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Tramas Ocultas no Mundo Espiritual 2012


Os capítulos 22 a 24 do livro de Números tratam de uma trama espiritual urdida preparada astutamente – para amaldiçoar o povo de Deus que deixara o Egito. Balaque, rei de Moabe, ao ver aquela multidão acampada nas proximidades de seu reino, teve medo e disse aos seus súditos: "Agora, lamberá esta multidão tudo quanto houver ao redor de nós, como o boi lambe a erva do campo" (Nm 22.4). Só havia um jeito de parar aquela multidão: amaldiçoá-la, e para tanto pediu socorro a Balaão, profeta que vivia junto ao rio Eufrates.

Àqueles que não conhecem bem a história recomendo que leiam os capítulos mencionados já que num artigo como este, contar toda a história ocupará muito de nosso espaço. Mas quero resumir essa história: Balaque, manda chamar a Balaão, o profeta e lhe oferece muita riqueza para que venha e amaldiçoe o povo de Deus. O profeta, consulta a Deus e é por ele proibido de viajar e de amaldiçoar o povo, e acrescenta: "este é povo abençoado" (Nm 22.12). Balaão obedece a Deus e não viaja com os príncipes enviados para buscá-lo. A comitiva retorna ao seu país sem qualquer sucesso. Mas Balaque não desiste. Ele sabe que o dinheiro e as riquezas têm grande poder de barganha, mesmo entre os servos de Deus, por isso envia novamente seus príncipes com uma oferta maior, e aos olhos de Balão a oferta foi irrecusável: ele iria garantir o futuro de toda sua família!

09/02/2012


Dessa vez, quando Balaão volta a falar com Deus, este sabendo que o coração de seu servo estava inclinado a aceitar a oferta, permite que vá, com uma condição: falará apenas o que Deus colocar em seus lábios. E Balaão segue com os príncipes de Balaque a fim de amaldiçoar o povo de Deus. Obviamente que tem toda a história da jumenta que fala, dos montes que ele sobe, dos sacrifícios que oferece, mas na hora de abrir a boca, só fluem palavras de bênçãos! E Balaão tem de confessar: "Como posso amaldiçoar a quem Deus não amaldiçoou? Como posso denunciar a quem o Senhor não denunciou?" (Nm 23.8).

Uma trama desconhecida de Moisés e do povo de Deus. É interessante observar que essa trama de destruir o povo de Deus, feita em secreto nem sequer chegou ao conhecimento do povo nem de Moisés, pelo menos é o que se depreende do texto bíblico. O ponto que quero destacar é que existem tramas contra a vida pessoal dos servos de Deus e contra a vida da igreja que nos são desconhecidos, e que são desfeitos por Deus sem que nos cheguem ao conhecimento. Uma coisa é sabermos das más intenções do diabo – as intenções gerais de querer nos destruir, tema que vai do livro de Gênesis ao Apocalipse.

Jesus e os apóstolos tentaram nos advertir. O Novo Testamento nos adverte e nos exorta a estarmos atentos às ciladas do diabo, e penso que não se faz necessária uma abordagem minuciosa sobre esse tema no momento. Creio que existem tramas planejadas contra nós no mundo espiritual, ataques forjados por Satanás e seus demônios que desconhecemos. São ataques aos quais Deus se antecipa e desfaz livrando-nos sem que nos demos conta. Por outro lado, às vezes sentimos que algum tipo de urdidura foi planejada no mundo espiritual; sentimos que seremos atacados a qualquer momento, mas não sabemos de que forma o ataque virá.
No caso específico de Balaque e Balaão o povo nem ficou sabendo do que estava ocorrendo. Como não deu certo a tentativa de amaldiçoar o povo com palavras de maldição, Balaão e Balaque usaram de outra estratégia: atacar o povo com tentações da carne. Levaram as mais lindas mulheres até as proximidades do acampamento para que tentassem os judeus pelo sexo. Nisso conseguiram grande vitória. Os homens passaram a ter relações sexuais com as mulheres moabitas. Induzidos por elas passaram a prestar cultos aos deuses dos moabitas: sexo e adoração a deuses eram práticas comum entre os povos da época! O capítulo 25 de Números começa com essa triste nota: "...começou o povo a prostituir-se com as filhas dos moabitas." O texto bíblico diz que um príncipe da casa dos simeonitas foi pego adulterando com uma princesa moabita (Nm 25.14-18) e que tudo isso aconteceu por conselho de Balaão, o profeta! Veja Números 31.15-16.

Descobri que os Salmos têm respostas à questão dos tramas ocultos. O Salmo 31.19-20 diz: "Como é grande a tua bondade, que reservaste aos que te temem, da qual usas, perante os filhos dos homens, para com os que em ti se refugiam! No recôndito da tua presença, tu os esconderás das tramas dos homens, num esconderijo os ocultarás da contenda das línguas." Quer dizer, Deus usa de bondade para os que nele se refugiam e os esconde das tramas dos homens! Nas câmaras das trevas ao lado de seus príncipes e demônios o diabo planeja contra os filhos de Deus, mas o Senhor, sem que o saibamos, intervém a nosso favor!
Não é isso de que trata o Salmo 91? Para muitos o Salmo 91 é um talismã, usado nas situações de aperto, mas na realidade o Salmo trata de um só tema: o que habita em Deus e confessa que Deus é o seu refúgio receberá socorro na hora da tribulação. Os versículos 9 a 11 afirmam: "Pois disseste: O Senhor é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada. Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito para que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra....". Depois o Salmo apresenta Deus falando: "Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome" (v. 14). Portanto, longe de ser um talismã para dar sorte, o texto trata da intimidade e comunhão entre o homem e Deus. Quando nos escondemos em Deus, de uma coisa estamos certos: ficaremos seguros. É o que diz outro Salmo: "Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação" (Sl 27.7).

