Nos anexos, Valério afirma ter tido forte influência na gestão de Eduardo Azeredo EM 2017.
Nos 60 anexos da pré-delação premiada de Marcos Valério, escritos na prisão, o ex-publicitário detalha como ele e os sócios teriam tido forte influência no governo de Minas durante a gestão do PSDB.
Segundo movimentação financeira incluída no material, somente a campanha pela reeleição do candidato tucano ao governo de Minas em 1998, Eduardo Azeredo, somaria R$ 104,34 milhões em Caixa 2. Doações ilegais a campanhas, chantagens, desvio de recursos de Furnas e até compra de ações da Cemig com dinheiro sujo recheiam o documento.
27/07/2017
27/07/2017
A facilidade com que Valério transitava em todas as esferas de poder e a quantidade de dinheiro movimentado chamam a atenção. Entre as centenas de empresas que teriam participado do esquema de Caixa 2 para financiar a campanha de Eduardo Azeredo estaria a Usiminas.
A siderúrgica – que também aparece como doadora de campanha por meio de Caixa 2 a Aécio Neves e Lula, segundo o ex-publicitário – teria dado R$ 1 milhão a Azeredo, segundo descrito no Anexo 12. Azeredo perdeu o pleito para Itamar Franco e não voltou ao Palácio da Liberdade.
Outro que teria recebido recursos de Caixa 2 da companhia foi Fernando Henrique Cardoso. “Dinheiro este repassado a Pimenta da Veiga, que na época era ministro”, diz o Anexo 9.
Outra forma de movimentar dinheiro era por meio de empréstimos feitos em instituições como o Banco Rural, hoje em liquidação extrajudicial, e o Banco Cidade, que não existe mais. Os sócios da SMP&B retiravam os recursos e os pagamentos às instituições financeiras eram feitos por meio de dinheiro escuso, negociado com outros operadores do esquema.
Chantagem
Na época, de acordo com Valério, o então tesoureiro de campanha do ex-governador, Cláudio Mourão, teria resolvido cobrar de Azeredo uma grande quantia em dinheiro como remuneração por trabalhos prestados e por débitos junto à empresa que ele mantinha de aluguel de carros.
Sem sucesso, Mourão ameaçou o ex-governador de tornar público os esquemas ilegais ocorridos durante a campanha.
A siderúrgica – que também aparece como doadora de campanha por meio de Caixa 2 a Aécio Neves e Lula, segundo o ex-publicitário – teria dado R$ 1 milhão a Azeredo, segundo descrito no Anexo 12. Azeredo perdeu o pleito para Itamar Franco e não voltou ao Palácio da Liberdade.
Outro que teria recebido recursos de Caixa 2 da companhia foi Fernando Henrique Cardoso. “Dinheiro este repassado a Pimenta da Veiga, que na época era ministro”, diz o Anexo 9.
Outra forma de movimentar dinheiro era por meio de empréstimos feitos em instituições como o Banco Rural, hoje em liquidação extrajudicial, e o Banco Cidade, que não existe mais. Os sócios da SMP&B retiravam os recursos e os pagamentos às instituições financeiras eram feitos por meio de dinheiro escuso, negociado com outros operadores do esquema.
Chantagem
Na época, de acordo com Valério, o então tesoureiro de campanha do ex-governador, Cláudio Mourão, teria resolvido cobrar de Azeredo uma grande quantia em dinheiro como remuneração por trabalhos prestados e por débitos junto à empresa que ele mantinha de aluguel de carros.
Sem sucesso, Mourão ameaçou o ex-governador de tornar público os esquemas ilegais ocorridos durante a campanha.
“O Dr. Eduardo Azeredo nos contou que Cláudio Mourão iria revelar os verdadeiros números da campanha e os verdadeiros doadores que teriam repassado no Caixa 2. Além de determinar como eram feitos os pagamentos no Estado a fornecedores”, diz o texto do Anexo 23 da delação.
Para solucionar o problema, um empréstimo em nome da SMP&B teria sido realizado e o dinheiro repassado a Mourão, como garantia do silêncio dele.
“Como Eduardo Azeredo tinha negócios com Walfrido, que me foi revelado pelo próprio Eduardo, este foi chamado para pagar o empréstimo que estava em meu nome através de um empréstimo no nome da empresa dele, chamada Famous”, afirma o texto escrito pelo operador do mensalão.
Furnas
Não satisfeito com o pagamento, diz Valério no Anexo 24, Mourão e um advogado decidiram fazer a relação de recursos escusos recebidos de Furnas. “Furnas tinha uma ligação próxima com o ex-governador, pois o diretor Dimas Toledo tinha sido nomeado por ele e pelo então Governador Aécio Neves”, diz o texto.
A função de Dimas Toledo era viabilizar recursos para a eleição de Eduardo Azeredo e arcar com necessidades do então deputado Aécio Neves. “Aécio Neves usou seus serviços para financiar a sua eleição a presidente da Câmara, com recursos de fornecedores de Furnas”, afirma Valério.
