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MENSALÃO Grupo de Valério usou carro-forte para levar dinheiro, diz procurador

Marcos Valério influenciava até acordos com a base, disse Roberto Gurgel.
Defesa disse que Valério não sabia de esquema de compra de votos.



Durante acusação aos réus do processo do mensalão nesta sexta-feira (3), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que funcionários de Marcos Valério, citado como "operador" e responsável pela obtenção do dinheiro que abasteceu o esquema, tiveram que alugar um carro-forte para transportar valores que seriam pagos a parlamentares.

03/08/2012

"As agências de Valério, só nesta oportunidade, tinham R$ 650 mil em espécie, que foram transportados pelo carro-forte. Algo que poucas agências têm em espécie nos dias de hoje", afirmou, ao ler trecho das alegações finais que citava que o ex-assessor parlamentar do PP João Cláudio Genu recebeu dinheiro transportado pelo carro-forte.




No segundo dia do julgamento do mensalão, o procurador apresentou a argumentação para a condenação de 36 dos 38 réus acusados de pertencer ao suposto esquema de pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio político ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na acusação, Gurgel afirmou que funcionárias das agências de Valério - Geiza Dias e Simone Vasconcelos - realizavam saques e entregas do dinheiro ilícito aos parlamentares.

Segundo a denúncia, eram elas também que repassavam ao Banco Rural o nome das pessoas que deveriam ser beneficiadas por repasses "que alimentavam o esquema ilícito de compra de votos", segundo a denúncia da Procuradoria.


Réus negam acusações

Nas alegações entregues ao Supremo, a defesa de Valério confirmou que foram feitos empréstimos ao PT, mas negou irregularidades. Disse acreditar que o dinheiro seria usado para quitar dívidas de campanha. Geiza Dias e Simone Vasconcelos argumentam que cumpriam ordens do chefe, Marcos Valério.

Já os sócios de Valério, afirmaram ao Supremo que concordaram com os empréstimos porque as empresas poderiam ser beneficiadas, mas negaram ter conhecimento do esquema ilícito.

A defesa de todos os réus terá uma hora para a defesa dos clientes a partir da próxima segunda-feira (6).

'Personagem influente'Ainda segundo Gurgel, o publicitário Marcos Valério era o “operador do mensalão” e, conforme os supostos pagamentos e acordos em troca de apoio político aumentavam, seu papel se tornava mais importante na organização criminosa denunciada.

“Na medida em que se intensificavam os acordos, ele [Valério] tornou-se personagem influente com poder até para influenciar os acordos com a base aliada”, disse. Segundo Gurgel, Valério tornou-se o “homem de confiança de Dirceu”

Prova é 'contundente' sobre 'atuação de Dirceu como líder', diz Gurgel

Segundo o PGR, “Dirceu foi o mentor do esquema enquanto Valério foi seu principal operador”. “A prova não deixa dúvidas de que Dirceu teve a ideia, mas era necessário o dinheiro”, disse Gurgel. “Marcos Valério foi a pessoa que em razão do vínculo com os bancos BMG e Rural possibilitou a entrada do dinheiro.”

Ainda conforme a acusação, a sistemática pode ser descrita da seguinte maneira: efetuados acordos com partidos e parlamentares, Valério providenciava o dinheiro e a entrega em agências bancárias e em quartos de hotel. "Tudo era muito estranho”, disse Gurgel sobre a atuação de Valério.

Em relação aos sócios de Marcos Valério - Cristiano Paz e Ramon Hollerbach -, Roberto Gurgel afirmouque ambos tinham conhecimento dos saques para pagamento de parlamentares.




Núcleo financeiroRoberto Gurgel também falou sobre os quatro acusados ligados ao banco Rural, Kátia Rabello, que presidia a instituição financeira; José Roberto Salgado e Vinícius Samarane, ex-diretores, e a funcionária Ayanna Tenório.

"O Banco Rural serviu aos propósitos da quadrilha [grupo de Marcos Valério] desde 1998. [...] Dirigentes do Banco Rural tinham interesse econômico no governo, a liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco e por isso se associaram aos demais integrantes para o cometimento do delito", disse Gurgel, para quem o banco tornou-se "peça chave" no esquema.

Nas alegações finais ao Supremo, a defesa dos dirigentes do Banco Rural afirmou que os empréstimos às empresas de Valério foram legítimos e que não tinham informações de que os valores era utilizados de forma ilícita.fonte;g1

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