MIDIA DO BRASIL E MUNDIAL COMPRADA 2017;Fenomenologia da mentira

É preciso lembrar que o sistema coercitivo imposto pela mídia, a nos bombardear com somas colossais de falsas informações, estabeleceu formas de manipulação tão avançadas que poucos ou ninguém sabe mais distinguir a verdade da mentira.

A esta altura dos acontecimentos, penso que seria necessário traçar uma fenomenologia da mentira. Não se discute mais que ela (a mentira) é uma constante em todos os planos da existência e que, no nosso caso, domina inelutável os setores da vida social, política e econômica da nação.
Também não se discute mais - e isso já se fez consenso - que nossas  instituições estão dominadas pela impostura, com muitos pontos de vantagem para os poderes executivo, legislativo e judiciário – sem falar nas organizações partidárias, com destaque para as siglas da esquerda (que sempre navegam impávidas nas águas poluídas da mendacidade).
02/01/2017

Por que uma fenomenologia? Bem, já no Século das Luzes (ele próprio um século de grandes impostores), a “Encyclopèdie” a define em verbete como o mais adequado instrumento para se distinguir a verdade da aparência e, em paralelo, destruir as ilusões que turvam o espírito humano.  
(A propósito: para Kant, filósofo do imperativo categórico, a preguiça e a covardia, de acordo com sua “fenomenologia geral”, são as causas que podem levar o homem ao comprazer da mentira. Outro filósofo, Husserl, mais sutil, encara a fenomenologia como método para se chegar às leis puras da “consciência intencional”, sem omitir, todavia, que todo método científico se baseia numa verdade que só é verdadeira até que um fato demonstre o inverso).  
Comecemos, então, pela meia verdade, artifício de uso constante para o mentiroso deturpar a verdade. Ela nada tem a ver com o duplipensar nem e a novilíngua de Orwel (na qual a corrupção da linguagem promove a corrupção da vida). Seu objetivo é tão somente dar uma aparência de veracidade a mentira mais sórdida que se possa articular. Certas profissões, em particular, se refinam na manipulação da meia verdade, com supremacia para o jornalismo, a política, a diplomacia, a publicidade, a advocacia e a atividade acadêmica – sem que elas, óbvio, em conjunto ou isoladamente, deixem de se curvar à Grande Mentira Ideológica.
Antes, é preciso esclarecer que o exercício da Mentira Ideológica não é só privilégio dos governantes, líderes carismáticos, ditadores, pensadores revolucionários, cientistas sociais,  etc. Ela é um constructo utópico vocalizada em prosa e verso por indivíduos fraudadores e corporações fraudulentas que se esmeram em transformar a verdade na mentira e a mentira na paralaxe (niveladora) dos homens.  
Quem é do ramo sabe: aqui e lá fora, a mídia amestrada vive de cozinhar em banho-maria o engodo consensual. Quem nunca embarcou, por exemplo, nas mentiras que se alastram em nome do “aquecimento global”, “Estado do bem-estar social”, “desenvolvimento sustentável”, “ajuste fiscal”,  “Teologia da libertação”, “comissão da verdade” e patranhas de igual teor, cujo objetivo final, bem camuflado, é manter à tripa forra milhares de parasitas que se vendem como paladinos da boa causa?
É preciso lembrar que o sistema coercitivo imposto pela mídia, a nos bombardear com somas colossais de falsas informações, estabeleceu formas de manipulação tão avançadas que poucos ou ninguém sabe mais distinguir a verdade da mentira. Em decorrência, surgiu na guerra da desinformação em vigência uma espécie de buraco negro na mente do homem comum que, em meio ao caos, implora atordoado: “Ah, meu Deus, quando terei um momento de paz?”
Diz a tradição que o Diabo é o pai da mentira. Faz sentido. Mas a mentira ideológica que assaltou o mundo moderno encontra teto, sem dúvida, nas elucubrações teóricas de Karl Marx, charlatão de inegável talento para vender ilusões e promover embustes (dentre eles, a “mais-valia”, falácia da falsa ciência econômica que dá azo à “luta de classes”, a mobilizar, ainda hoje, o sujo ativismo esquerdista),
Exemplos? Sem o amparo do trololó da teologia da libertação, fermentada em marxismo tardio, como ficaria a figuraça de D. Paulo Evaristo Asno, o falso cristão que descobriu o Reino de Deus na tirania sanguinária de Fidel Castro?
Ou o tredo revisionismo de Ferreira Gullar, o guru do CPC da UNE, movimento primário da baixa agitação comunista patrocinado pelo fazendeiro Jango? E ainda a rede criada por tipos como FHC para se mobilizar contra a prisão de Lula, mentiroso contumaz e ladrão comum que tomou como seus, sabe-se agora, jóias e talheres de ouro  doados à Presidência da República ainda no tempo de Costa e Silva?
Ia concluir falando sobre a TV, aparato eletrônico que mente sem remorsos e seus astros na escamoteação da verdade do porte de  Bonner, Jô Soares, William Waack e seus convidados à serviço da mentira única, mas faltou espaço.
Fica pra depois.

Ipojuca Pontes cineasta, jornalista, e autor de livros como 'A Era Lula', 'Cultura e Desenvolvimento' e 'Politicamente Corretíssimos', é um dos mais antigos colunistas do Mídia Sem Máscara. Também é conferencista e foi secretário Nacional da Cultura.
fonte;http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/16881-fenomenologia-da-mentira.html
ESCRITO POR IPOJUCA PONTES | 30 DEZEMBRO 2016
ARTIGOS - CULTURA

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