Pesquisador Detalha como Foi a Descoberta de civilização antiga na Amazônia EM 2018 PDF.



02/04/2018





Pesquisador detalha como foi a descoberta de civilização antiga na Amazônia

17:48 29.03.2018(atualizado 04:26 30.03.2018)URL curta
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Uma descoberta feita por arqueólogos brasileiros revelou que a área da bacia do Alto Tapajós, na estado do Mato Grosso, pode ter sido habitada por cerca de 1 milhão de pessoas. Eles mapearam aproximadamente 81 sítios arqueológicos que apontam que lá pode ter havido uma alta presença de seres humanos.


O arqueólogo Jonas Gregório de Souza, pesquisador da Universidade de Exeter, na Grã- Bretanha, um dos responsáveis pela descoberta em entrevista à Sputnik Brasil contou que a concepção de que a floresta amazônica era lar de povos muito pequenos não existe há bastante tempo.

"Nós temos muitas evidências de que as populações humanas da Amazônia no período anterior à chegada dos europeus eram muito maiores e muito mais complexas do que a gente viu no período histórico. A grande questão é saber onde que essas populações estavam concentradas", explicou.

Outro rasto de uma civilização antiga é visto do céu na bacia do Alto Tapajós, no estado do Mato Grosso

Para descobrir o local onde iria fazer sua pesquisa, Jonas Gregório de Souza contou que outros arqueólogos já haviam descoberto muito sítios arqueológicos na região onde hoje é o estado do Acre e na região do Alto Xingu, que fica no nordeste do estado do Mato Grosso.





Arqueólogos encontram vestígios de civilização desconhecida na Amazônia (FOTOS)"Como existiam semelhanças entre os sítios arqueológicos encontrados a leste e a oeste, mas existia esse vazio no meio, nós decidimos ir até essa área para testar a hipótese de que talvez também se encontrariam sítios arqueológicos semelhantes. Isso provaria que toda essa região ao sul da Amazônia estava densamente ocupada no período anterior à chegada dos europeus, foi isso que nos motivou a fazer essa pesquisa", contou.



Um geóglifo que testemunha que aqui houve civilização é visto na bacia do Alto Tapajós (imagem referencial)

Entre os vestígios encontrados há cerâmicas, machados de pedra, fortificações e solo fértil. Antes da pesquisa ser feita em campo, ou seja, com os pesquisadores indo pessoalmente até o local, eles colheram diversas imagens de satélites.




Encontrada civilização perdida no Caribe"Nessas imagens foram localizados os potenciais sítios arqueológicos. Então nós fomos à campo e visitamos uma seleção desses possíveis sítios para confirmar se, de fato, se tratavam de sítios arqueológicos", disse Jonas.

Segundo o arqueólogo, um dos sítios mais impressionantes que eles encontraram tem aproximadamente 400 metros de diâmetro e a construção é feita em um formato semelhante ao das aldeias indígenas.

"Um dos sítios que nós visitamos era cercado por um fosso que tinha mais ou menos 400 metros de diâmetro, um poço muito profundo, uma mureta de terra e descia uma estrada com dois muros paralelos que a delimitavam. Essa estrada se estendia por quase 1,5 km em direção ao sítio arqueológico. Dentro do sítio arqueológico, nós encontramos o conjunto de plataformas, de montes de terra, que provavelmente eram antigas plataformas de casas, dispostas de uma forma circular que lembra as aldeias indígenas que nós vemos até hoje", descreveu.


Local da pesquisa na bacia do alto Tapajós, estado do Mato Grosso

Um estudo feito posteriormente pela equipe apontou que esse local deva ter sido ocupado por seres humanos entre os anos de 1400 e 1450. O próximo desejo de Jonas Gregório de Souza é entender por quanto tempo e de que forma esses locais foram ocupados.

"Quero escavar eles com mais intensidade e entender como ele foi construído ao longo do tempo, se em uma única ocasião ou se eles foram construídos aos poucos ao longo dos séculos e se várias culturas diferentes habitaram o local", completou.


Dentro da história: membro da equipe de arqueólogos da Universidade de Exeter posa para foto dentro de uma das linhas do geóglifo que testemunha que houve aqui uma civilização antiga

A pesquisa toda durou aproximadamente um ano, contando entre a parte feita por satélite e o trabalho de campo. Para ser viabilizada foi necessário o apoio financeiro da National Geographic e de universidades brasileiras.

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