Ainda noutra passagem o salmista fala desse esconderijo como um pavilhão ou cobertura que nos esconde da vista do diabo: "Pois no dia da adversidade, ele me ocultará no seu pavilhão; no recôndito do seu tabernáculo, me acolherá; elevar-me-á sobre uma rocha" (Sl 27.5). Você já se imaginou escondido na habitação de Deus, o tabernáculo, e protegido sob uma cobertura, ou pavilhão? Na hora do ataque do diabo é sob suas asas, em seu abrigo que somos escondidos da ação do diabo. Foi isso o que aconteceu com o povo de Israel na saída do Egito. Faraó perseguiu os filhos de Israel, e é claro, era mais rápido, pois seu exército usava da cavalaria enquanto povo de Israel andava a pé, com velhos, crianças e mulheres que não conseguiam correr. O anjo de Deus que ia à frente do povo foi para a retaguarda, a nuvem também foi para trás do povo, impedindo o exército de Faraó de ver o povo de Deus.

"Então o anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e passou para trás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles, e ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; a nuvem era obscuridade para aqueles e para este esclarecia a noite; de maneira que, em toda a noite, este e aqueles não puderam aproximar-se" (Ex 14.19-20).

É isso o que significa ficar escondido no pavilhão de Deus! Parece-nos que no milênio o povo de Deus terá esse tipo de cobertura protegendo-o da ação da natureza: "Criará o Senhor, sobre todo o monte de Sião e sobre todas as suas assembléias, uma nuvem de dia e fumaça e esplendor de fogo chamejante de noite; porque sobre toda a glória se estenderá um dossel e um pavilhão, os quais serão para sombra contra o calor do dia e para refúgio e esconderijo contra a tempestade e a chuva" (Is 4.5-6).

Orando para ser guardado do mal. Este é um direito garantido pelo próprio Jesus aos seus filhos. Durante muitos anos lutei contra essa idéia de orar para ser guardado, pois afinal, sou um escravo de Jesus, e não tenho direito algum. Havia me esquecido que também sou filho e como tal gozo de amplos direitos na família de Deus e um deles é da proteção divina. Dois textos citados por Jesus indicam meu direito de orar pedindo proteção de Deus. Na oração que ensinou aos discípulos, Jesus conclui assim: "E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal" (Mt 6.13). Mal, aqui não é num sentido genérico, mas o próprio diabo. No original é maligno! Jesus ensinou-nos a orar ao Pai para sermos livres do maligno, isto é, do próprio Satanás.

Em João 17.15 novamente Jesus intercede ao Pai por nós, dizendo: "Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal". A palavra aqui é maligno, referindo ao diabo, inimigo de Deus e de seu povo! "O Senhor me livrará também de toda obra maligna" (2 Tm 4.18), diz Paulo, quem sabe referindo-se até mesmo a obras preparadas e tramadas contra nós no ocultismo!

Fico pensando na reação de Pedro quando Jesus lhe disse que o diabo queria permissão para peneirar seu discípulo como se faz com o trigo. Pedro, nas mãos do diabo seria jogado para cima e para baixo, como acontece com alguns animaizinhos dos desenhos animados da tevê. Mas Jesus intervém e não permite que o diabo proceda assim. "Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça" (Lc 22.31). Como o propósito do diabo é só o de matar e destruir, Paulo aconselha: "...pois não lhe ignoramos os desígnios" (2 Co 2.11). Não resta dúvida de que devemos continuamente orar: "Esconde-me à sombra das tuas asas" (Sl 17.8).

Vejamos algumas orações que podemos fazer:
"Esconde-me da conspiração dos malfeitores e do tumulto dos que praticam a iniquidade...para, às ocultas, atingirem o íntegro. Mas Deus desfere contra eles uma seta..." (Sl 64.2,7).

"Contende, Senhor, com os que contendem comigo; peleja contra os que contra mim pelejam.... Sejam confundidos e cobertos de vexame os que buscam tirar-me a vida" (Sl 35.1,4).

"Guarda-me dos laços que me armaram e das armadilhas dos que praticam iniquidade. Caiam os ímpios nas suas próprias redes, enquanto eu, nesse meio tempo, me salvo incólume" (Sl 141.9-10).

Finalmente, creio que a melhor declaração está no Salmo 23 quando Davi, exclama: "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam" (Sl 23.4 grifo do autor). Se Deus está do nosso lado, e se estivermos abrigados em seu refúgio, podemos afirmar como Paulo: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8.31).

Fonte;Pastor João A. de Souza Filho – www.pastorjoao.com.br



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