CRIANÇAS DO BRASIL EM PERIGO TOTAL Microcefalia ESTA SENDO PROPAGADA PELO MOSQUITO DA DENGUE EM DEZEMBRO DE DE 2015




Microcefalia atinge 42 municípios de Pernambuco

Casos de microcefalia em Pernambuco chegam a 141 em 42 municípios. Declaração de emergência pode se tornar internacional


FoianunciadopeloGovernoqueo número de casosé 15vezessuperior à média apresentada no período de2010 a 2014: 9 casos por ano. Foto:Thamyres Ferreira/MS

02/12/2015



O Ministério da Saúde decretou, na tarde desta quarta-feira, situação de emergência em saúde

pública no Brasil. O anúncio acontece após a divulgação de número alarmante de casos de

microcefalia no Estado de Pernambuco. São, atualmente, 141 casos suspeitos em recém-nascidos.

O número é 15 vezes superior à média apresentada no período de 2010 a 2014: 9 casos por ano.
Do total, 65 casos estão sendo investigados pelo Ministério da Saúde.
Em Pernambuco, 42 municípios possuem registros de casos suspeitos. Os mais afetados
são Recife, com 16,9% dos registros em Pernambuco, Jaboatão dos Guararapes,

Olinda e Toritama, cada um com 5,6% do total. Há ainda casos na Paraíba e no
Rio Grande do Norte.

Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Castro, o governo irá
monitorar e investigar junto a Secretaria de Saúde de Pernambuco, a Organização Mundial
de Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde todas as hipóteses da causa do surto
. Há riscos de que a situação de emergência tome dimensão internacional.

"Não há registros de uma situação como essa na história recente", descreveu o diretor
do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do ministério, Cláudio Maierovitch.
A microcefalia faz com que bebês nasçam com perímetro cefálico menor do que a média.
O problema pode ser provocado por uma série de fatores, desde desnutrição da mãe
, abuso de drogas até infecções durante a gestação, como rubéola, toxoplasmose,
citomegalovírus. Foi ressaltado durante o pronunciamento do Ministério da Saúde
que a microcefalia é uma doença complexa, que pode deixar sequelas graves e levar ao óbito.
Suspeita de zika

Uma das suspeitas da equipe que investiga o surto é a contaminação da mãe pelo zika.
Transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que provoca a dengue, o vírus causa
uma reação que até agora era dada pouca importância nos adultos: febre baixa, coceiras,
manchas vermelhas pelo corpo. A doença chegou ao Brasil neste ano e atingiu principalmente
Estados do Nordeste.
O aumento de casos de bebês com microcefalia coincide com período em que gestantes
poderiam ter tido contato com o vírus. No início do ano, Pernambuco enfrentou
uma epidemia de dengue e zika vírus. Foram contabilizadas 113.328 infecções no Estado
, cinco vezes mais do que havia ocorrido em 2014. "É ainda uma suspeita.
Mas boa parte das mães apresentaram em comum justamente as manchas pelo


corpo durante os primeiros meses de gestação", contou o professor da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e colaborador da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Carlos Brito.
Um especialista do Ministério da Saúde, presente na coletiva, informou ser
"natural que em um ano que tivemos uma epidemia nova, tenhamos a tendência
de associar as duas coisas. É uma coincidência temporal".

De acordo com o ministro todas as hipóteses serão investigadas. Ele ressaltou que
as gestantes devem realizar todo o pré-natal com cautela e que os gestores dos
estados com casos suspeitos mantenham comunicação com o Governo Federal.
"É importante ter atenção na avaliação da medida craniana".

Investigação em Pernambuco
Há duas semanas, um grupo da Vigilância em Saúde está em Pernambuco para
analisar as hipóteses. Mães e bebês estão sendo submetidos a exames,
para identificar a presença de situações em comum que possam levar à origem do surto.
Uma das maiores dificuldades enfrentadas pelas equipes é o fato de

não existir um exame específico para o zika. O teste realizado para
confirmação dos casos tenta encontrar traços do DNA do vírus.

"O problema é que um eventual contato do bebê com o zika ocorreu ainda
durante a gestação. O resultado negativo não necessariamente quer dizer que
bebê e mãe não foram contaminados", avaliou Brito.

No Rio Grande do Norte, até o início desta semana, haviam sido identificados

10 bebês nascidos com microcefalia. Há ainda outras 11 gestantes com bebês

que já tiveram o diagnóstico da malformação.

"Das gestantes analisadas, 70% apresentaram relatos de manchas pelo corpo,
coceiras durante os primeiros meses da gestação", disse o pesquisador Cleber

Luz, da Fiocruz, que também investiga o aumento significativo do número de
casos de nascimentos de bebês com o problema. "É preciso deixar claro que
outras hipóteses têm de ser avaliadas. Estamos sendo muito cautelosos, mas
não podemos descartar nenhuma hipótese."
Qualquer que seja a causa, o impacto para saúde pública e para famílias é grande.
"Crianças que nascem com microcefalia têm de ser acompanhadas regularmente.
Vão necessitar de fisioterapia, terapia ocupacional. Muitas podem ter problemas de
visão, cognitivos, epilepsia", explicou a neurologista infantil Adélia Henrique Souza,
uma das primeiras a identificar o aumento do número de casos em Pernambuco.
"Sempre atendi em consultórios um ou outro caso. Mas não em tamanha magnitude."

Diante do aumento de casos, a Secretaria de Saúde de Pernambuco tornou
obrigatória a notificação de casos de nascimento de bebês com microcefalia.
Também foi lançado na segunda-feira, 9, um protocolo para detecção de casos,
para atendimento e acompanhamento dos bebês.

Nesta primeira etapa, o protocolo indica quais exames devem ser feitos em caso de
suspeita do nascimento de bebês com problema e para onde devem ser encaminhados.
Também será feito um manual para acompanhamento das gestantes e identificação do

problema ainda durante o período da gestação. Serviços também serão desenvolvidos para atender os bebês.

fonte;http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2015/11/11/interna_vidaurbana,609621/microcefalia-atinge-42-municipios-de-pernambuco.shtml

Por: AE

Publicado em: 11/11/2015 15:15 Atualizado em: 11/11/2015 22:30

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