Décima edição de atlas da instituição registra perda do gelo marinho devido ao aumento das temperaturas globais
NASA
Imagem de parte do gelo ártico nas Ilhas da Nova Sibéria, capturada em 13 de setembro de 2013 por um satélite da NASA
De tempos em tempos, atingimos um momento histórico capaz
de mudar tão radicalmente nossos conceitos sobre o mundo que somos forçados a redesenhar nossos mapas — são eventos como o redescobrimento da América por Colombo ou o colapso da União Soviética. Agora, podemos adicionar o aquecimento global à lista.
Na décima edição do Atlas Mundial da National Geographic, que está sendo lançado hoje, 30 de setembro, os cartógrafos da revista afirmam ter desenhado uma das mais notáveis alterações geográficas em toda a história da publicação: os mapas apresentarão muito menos gelo ártico.
02/10/2014
Leia mais: Não são só os 2°C
A perda do gelo marinho ártico tem sido um gritante sinal das mudanças climáticas ao longo dos últimos trinta anos. As temperaturas globais crescentes fizeram com que o gelo recuasse em 12% a cada década, desde os anos 70, com pontos baixos particularmente notáveis em 2007 e 2012. O gelo ártico responde tão rapidamente às mudanças climáticas devido a um circuito de reação positivo: o gelo fino já existente reflete menos luz solar do que a calota polar espessa e, desta forma, o oceano absorve cada vez mais calor – o que contribui ainda mais para o derretimento.
NASA
Registro da NASA da diminuição do gelo ártico entre 1979 e 2011
Tradução: Henrique Mendes
Texto publicado originalmente no Grist, site norte-americano dedicado à divulgação de notícias e assuntos relacionados ao meio ambiente.
Imagem de parte do gelo ártico nas Ilhas da Nova Sibéria, capturada em 13 de setembro de 2013 por um satélite da NASA
De tempos em tempos, atingimos um momento histórico capaz
de mudar tão radicalmente nossos conceitos sobre o mundo que somos forçados a redesenhar nossos mapas — são eventos como o redescobrimento da América por Colombo ou o colapso da União Soviética. Agora, podemos adicionar o aquecimento global à lista.
Na décima edição do Atlas Mundial da National Geographic, que está sendo lançado hoje, 30 de setembro, os cartógrafos da revista afirmam ter desenhado uma das mais notáveis alterações geográficas em toda a história da publicação: os mapas apresentarão muito menos gelo ártico.
02/10/2014
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A perda do gelo marinho ártico tem sido um gritante sinal das mudanças climáticas ao longo dos últimos trinta anos. As temperaturas globais crescentes fizeram com que o gelo recuasse em 12% a cada década, desde os anos 70, com pontos baixos particularmente notáveis em 2007 e 2012. O gelo ártico responde tão rapidamente às mudanças climáticas devido a um circuito de reação positivo: o gelo fino já existente reflete menos luz solar do que a calota polar espessa e, desta forma, o oceano absorve cada vez mais calor – o que contribui ainda mais para o derretimento.
NASA
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Nada disso ajuda a preservar o futuro gelado do Ártico. "Tendo em vista
as tendências atuais, é muito provável que, em algum momento deste
século, não haja mais gelo no Ártico", disse o cientista da NASA
Josefino Comiso à National Geographic.
Os cartógrafos da National Geographic desenharam a nova cara do planeta
com base nas imagens do Ártico em 2012, usando dados coletados pela NASA, agência espacial norte-americana, e pelo Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo (NSIDC,
na sigla em inglês). Já que a quantidade de gelo ártico aumenta e
diminui ao longo do ano, dependendo da estação, o Atlas representa o
gelo de múltiplas camadas – isto é, gelo com mais de um ano desde sua
formação – em branco sólido, enquanto o alcance máximo do gelo marinho,
no inverno, é demarcado por uma linha que delineia seu contorno.
O novo Atlas já está disponível online.
Juan José Valdés, cartógrafo da National Geographic, acredita que as
mudanças poderão ajudar a convencer mais pessoas sobre a realidade das
mudanças climáticas: "Até que se tenha um mapa impresso em mãos, a
mensagem dificilmente chega a todos". Esperamos que isto seja verdade;
no entanto, é bom lembrar, nem mesmo os globos terrestres conseguem
convencer os membros da Sociedade da Terra Plana.
Tradução: Henrique Mendes
Texto publicado originalmente no Grist, site norte-americano dedicado à divulgação de notícias e assuntos relacionados ao meio ambiente.
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