Em verde claro, o total dos corredores a serem "liberados" para animais selvagens.
(E onde "o homem atrapalha".)
A Black Jaguar Foundation quer impor sua ideologia radical ao Brasil e prejudicar inúmeros produtores rurais.
A ONG ambientalista holandesa Black Jaguar Foundation apresentou um projeto que dispõe de uma faixa de terra de 2.600 quilômetros contínuos, com até 40 quilômetros de largura.
Só que essas terras não lhe pertencem, mas ao Brasil. A notícia é do jornal O Estado de S.Paulo.
A faixa corta a metade Norte do Brasil e tem uma área total de 10,4 milhões de hectares, que inclui dois bilhões de árvores já plantadas. Os ambientalistas holandeses têm parceria com uma ONG brasileira e com cientistas nacionais.
03/11/2016
O projeto foi apresentado no Congresso Internacional de Conservação da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), realizado em Honolulu (Havaí).
Ele explora o Código Florestal, que obriga a recuperação de áreas desmatadas ilegalmente. Para isso se afirma que um dos objetivos é reflorestar áreas de preservação permanente (APPs) em até 20 km de cada margem durante todo o trajeto do Rio Araguaia, do Parque Nacional das Emas (GO) até o Atlântico, em Belém (PA).
O plano diz que pretende criar um corredor para os animais e insetos que transitam naquela região. E se não transitam é por culpa dos brasileiros, indiciados como inimigos desmatadores da floresta.
A ideia de corredores para animais está embutida em outros projetos de conservação no Brasil, congelando a atividade humana em vastas extensões do território nacional. Esse seria mais um e o maior até hoje ousado no País.
Os proprietários de terra ficariam obrigados a replantar a floresta que deveria existir segundo imaginam os ambientalistas reunidos em Honolulu.
O governo lulopetista jogou o Brasil numa cumbuca, comprometendo-se imprudentemente no Acordo de Paris a reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. O passo em falso já foi dado: Dilma Rousseff prometeu reduzir emissões de gases de efeito estufa no contexto desse mesmo acordo.
Fica-se sem saber como isso vai ser feito e, sobretudo, quem vai pagar a conta. Mas isso ideologicamente já está escrito no Corão verde: pagarão os produtores agropecuários, condenados a priori. E o Brasil perderá o aproveitamento dessa imensa extensão de terra.
O holandês Ben Valks criou a Black Jaguar Foundation e pretende constranger os proprietários manipulando a legislação ambientalista já aprovada. Não precisa muito mais, embora gostasse de leis mais radicais.
A equipe de Valks calcula por alto que vai precisar de uns quatro bilhões de euros (em torno de R$ 14 bilhões) para fazer tudo isso.
Ele aduz os nunca demonstrados ganhos climáticos que esse gigantesco corredor traria para o mundo inteiro. Se fosse verdade, nada mais razoável que o mundo inteiro pagasse a conta pelo benefício que o Brasil lhe rende, e nunca afogar nossa agropecuária.
O "pecado", porém, é que no curso do rio só 10% são terras indígenas e 5% parques nacionais. Sobre os proprietários com terras no entorno deveria cair a guilhotina dos critérios de APP e Reserva Legal, em taxas variando de 20% a 80% das propriedades.
O que sobraria para os proprietários? Uma fração que amanhã será novamente fatiada por mais outra iniciativa para salvar o clima ou o planeta, segundo a demagogia do momento.
Os autores do plano estão preocupados com as onças pintadas, o boto-cor-de-rosa, a lontra gigante, o jacaré-açu e a piraíba. Porém, a sorte das espécies, segundo reconhece o jornal O Estado de S.Paulo, é apenas a bandeira do projeto.
Segundo Ivan Nisida, coordenador de projeto da ONG, a ideia é que os proprietários sejam imersos em práticas agroecológicas de integração floresta-pecuária-lavoura para tornar a economia local sustentável e livre de novos desmatamentos, slogans da ditadura verde.
O próprio Valks perguntou se o projeto não é quase impossível de ser alcançado. Reconheceu que parece com sonhos imensos desconectados da realidade, mas que ele e seus colegas estão dispostos a fazer cair o rigor da legislação ambiental sobre os proprietários agrícolas.
