Lições sobre o calote grego e a economia europeia 2012

 

A aprovação do novo plano de ajuda à Grécia foi a melhor solução para a economia da Europa e também para o resto do mundo globalizado, em que pese o que está sendo chamado de “perdão da dívida sem precedentes dos bancos credores”, um novo sinônimo para calote.
Empurra-se o problema para o futuro, impedindo que a quebra da Grécia, o país mais problemático da zona do euro, possa contaminar, de imediato, outras economias de maior porte, como as de Portugal, Espanha e Itália, para ficar apenas nessas três nações.

22/02/2012


O custo será alto, como o foi o Proer durante o governo Fernando Henrique Cardoso, no Brasil, guardadas as devidas proporções. Lá como cá, o custo seria muitas vezes superior caso alguma providência não fosse tomada, embora, no caso europeu, os bancos estejam ficando no prejuízo. Tanto que as bolsas fecharam em baixa, após realizações de lucro, não conseguindo dissipar preocupações sobre o futuro.

Não se sabe se o acordado será suficiente para manter a economia grega em equilíbrio até 2020. A dívida atual equivale a 160% do PIB da Grécia. Até 2020, se tudo der certo, ela estará reduzida a 120,5% do PIB.

Dificilmente um devedor quebrado revela todas as nuances do seu variado leque de dívidas. Portanto, pode haver ainda algum outro problema não colocado na mesa de negociação.

Contudo, evitou-se um calote desordenado da dívida, o que poderia provocar uma correria aos bancos e o pior dos cenários. O que espera-se que ocorra agora, em março, será uma operação ordenada de troca de títulos da dívida grega com os credores. Os bancos, seguradoras e fundos de hedge, que detêm em carteira obrigações soberanas gregas, vão decidir, individualmente, mas em ordem, se aceitam ou não um desconto de 53,5% sobre os títulos que possuem.

Cada título com valor de 100 euros será trocado por um novo, mas com valor de face de 46,5 euros. O restante estará perdoado ou perdido. Um excelente negócio para quem deve, ou seja, a Grécia, mas mesmo assim não é uma garantia de que o devedor estará saudável ao final do período. O negócio é ruim para o credor, mas poderia ser pior, caso a situação se deteriorasse ainda mais. Pior para todos, Brasil inclusive. A Grécia poderia simplesmente não pagar nada.

É a crise financeira europeia sendo resolvida pelos atores da zona do euro. Nos Estados Unidos, a economia e o nível de emprego dão sinais de recuperação. Caso a Europa se recupere, o mundo poderá voltar a um novo período de desenvolvimento.

Lições devem ser tiradas dessa situação pelas autoridades monetárias brasileiras, pois a relação de trocas com o exterior está se deteriorando. É bom colocar as barbas de molho.


FONTE;HOJE EM DIA

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