Não é segredo que o seu computador atual é fruto de uma evolução
que levou décadas para chegar aonde está – e ainda está muito
longe de chegar ao seu final. Se pensarmos que cerca de dez anos
atrás os processadores ainda nem conheciam os núcleos múltiplo
s, imaginar as máquinas que inauguraram a informática é uma tarefa
ainda mais complicada.
Você sabia que no início da década de 1950 já existiam
computadores? Logicamente eles não se apareciam nem um pouco
com o que temos hoje, mas já realizavam alguns cálculos
complexos em pouquíssimo tempo. Nesses 60 anos, elementos
desapareceram, componentes foram criados e parece até
que estamos falando de assuntos totalmente desconexos.
06/06/2016
06/06/2016
Então prepare-se para conhecer um pouco mais sobre essa
magnífica história. Para facilitar a leitura, atendemos às
divisões de alguns autores especializados no assunto e
separamos a história da informática em gerações. Agora
aproveite para aprender mais ou para conhecer a importante
evolução dos computadores.
Infográfico do TecMundo
As gigantes válvulas da primeira geração
Imagine como seria sua vida se você precisasse de uma enorme
sala para conseguir armazenar um computador. Logicamente isso
seria impossível, pois os primeiros computadores, como
o ENIAC e o UNIVAC eram destinados apenas a funções
de cálculos, sendo utilizados para resolução de problemas
específicos.
Por que problemas específicos? Os computadores da primeira
geração não contavam com uma linguagem padronizada de
programação. Ou seja, cada máquina possuía seu próprio
código e, para novas funções, era necessário reprogramar
completamente o computador. Quer mudar o problema calculado?
Reprograme o ENIAC.
Fonte da imagem: Wikimedia Commons/Domínio Público
Esses computadores gigantescos ainda sofriam com o
superaquecimento constante. Isso porque em vez de
microprocessadores, eles utilizavam grandes válvulas elétricas,
que permitiam amplificação e troca de sinais, por meio de pulsos. Elas funcionavam de maneira correlata a uma placa de circuitos, sendo que cada válvula acesa
ou apagada representava uma instrução à máquina.
Com poucas horas de utilização, essas válvulas eram queimadas
e demandavam substituição. Por isso, a cada ano eram trocadas
cerca de 19 mil delas em cada máquina. Sim, 19 mil válvulas
representavam mais do que o total de componentes utilizados
por um computador ENIAC. Como você pode perceber, esses
computadores não saíam baratos para os proprietários.
Transistores e a redução dos computadores
As gigantes máquinas não estavam sendo rentáveis, pelos
constantes gastos com manutenção. A principal necessidade
era substituir as válvulas elétricas por uma nova tecnologia que
permitisse um armazenamento mais discreto e não fosse tão
responsável pela geração de calor excessivo, evitando
superaquecimentos.
Foi então que os transistores (criados em 1947 pela empresa
Bell Laboratories) passaram a integrar os painéis das máquinas
de computar. Os componentes eram criados a partir de materiais
sólidos conhecidos como “Silício”. Exatamente, os materiais
utilizados até hoje em placas e outros componentes, extraídos
da areia abundante.
Fonte da imagem: Wikimedia Commons/Hohum
Existia uma série de vantagens dos transistores em relação às
válvulas. Para começar: as dimensões desses componentes
eram bastante reduzidas, tornando os computadores da segunda
geração cem vezes menores do que os da primeira. Além disso,
os novos computadores também surgiram mais econômicos,
tanto em questões de consumo energético, quanto em preços de
peças.
Para os comandos desses computadores, as linguagens de
máquina foram substituídas por linguagemAssembly. Esse tipo
de programação é utilizado até hoje, mas em vez de ser
utilizado para softwares ou sistemas operacionais, é mais
frequente nas fábricas de componentes de hardware, por
trabalhar com instruções mais diretas.
Em vez das 30 toneladas do ENIAC, o IBM 7094
(versão de maior sucesso dessa segunda geração de computadores)
pesava apenas 890 Kg. E por mais que pareça pouco, essa mesma
máquina ultrapassou a marca de 10 mil unidades vendidas.
