vistas na participação dos veículos de outras plataformas no bolo de publicidade estatal federal.
Por exemplo, os jornais impressos ficavam com 21% das verbas de propaganda da União no ano 2000. Agora, têm apenas 6%. Essa foi a queda mais abrupta.
Revistas tiveram apenas 5% em 2014. Perderam para as rádios, com 6%.
O meio que mais tem avançado nos últimos anos é internet. Portais, sites, blogs, redes sociais receberam 8% do total das verbas estatais federais de publicidade em 2014. Ficaram em segundo lugar, perdendo apenas para as TVs.
Eis os dados detalhados, ano a ano, da divisão de receitas publicitárias da União por meios, de 2000 a 2014 (clique na imagem para ampliar):
REDE GLOBO
A Rede Globo e as 5 emissoras de propriedade do Grupo Globo (em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília e Recife) receberam um total de R$ 6,2 bilhões em publicidade estatal federal durante os 12 anos dos governos Lula (2003 a 2010) e Dilma (2011 a 2014).
Como a cifra só considera TVs de propriedade do Grupo Globo, o montante ficaria maior se fossem agregados os valores pagos a emissoras afiliadas. Por exemplo, a RBS (afiliada da Globo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina) recebeu R$ 63,7 milhões de publicidade estatal federal de 2003 a 2014.
Outro exemplo: a Rede Bahia, afiliada da TV Globo em Salvador, que pertence aos herdeiros de Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), teve um faturamento de R$ 50,9 milhões de publicidade federal durante os 12 anos do PT no comando do Palácio do Planalto.
A TV Tem, que abrange uma parte do rico mercado do interior do Estado de São Paulo, em 4 regiões (com sedes nas cidades de São José do Rio Preto, Bauru, Itapetininga e Sorocaba), faturou R$ 8,5 milhões de publicidade estatal federal em 2014. Essa emissora é de propriedade do empresário José Hawilla, conhecido como J. Hawilla (pronuncia-se “Jota Ávila”), que está envolvido no escândalo de corrupção da Fifa.
Os dados deste post são inéditos. Nunca foram publicados com esse nível de detalhes até hoje. Os valores até 2013 estão corrigidos pelo IGP-M, o índice usado no mercado publicitário e também pelo governo quando se trata de informações dessa área. Os números de 2014 são correntes (sem atualização monetária).
A série histórica sobre publicidade do governo federal começou a ser construída de maneira mais consistente a partir do ano 2000. Não há dados confiáveis antes dessa data.
O volume total de publicidade federal destinado para emissoras próprias do Grupo Globo é quase a metade do que foi gasto pelas administrações de Lula e Dilma para fazer propaganda em todas as TVs do país. Ao todo, foram consumidos R$ 13,9 bilhões para veicular comerciais estatais em TVs abertas no período do PT na Presidência da República. As TVs da Globo tiveram R$ 6,2 bilhões nesse período.
Apesar do valor expressivo destinado à Globo, há uma nítida trajetória de queda quando se considera a proporção que cabe à emissora no bolo total dessas verbas.
As emissoras globais terminaram o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, em 2002, com 49% das verbas estatais comandadas pelo Palácio do Planalto e investidas em propaganda em TVs abertas.
No ano seguinte, em 2003, já com o petista Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência, a fatia da Globo pulou para 59% de tudo o que a administração pública federal gastava em publicidade nas TVs abertas. Esse salto não se sustentou.
Nos anos seguintes, com algumas oscilações, a curva global foi decrescente. No ano passado, 2014, a Globo ainda liderava (recebeu R$ 453,5 milhões), mas chegou ao seu nível baixo de participação no bolo estatal federal entre TVs abertas: 36% do total da publicidade.
Todos esses dados podem ser observados em detalhes no quadro a seguir (clique na imagem para ampliar):
FONTE;http://www.conversaafiada.com.br/politica/2015/07/08/temer-ao-napoleao-chega-de-golpe-meu-filho/
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