uma semana - chegando a quase quatro registros por hora. Desse total, 
134 tiveram confirmação para zika, em 102 essa relação foi descartada e outros 2.165 continuam sob investigação. 
Os registros foram feitos em 549 municípios, em 19 Estados e no Distrito Federal.

16/12/2015


Seis Estados entraram pela primeira vez na lista: São Paulo, Espírito Santo, 
Minas Gerais,
 Mato Grosso, Pará e Rio Grande do Sul. Além do aumento de casos, o governo
 já teme 
que as festas de fim de ano espalhem o surto de zika pelo País.

As equipes do Ministério da Saúde continuam nos Estados de Pernambuco, 
Rio Grande
 do Norte, Paraíba, Sergipe e Ceará, que estão entre os mais atingidos pelo problema.
 A pio
r situação continua em Pernambuco, com 874 casos em investigação, seguido por
 Paraíba
 e Bahia, com 322 e 316 suspeitas, respectivamente.

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério 
da Saúde,
 Cláudio Maierovitch, avalia que o ritmo de registros de novos casos se reduziu ao
 longo das últimas duas semanas.

Para ele, essa queda no ritmo poderia ser explicada por dois motivos distintos. 
Profissionais de saúde poderiam estar mais familiarizados com o problema e, 
com isso, o risco de notificações incorretas diminuiria. Outra possibilidade seria
 uma estabilização da epidemia. O pico de nascimentos de bebês com problema 
coincidiria com os nove meses posteriores ao auge da epidemia de zika.

O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Rivaldo Cunha, no entanto, acha 
precipitado falar em queda do ritmo de registros. "O padrão está mantido",
 disse. Quando a declaração de emergência em saúde pública foi feita, o número 
de casos era de 141. No boletim seguinte, o número havia saltado para 520 (268%)
. No terceiro informe, os casos chegavam a 739 (42%). Depois passaram para 1.248
 (68%) e para 1.761. "O último aumento foi muito significativo."

Fim de ano

De acordo com o diretor, há transmissão sustentada atualmente em vários Estados, 
sobretudo no Nordeste. Maierovitch admite que, com as festas de fim de ano, aumenta
 o risco de a doença se espalhar por todo o País.

"Qualquer movimentação acelera o risco. Esse é um temor. Daí a necessidade de o 
viajante 
adotar os cuidados necessários para evitar a infecção." A Agência Nacional de
 Vigilância Sanitária (Anvisa) deverá incluir recomendações de prevenção para os viajantes em sua página na internet.

Ele fez um apelo para que pessoas, antes de deixar suas casas durante o período de férias,
 façam uma proteção de locais que tenham potencial de se transformar em criadouros
 do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, da zika e da chikungunya. "Estamos
 lidando com uma das maiores epidemias com registro no País", disse o ministro da 
Saúde, Marcelo Castro.

Repelente

O zika vírus é transmitido pela picada do Aedes contaminado. Nesta quarta-feira, 16,
 uma reunião será realizada com representantes de produtores de repelentes, 
integrantes do Ministério da Saúde e da Anvisa para discutir a possibilidade
 de compra de produto para distribuição para gestantes. "Há uma série de coisas
 que precisam ser avaliadas. Entre elas, a capacidade da indústria para
 fornecimento de produtos, prazos, preços", disse Maierovitch.

O diretor ressaltou que a distribuição de repelentes é medida adicional. 
"O repelente é um quebra-galho", definiu. "O principal é o combate ao vetor."

Entrada nas casas

O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, afirmou que o grupo 
deverá encaminhar nesta semana à Advocacia-Geral da União (AGU) uma
 consulta sobre quais procedimentos União, Estados e municípios devem
 adotar caso uma pessoa se recuse a abrir a residência para visitas de 
agentes de controles de endemia ou se houver prédios ou casas fechadas
 sem nenhuma possibilidade de acesso das equipes de combate ao mosquito.

Occhi afirmou ainda que o grupo já decidiu que larvicida será adicionado à 
água entregue à população no semiárido. As informações são do jornal 
O Estado de S. Paulo.