Fonte da imagem: Wikimedia Commons/David Monniaux
Curiosidade: os computadores dessa segunda geração foram
inicialmente desenvolvidos para serem utilizados como
mecanismos de controle em usinas nucleares. Um modelo
similar pode ser visto no desenho “Os Simpsons”, mais
especificamente no posto de trabalho de Homer, técnico
de segurança na Usina Nuclear.
Miniaturização e circuitos integrados
O emprego de materiais de silício, com condutividade
elétrica maior que a de um isolante, mas menor que
a de um condutor, foi chamado de semicondutor. Esse
novo componente garantiu aumentos significativos na
velocidade e eficiência dos computadores, permitindo
que mais tarefas fossem desempenhadas em períodos de
tempo mais curtos.
Com a terceira geração dos computadores, surgiram
também os teclados para digitação de comandos.
Monitores também permitiam a visualização de
sistemas operacionais muito primitivos, ainda c
ompletamente distantes dos sistemas gráficos que
conhecemos e utilizamos atualmente.
Fonte da imagem: Wikimedia Commons/Domínio Público
Apesar das facilidades trazidas pelos semicondutores,
os computadores dessa geração não foram reduzidos,
sendo que um dos modelos de mais sucesso
(o IBM 360, que vendeu mais de 30 mil unidades)
chegava a pesar mais do que os antecessores.
Nessa época (final da década de 1970 e início da década de 1980)
os computadores passaram a ser mais acessíveis.
Outro grande avanço da terceira geração foi a adição da
capacidade de upgrade nas máquinas. As empresas
poderiam comprar computadores com determinadas
configurações e aumentar as suas capacidades de acordo
com a necessidade, pagando relativamente pouco por essas
facilidades.
Microprocessadores: o início dos computadores pessoais
Enfim chegamos aos computadores que grande parte dos
usuários utiliza até hoje. Os computadores da quarta geração
foram os primeiros a serem chamados de “microcomputadores”
ou “micros”. Esse nome se deve ao fato de eles pesarem
menos de 20 kg, o que torna o armazenamento deles muito
facilitado.
Você consegue imaginar qual o componente que tornou
possível essa redução das máquinas? Acertou quem disse
que foram os microprocessadores. O surgimento dos
pequenos chips de controle e processamento tornou
a informática muito mais acessível, além de oferecer
uma enorme gama de novas possibilidades para os usuários.
"Microcomputadores" tinham esse nome por pesarem menos
de 20 kg
Em 1971, já eram criados processadores com esse novo
formato, mas apenas na metade da década começaram
a surgir comercialmente os primeiros computadores pessoais.
Os Altair 880 podiam ser comprados como um kit de montar,
vendidos por revistas especializadas nos Estados Unidos.
Foi com base nessa máquina que Bill Gates e Paul Allen
criaram o “Basic” e inauguraram a dinastia Microsoft.
A importância da Apple
Na mesma época, os dois Steves da Apple (Jobs e Wozniac)
criaram a empresa da Maçã para se dedicarem a projetos de
computação pessoal facilitados para usuários leigos.
Assim surgiu o Apple I, projeto que foi primeiramente
apresentado para a HP. Ele foi sucedido pelo Apple II,
após uma injeção de 250 mil dólares pela Intel.
Fonte da imagem: Musée Bolo
Essa segunda versão dos computadores possuía uma
versão modificada do sistema BASIC, criada também
pela Microsoft. O grande avanço apresentado pelo
sistema era a utilização de interface gráfica para
alguns softwares. Também era possível utilizar
processadores de texto, planilhas eletrônicas e bancos de dados.
Essa mesma Apple foi responsável pela inauguração dos
mouses na computação pessoal, juntamente com os
sistemas operacionais gráficos, como o Macintosh.
Pouco depois a Microsoft lançou a primeira versão
do Windows, bastante parecida com o sistema da rival.
E os ciclos tornam-se clocks
Até a terceira geração dos computadores, o tempo de
resposta das máquinas era medido em ciclos. Ou seja,
media-se um número de ações em curtos períodos de
tempo para que fosse possível saber qual fração de
segundo era utilizada para elas. Com os microprocessadores,
já não era viável medir as capacidades dessa forma.
Por isso surgiram as medidas por clocks. Esta definição
calcula o número de ciclos de processamento que podem
ser realizados em apenas um segundo. Por exemplo:
1 MHz significa que em apenas um segundo é possível
que o chip realize 1 milhão de ciclos.