Cemig
A Cemig teria sido utilizada nas operações do mensalão tucano. Conforme o operador, dinheiro sujo teria financiado a compra de ações da estatal mineira. “Num outro acerto entre o governo do Estado e a empresa AES da Cemig, houve um repasse através da agência no valor de R$ 1.500.000 milhão, acerto esse por causa da compra de parte das ações da Cemig”.
Defesa de ex-governador vê fantasias em colaboração
Faltaria “sanidade mental” ao operador do mensalão mineiro, Marcos Valério, afirmou o advogado de Eduardo Azeredo, Castellar Guimarães.
“Conheço o Marcos Valério há muito tempo. Essa outra nova delação é recheada de fantasias. Inteiramente recheada de fantasias. Quem conhece o Marcos Valério há mais tempo, quem acompanhou as outras delações dele, percebe que ele não está no juízo perfeito dele. Não podemos dar crédito. Digo isso com tristeza, porque percebo que ele não está com a sanidade íntegra”, diz Castellar.
Para solucionar o problema, um empréstimo em nome da SMP&B teria sido realizado e o dinheiro repassado a Mourão, como garantia do silêncio dele.
“Como Eduardo Azeredo tinha negócios com Walfrido, que me foi revelado pelo próprio Eduardo, este foi chamado para pagar o empréstimo que estava em meu nome através de um empréstimo no nome da empresa dele, chamada Famous”, afirma o texto escrito pelo operador do mensalão.
Furnas
Não satisfeito com o pagamento, diz Valério no Anexo 24, Mourão e um advogado decidiram fazer a relação de recursos escusos recebidos de Furnas. “Furnas tinha uma ligação próxima com o ex-governador, pois o diretor Dimas Toledo tinha sido nomeado por ele e pelo então Governador Aécio Neves”, diz o texto.
A função de Dimas Toledo era viabilizar recursos para a eleição de Eduardo Azeredo e arcar com necessidades do então deputado Aécio Neves. “Aécio Neves usou seus serviços para financiar a sua eleição a presidente da Câmara, com recursos de fornecedores de Furnas”, afirma Valério.
Cemig
A Cemig teria sido utilizada nas operações do mensalão tucano. Conforme o operador, dinheiro sujo teria financiado a compra de ações da estatal mineira. “Num outro acerto entre o governo do Estado e a empresa AES da Cemig, houve um repasse através da agência no valor de R$ 1.500.000 milhão, acerto esse por causa da compra de parte das ações da Cemig”.
Defesa de ex-governador vê fantasias em colaboração
Faltaria “sanidade mental” ao operador do mensalão mineiro, Marcos Valério, afirmou o advogado de Eduardo Azeredo, Castellar Guimarães.
“Conheço o Marcos Valério há muito tempo. Essa outra nova delação é recheada de fantasias. Inteiramente recheada de fantasias. Quem conhece o Marcos Valério há mais tempo, quem acompanhou as outras delações dele, percebe que ele não está no juízo perfeito dele. Não podemos dar crédito. Digo isso com tristeza, porque percebo que ele não está com a sanidade íntegra”, diz Castellar.
O advogado de Aécio Neves, Alberto Zacharias Toron, classificou as afirmações do operador do mensalão tucano como absurdas.
“As falsas e absurdas acusações feitas pelo criminoso confesso Marcos Valério, além de realizadas em atípico e suposto procedimento de delação premiada não homologado pelo Judiciário, já foram objeto de apreciação pelo Ministério Público e descartadas pela completa falta de comprovação. Uma simples análise por parte do Judiciário demonstrará, mais uma vez, a fraude das afirmações desse cidadão que deverão, ao nosso juízo, ser totalmente descartadas”, afirmou.
A assessoria de do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que ele está de férias e, portanto, não iria se posicionar. “O Sr. Clésio Andrade é réu nesta ação. Por orientação de seus advogados, só falará sobre o assunto depois de prestar depoimento à justiça”, justificou a assessoria de Clésio Andrade, ex-vice-governador. A Cemig não comentou o assunto.
Por nota, a Usiminas afirmou que “não teve acesso ao documento citado e desconhece a veracidade dos fatos, os quais teriam supostamente ocorrido há cerca de 20 anos, sendo que nenhum administrador à época é administrador da companhia atualmente. A Usiminas reforça, ainda, seus elevados padrões de governança e compliance, que garantem a total observância da legislação brasileira anticorrupção”.
Dimas Toledo, Walfrido dos Mares Guia e Pimenta da Veiga não foram encontrados pela reportagem.
Os anexos foram redigidos a mão pelo operador do mensalão, divididos por temas, digitados pelo advogado dele, Jean Kobayashi, e entregues a promotores mineiros. O texto é uma espécie de pré-acordo de colaboração premiada. Os detalhes foram apresentados pelo ex-publicitário em depoimento à Polícia Federal.
FONTE;Agência Brasil /
http://hojeemdia.com.br/primeiro-plano/campanha-de-azeredo-teria-recebido-r-104-mi-1.546773
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