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Por que eu ainda não escolhi meu candidato ELEIÇÕES BRASIL 2014 SETEMBRO



"Um político pensa na próxima eleição. Um estadista, na próxima geração."- James Freeman Clarke, escritor americano.

Publicado: 15/09/2014 16:24 BRT Atualizado: 15/09/2014 16:24 BRT

Está cada vez mais difícil escolher um candidato à presidência da República se levarmos em conta todo o universo que o cerca.

Afinal, qual dos atuais candidatos demonstra ter uma trajetória ilibada e faz parte de um partido ético que não tenha se envolvido em escândalos? 

16/09/2014

Não temos campanha estadistas; temos políticos de egos inflados que são membros de organizações partidárias que visam primordialmente benesses da máquina pública para todos os seus.




O pior é que as campanhas pouco mostraram as reais diferenças entre os principais candidatos.

Afinal, nenhum candidato com chances reais de ser eleito ousaria se posicionar em campanha de forma contrária aos desejos do pouco instruído e muito religioso eleitor brasileiro.

Pesquisa do Ibope feita em 2005 mostrou que apenas um em cada quatro brasileiros tinha alfabetização plena - aquela que demonstra que ele detém pleno domínio da leitura e escrita. Ou seja, em 2005, 75% da população brasileira tinha dificuldade em compreender completamente um texto.

De lá para cá a coisa não melhorou muito.

Já o Censo de 2010 mostrou que 86,8% da população do Brasil se declararam cristãs, sendo 64,6% de católicos e 22,2% de evangélicos.

Não é surpresa portanto, que 79% da população brasileira seja contra a legalização do aborto e da maconha, duas bandeiras que sofrem forte influência religiosa, segundo pesquisa do Ibope/Estado/TV Globo divulgada no último dia quatro desse mês. Por essa pesquisa também ficamos sabendo que 59% da população é contrária a privatização da Petrobras e que 80% dos brasileiros são a favor da maioridade penal.

São números assustadores, principalmente se levarmos em consideração que são realizados um milhão de abortos clandestinos todos os anos no Brasil e que cerca de dez mil mulheres morrem todos os anos por complicações de abortos mal feitos.

Que temos a terceira maior população carcerária do mundo com mais da metade dos encarcerados por causa de drogas e que manter as drogas na ilegalidade só fez crescer os lucros dos traficantes que montaram verdadeiros exércitos com o dinheiro que recebem dessa atividade.

Quanto a Petrobras, empresa que nada à mercê da vontade do governo que está no poder, encerrou o ano de 2013 cotada em dólares por menos da metade do que valia no final de 2010, graças a incompetência administrativa e desvios de verbas, já que suas concorrentes internacionais cresceram nesse mesmo período.

A professora Ann Lee da Universidade de Pequim e da New York University (NYU), recentemente em visita ao Brasil, disse que o país "institucionalizou a democracia muito cedo", porque pessoas não educadas tendem a escolher candidatos ruins. Ok, só que ela ignorou o fato que o governo militar brasileiro (tanto quanto os civis que o sucederam) pouco se preocupou em fornecer educação de qualidade à população.

Mas baseado no cenário atual, que candidato se atreveria a defender propostas contrárias às vontades da maioria desse povo?

Somente os nanicos, candidatos que não tem a menor chance de serem eleitos, é que podem se dar ao luxo de procurar um caminho alternativo e tentar angariar a simpatia de uma minoria descontente visando, quem sabe, um pouco mais de visibilidade à sua legenda no futuro.

Mas campanhas são apenas campanhas e quando o presidente for eleito não é mais pelas vontades do povo que ele tem que se pautar.

No sistema que vigora hoje no Brasil, um candidato à presidente é refém do povo quando em campanha e dos partidos políticos quando eleito.

Em nome da tal governabilidade, o chefe do executivo faz inúmeras concessões aos partidos políticos que o apoiam e aprovam suas propostas, já que seus gulosos dirigentes estão sempre em busca de um ministério ou secretaria para chamarem de seu e tomarem conta de seus polpudos orçamentos.

Eu gostaria de votar em um candidato à presidente que se mostrasse disposto a fazer as profundas reformas que o Brasil precisa e que não ficasse refém de ninguém; que fosse a favor da legalização do aborto e das drogas (começando pela maconha); que privatizasse todas as estatais; que fizesse uma ampla reforma fiscal; que investisse pesadamente na infraestrutura; que deixasse empresas do mundo inteiro atuar aqui e deixar que a lei do mercado dite os preços; que pouco interviesse na economia; que promovesse a energia limpa; que defendesse o casamento gay; que se pautasse pela meritocracia; que acabasse com as regalias dos servidores públicos e que estes tivessem os mesmos direitos dos trabalhadores da iniciativa privada; que cortasse pela metade o número de ministérios e de cargos públicos por indicação; que fizesse uma ampla reforma na educação e na saúde sem criar factoides; que incentivasse a criação de uma nova corporação policial pautada pelo respeito ao ser humano e extinguisse as atuais Polícia Civil e Militar; que criasse reformatórios federais para menores infratores e que, acima de tudo, se cercasse dos mais competentes brasileiros em suas áreas para tomar qualquer decisão para que elas sejam pautadas pela moral, decência e ética.

Eu gostaria de um candidato estadista. E infelizmente eu ainda não o encontrei.

FONTE; BRASIL POST






Marcelo Pizani Favoritar Escritor e jornalista, autor do livro "Formas de Prazer", ed. Record.

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