Grande parte dos computadores pessoais lançados nessa
época eram alimentados por processadores da empresa
Intel. A mesma Intel que hoje possui alguns dos chips
mais potentes, como o Intel Core i7 (sobre o qual
falaremos mais, em breve). Como você pode saber,
estas máquinas são muito leves e puderam ser levadas a
um novo patamar.
Notebooks: a quarta geração portátil
Considerando o progresso da informática como sendo
inversamente proporcional ao tamanho ocupado pelos
componentes, não seria estranho que logo os computadores
transformassem-se em peças portáteis. Os notebooks surgiram
como objetos de luxo (assim como foram os computadores
até pouco mais de dez anos), sendo caros e de pouca
abrangência comercial.
Fonte da imagem:divulgação/Asus
Além dos notebooks, temos também os netbooks
disponíveis no mercado. Estes funcionam de maneira
similar aos outros, mas geralmente possuem dimensões
e configurações menos atraentes. Ganham pontos pela
extrema portabilidade e duração das baterias utilizadas,
sendo certamente um degrau a mais na evolução dos computadores.
Hoje, o preço para se poder levar os documentos, arquivos
e programas para todos os lugares não é muito superior ao
cobrado por desktops. Mesmo assim, o mercado ainda está
longe de atingir o seu ápice. Quem sabe qual será o próximo
passo da indústria?
Múltiplos núcleos: a quinta geração?
Ainda estamos em transição de uma fase em que os
processadores tentavam alcançar clocks cada vez mais
altos para uma fase em que o que importa mesmo é
como podem ser melhor aproveitados esses clocks. Deixou de
ser necessário atingir velocidades de processamento
superiores aos 2 GHz, mas passou a ser obrigatório que
cada chip possua mais de um núcleo com essas frequências.
Chegaram ao mercado os processadores que simulavam
a existência de dois núcleos de processamento, depois os
que realmente apresentavam dois deles. Hoje, há processadores
que apresentam quatro núcleos, e outros, utilizados por servidores,
que já oferecem oito. Com tanta potência executando
tarefas simultâneas, surgiu uma nova necessidade.
Processamento verde
Sabe-se que, quanto mais tarefas sendo executadas por um
computador, mais energia elétrica seja consumida. Para
combater essa máxima, as empresas fabricantes de chips
passaram a pesquisar formas de reduzir o consumo, s
em diminuir as capacidades de seus componentes. Foi
então que nasceu o conceito de “Processamento Verde”.
Por exemplo: os processadores Intel Core Sandy Bridge eram
fabricados com a microarquitetura reduzida, fazendo com que
os clocks sejam mais curtos e menos energia elétrica seja gasta.
Ao mesmo tempo, esses processos são mais eficazes. Logo, a
realização de tarefas com esse tipo de componente é boa
para o usuário e também para o meio ambiente. Vale dizer que
isso também se aplica a Ivy Bridge, Skylake e todas as outras
famílias.
Fonte da imagem: divulgação/Intel
Outro elemento envolvido nessas conceituações é o processo
de montagem. As fabricantes buscam, incessantemente,
formas de reduzir o impacto ambiental de suas indústrias.
Os notebooks, por exemplo, estão sendo criados com
telas de LED, muito menos nocivos à natureza do que LCDs comuns.
.......
Não sabemos ainda quando surgirá a sexta geração de
computadores. Há quem considere a inteligência artificial
como sendo essa nova geração, mas também há quem diga
que robôs não fazem parte dessa denominação. Porém, o que
importa realmente é perceber, que ao longo do tempo, o
homem vem trabalhando para melhorar cada vez mais suas
máquinas.
Quem imaginava, 60 anos atrás, que um dia seria possível
carregar um computador na mochila? E quem, hoje, imaginaria
que 60 anos atrás seria necessário um trem para carregar um
deles? Hoje, por exemplo, já existem computadores de bolso,
como alguns smartphones que são mais poderosos que netbooks.
E para você, qual será o próximo passo nessa evolução das
máquinas? Aproveite os comentários para dizer o que
você pensa sobre essas melhorias proporcionadas ao longo de
décadas.
FONTE;http://www.tecmundo.com.br/infografico/9421-a-evolucao-dos-computadores.htm
POR RENAN HAMANN
EM INFOGRÁFICO
03 JUN 2016 — 18H02
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Infográfico por Lanna Solci
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