Cientistas criam "sol artificial" para criar energia EM 2015


Cientistas alemães anunciaram na última quinta-feira (10) ter ultrapassado uma etapa fundamental nas pesquisas sobre uma energia própria obtida pela fusão nuclear com o lançamento de um reator que alguns chamam de "sol artificial".


Físicos do Instituto Max Planck de física dos plasmas (IPP) levaram nove anos para construir o dispositivo batizado "stellarator", que custou até hoje um bilhão de euros.

Objetivo é desenvolver uma nova fonte de energia com a fusão nuclear. (Thinkstock)

14/12/2015

Seu objetivo é desenvolver uma nova fonte de energia, gerada pela fusão de núcleos, que ocorre naturalmente no interior do sol e da maioria das estrelas.


Ao contrário de usinas de energia nuclear, cuja energia vem da fissão ou divisão dos átomos, o trabalho do stellarator ocorre no sentido inverso: unindo ou fundindo núcleos atômicos.


O método consiste em submeter átomos de hidrogênio a temperaturas de até 100 milhões de graus Celsius para provocar a fusão dos núcleos, gerando assim energia.


A altíssima temperatura provoca a formação de um plasma, que é necessária para evitar o arrefecimento e manter confinado o tempo suficiente para atingir o ponto de fusão e, por conseguinte, a criação de energia.


Os físicos alemães começaram nesta quinta-feira a testar a colossal máquina Wendelstein 7-X, criando um plasma com hélio.


"Estamos muito satisfeitos", declarou Hans-Stephan Bosch, cujo departamento é responsável pelo funcionamento do reator. "Tudo ocorreu como previsto", afirmou.


O primeiro plasma de hélio formado na máquina de 16 metros de comprimento se manteve um décimo de segundo e atingiu uma temperatura de cerca de um milhão de graus.


A equipe vai a seguir tentar prolongar a duração do plasma e determinar a melhor forma de produzi-lo.


Em janeiro, os cientistas utilizarão hidrogênio, real objetivo de seu estudo.


A energia tirada da fusão nuclear é considerada como o "Santo Graal" das energias limpas, apresentada como ilimitada. Ela também não apresenta os perigos associados à energia nuclear, com seus problemas de segurança e seus resíduos radioativos durante milhares de anos.


Vários países já entraram na corrida para a construção de um reator, como o projeto internacional International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER).


O ITER, cuja sede está no sul da França, está construindo um tokamak, reator em forma de anel que permite uma fusão nuclear. Mas em virtude de problemas técnicos e dos altos custos, o programa deve ainda levar quase 10 anos para conseguir realizar sua primeira experiência.


Outros reatores experimentais de tamanho bem mais modesto estão igualmente em desenvolvimento nos Estados Unidos, mas o financiamento continua sendo um problema crônico.

FONTE;https://exame.abril.com.br/ciencia/cientistas-criam-sol-artificial-para-criar-energia/

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