26/01/2018
24/01/2018 - 07h45 - Atualizado 08h53
Os casos de febre amarela confirmados em Minas Gerais dobraram em apenas uma semana. De acordo com boletim divulgado ontem pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), 47 pacientes estão infectados. O número é 113% maior em relação ao levantamento anterior, anunciado em 17 de janeiro, quando eram 22 registros. Já os óbitos saltaram de 16 para 25 no mesmo período.
A Grande BH concentra a maioria das mortes, com 12 vítimas até o momento. Os óbitos ocorreram na capital, Brumadinho, Caeté, Mateus Leme, Rio Acima e Nova Lima. Só nesse último município, seis pessoas perderam a vida em decorrência da enfermidade. A cidade lidera o ranking de mortes em Minas. Já em Sabará e Santa Luzia há pacientes sendo tratados. Dentre os casos confirmados no Estado, 19 foram relatados na região metropolitana da capital, o equivalente a 40% do total.
Causas
Não há explicação oficial para o fenômeno, mas especialistas apontam possíveis causas. Uma delas é a “invasão” dos condomínios em locais que eram rurais. “Ainda não acreditamos na introdução do vírus em áreas urbanas, mas muitos condomínios estão em áreas verdes. A penetração humana nesses espaços pode estar causando um desequilíbrio”, sugere o virologista Flávio Guimarães da Fonseca, da UFMG.
A concentração dos casos nas cidades vizinhas à capital também deve ter relação com a melhoria da rede hospitalar nesses municípios. Para Fonseca, esse avanço pode ter propiciado mais internações mesmo que o contágio dos pacientes tenha ocorrido em outras localidades, principalmente por conta das férias.
“É preciso fazer uma investigação aprofundada da rota do vírus para detectar áreas de contágio, o que é essencial para o combate à doença. Estamos em um período em que as pessoas circulam muito, inclusive para áreas rurais, e isso tem que ser levado em conta”, afirma o especialista.
Combate
Por nota, a SES informou ter adotado a imunização casa a casa, com prévia conferência do cartão de vacinação, nas regiões onde há casos confirmados da febre amarela. Além disso, a vigilância de mortes de macacos e investigação de insetos foram intensificadas.
A pasta ainda disse que irá reforçar a vacinação conforme o perfil da cidade, realizar exames laboratoriais e fazer reuniões de planejamento e orientações aos municípios. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, reforçou o alerta da necessidade da vacinação.
Em coletiva à imprensa, ele lembrou que muitos brasileiros evitam a folia e preferem participar de retiros em regiões de mata durante o período. “Essas pessoas têm que tomar a dose com antecedência mínima de dez dias”, frisou.
*Com Agência Brasil
FONTE;https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/febre-amarela-número-de-doentes-salta-113-em-uma-semana-1.591705
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