A Vale é proprietária atualmente da única ferrovia brasileira, a Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), a oferecer trens diários de passageiros em longas distâncias. Como se informou na terça-feira (14/02/2015), a empresa investiu cerca de R$ 188 milhões para melhorar esse serviço, tendo comprado 56 novos vagões fabricados na Romênia, com padrões europeus de qualidade. Ainda neste trimestre, eles estarão transportando pessoas entre Belo Horizonte e Vitória.
15/01/2014
O transporte de passageiros, abandonado por praticamente todas as outras ferrovias privatizadas na década de 1990, época em que a própria Vale foi posta à venda pelo governo federal, é uma tradição da EFVM.
A ferrovia, construída por investidores britânicos e inaugurada há 110 anos, foi incorporada pela Companhia Vale do Rio Doce quando a estatal surgiu na década de 1940. Ao longo de seu trajeto de 905 quilômetros, atravessando 42 municípios mineiros e capixabas, nasceram cidades importantes, como Ipatinga e Governador Valadares, e vastas regiões se desenvolveram.
É importante que a Vale esteja disposta a manter e melhorar esse serviço, embora ele seja praticamente irrelevante, em termos de faturamento dessa ferrovia. No último balanço semestral publicado, referente a 30 de junho do ano passado, a receita no semestre foi de menos de R$ 17 milhões com o transporte de 446 mil passageiros, enquanto a receita operacional líquida da EFVM somava R$ 739 milhões.
Além de passageiros, a ferrovia transportou naqueles seis meses mais de 74 milhões de toneladas de produtos.
O minério de ferro produzido pela Vale e por outras mineradoras responde pela maior parte desse transporte, que inclui também aço fabricado pela Usiminas em Ipatinga, carvão, veículos e combustíveis, entre outros produtos.
Ou seja, algo bem diferente do mineroduto que vai ligar uma mina de minério de ferro em Conceição do Mato Dentro ao Porto do Açu, no Rio de Janeiro, que está sendo construído por uma empresa do grupo Anglo American, para levar do território mineiro o minério – e a água doce usada no transporte por mineroduto – sem proporcionar qualquer progresso econômico e social ao longo de seu trajeto de 525 quilômetros.
Com menos do dobro desse comprimento, a EFVM transporta 37% de toda a carga ferroviária nacional, apesar de representar pouco mais de 3% da malha existente atualmente no país. Esse fato ressalta o caráter social da iniciativa da Vale de dar importância ao transporte de passageiros e não apenas ao de produtos, apesar da relevância destes na atividade da empresa.
E a comparação entre uma ferrovia e um mineroduto precisa ser feita pelas autoridades mineiras toda vez que forem chamadas a aprovar um projeto como esse de Conceição do Mato Dentro.
Até na África exploradores de minérios construíram ferrovias, por que não aqui?
Carros mais modernos e seguros no trem Vitória-Minas
Composições serão climatizadas, terão monitores de vídeo e poltronas são mais largas
Motivos não faltarão para dar mais força à expressão popular “mineiro não perde o trem”. O modal de passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que faz a ligação entre BH e o Espírito Santo, estará de cara nova. Cerca de R$ 188 milhões foram investidos para renovar a frota. Operado pela Vale, o serviço é o único no país que oferece diariamente o transporte ferroviário de passageiros em longa distância.
Cinquenta e seis novos carros, sendo dez vagões executivos e 30 econômicos, vão substituir os atuais. Segundo o diretor da EFVM, Carlos Quartieri, a previsão é a de que o sistema comece a operar a partir do primeiro trimestre deste ano. Para ele, os principais benefícios são a segurança e a comodidade oferecidas aos viajantes.
Quartieri disse que os carros foram fabricados na Romênia e seguem padrões europeus de qualidade. Na classe executiva, as poltronas são mais largas e com inclinação maior que as da classe econômica. No carro onde fica o restaurante, a capacidade foi aumentada em 56%. Agora, são 72 lugares no espaço reservado para as refeições.
As portas externas têm agora um novo sistema de abertura e fechamento, que é automático. A travessia entre os carros também mudou e a conexão entre os vagões passa a ser vedada por um sistema de plástico emborrachado. Além disso, toda a composição passa a contar com detector de fumaça e os banheiros terão a substituição do papel toalha por ar quente para a secagem das mãos.
Atualmente, 42 municípios entre Minas e Espírito Santo são atendidos pelo trem da Vale. São 664 quilômetros de percurso e 30 pontos de embarque e desembarque. Por ano, cerca de 1 milhão de passageiros são transportados.
Modal metropolitano terá consulta pública
Mostrado com exclusividade pelo Hoje em Dia no 2° semestre do ano passado, o projeto do Trem Metropolitano foi reduzido a menos da metade e caminha a passos lentos para seguir o bom exemplo do modal da Vale. Planejado para transportar passageiros de 26 cidades mineiras, em 505 km de ferrovias, o sistema promete atender 13 municípios e o trajeto será de 192 km. Até o fim do primeiro trimestre deste ano, será feita uma consulta pública que dá sequencia à implantação da Parceria Público-Privada (PPP).
FONTE;hoje em dia/vale
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