“É difícil, disse, mas somos uma ONG com um projeto só. Grandioso, mas é o nosso foco. E estamos trabalhando com o cumprimento da lei, com a necessidade que os produtores têm de restaurar suas terras”.
O governo federal deveria gastar até 2030 nada menos que R$ 31 bilhões na utopia. Para os promotores, pesquisadores e ambientalistas, a utopia climática justifica de longe essa despesa.
“Comparada com outras alternativas, a restauração florestal ainda é a forma mais barata de tirar carbono da atmosfera”, disse Rachel Biderman, diretora do World Resources Institute (WRI) no Brasil. Como se o CO2 fosse um mal e não um grande bem que está no ponto de partida da corrente da vida!
No mesmo congresso foi comemorado o chamado “Desafio de Bonn”, uma agenda que visa instalar florestas em 150 milhões de hectares que teriam sido degradados pela produção racional humana.
O Brasil ficou como que constrangido a abrir mão da soberania sobre esses 12 milhões de hectares depois que o presidente Michel Temer ratificou o Acordo de Paris. Mas, a rigor, pode recusar esse abuso.
A ideia de corredores por onde circulem livremente as espécies animais pune os homens, que ficam convertidos em meros jardineiros, dependentes dos animais selvagens. Tudo isso para obedecer a teorias arbitrárias cozinhadas em círculos ambientalistas internacionais.
Mas o estrago não fica só aí. Da Índia chegou um exemplo.
Corredores de elefantes na Índia: um modelo para o Brasil?
Em fevereiro de 2016, uma aldeia indiana inteira mudou de lugar para que elefantes pudessem transitar livremente por uma faixa de terra que serve de ligação entre dois de seus habitats, noticiou O Estado de S.Paulo.
Os moradores de Ram Terang, no Estado de Assam, saíram de suas casas, já que anualmente 400 pessoas e uma centena de animais morrem por conta da passagem dos elefantes pelos corredores da biodiversidade! De acordo com a ONG Wildlife Trust of India (WTI), em todo o país há 88 corredores para esses mamíferos.
Os moradores de Ram Terang são “muito afetuosos” com os elefantes, que eles chamam de “pai”, explicou Rupa Gandhi, diretora adjunta da WTI, que trabalhou pela mudança da aldeia.
O projeto não teve piedade e 19 famílias tiveram que fazer as malas “voluntariamente”, deixando para trás suas terras e casas de bambu para garantir a “passagem segura” de aproximadamente 1.800 elefantes.
Em troca receberam novas casas, planejadas segundo as teorias ambientalistas, sem energia elétrica até agora e com painéis solares insuficientes.
Sandeep Tiwari, chefe do projeto de WTI, reconhece que pelo menos a metade dos corredores de elefantes do país apresenta “algum problema em razão da habitação humana”. Em Assam – crime supremo! – algumas tribos consomem sua carne!
Então que os indianos passem fome, e os elefantes com sua imensa massa de carne desaproveitada circulem à vontade, arrebentando o que bem entendam pelo caminho.
A WTI já transferiu quatro aldeias e, apesar de o chefe do projeto ter assegurado que os mesmos são considerados "um modelo de situação no qual todos ganham", parece que ainda há um longo caminho a ser percorrido.
Nos tempos em que a União Soviética ditava os rumos do pensamento das esquerdas mundiais, falava-se em constituir uma nova entidade soberana na Amazônia que arrancaria a soberania sobre milhões de quilômetros quadrados dos oito países que a possuem.
O Brasil seria o primeiro e o maior prejudicado, perdendo a metade de seu território com o projeto urdido em Moscou. Na prática, a utópica Pan Amazônia acabaria sendo ocupada por ativistas dependentes da longínqua URSS.
Hoje o projeto de um “desenvolvimento soberano” para a Amazônia volta não como um artifício declarado do expansionismo comunista, mas banca de “generosa” preocupação pela saúde do planeta.
FONTE;http://www.midiasemmascara.org/artigos/ambientalismo/16801-2016-10-31-22-13-06.html
| 31 OUTUBRO 2016
ARTIGOS - AMBIENTALISMO
Luis Dufaur, escritor, jornalista, conferencista de política internacional, é sócio do IPCO e webmaster de diversos blogs.
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