São Paulo - O plano era conter o aumento da temperatura do planeta em 2°C, mas as propostas de redução das emissões de gases de efeito estufa
apresentadas por mais de uma centena de países até a quinta-feira, 1,
colocam a Terra no rumo de algo entre 2,7°C a 3,5°C, podendo ultrapassar
4°C até 2100.
13/11/2015
Essa é a análise que dois grupos de pesquisa da Europa e dos Estados Unidos fizeram com base nas chamadas INDCs, conjunto de compromissos que os 195 países integrantes da Convenção do Clima das Nações Unidas foram convidados a apresentar como contribuição para a conferência que acontece em Paris em dezembro.
O prazo para a entrega desses dados era quinta-feira. Até as 23 horas, 120 nações, representando cerca de 85% das emissões do planeta, apresentaram suas metas.
O fato de tantos países terem tomado essa atitude é considerado positivo, porque mostra um compromisso de agir para combater o aquecimento global, mas ainda está aquém do necessário para evitar um futuro de mudanças climáticas mais severas.
Dependendo do cálculo, pode-se ter uma redução mínima de emissões até 2030.
"Um mundo acima de 3°C pode ter extinção de no mínimo 15% de todas as espécies vivas do planeta. Acima de 3,5°C cria enormes dificuldades para a agricultura de cereais no Brasil. Os extremos vão ocorrer com mais frequência e talvez com mais intensidade. É uma grande mudança climática", comenta Carlos Nobre, um dos principais climatologistas do Brasil.
Justificativa
O "calcanhar de Aquiles" passa a ser China e Índia. A China só tinha dito que vai alcançar o pico de suas emissões daqui a 15 anos.
Já a Índia, um dos últimos países a apresentar sua proposta, se comprometeu ontem a reduzir a intensidade de emissões por PIB em 33% a 35% até 2030, com base nos níveis de 2005.
Isso significa reduzir a quantidade de CO2 que é emitida por unidade de PIB gerada. Mas analisando outros dados que o país menciona no documento, como um aumento da população de 1,2 bilhão de pessoas em 2014 para 1,5 bilhão em 2015, e um aumento do PIB per capita de US$ 1.408 para US$ 4.205, as emissões podem ser muito mais altas que as atuais.
A conversão das metas em temperatura foi feita pelo programa Climate Action Tracker, composto por instituições europeias como o Instituto Potsdam para Pesquisa sobre Impactos Climáticos, e pelo Climate Interactive, com pesquisadores da Escola Sloan de Administração do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
O primeiro chegou ao valor de 2,7°C, com base na análise das metas apresentadas por 19 países, que representam 71% das emissões do planeta.
Eles fizeram o cálculo antes de a Índia (que aumenta a representatividade para 84% das emissões) apresentar seus dados e trabalharam com uma estimativa de que a meta do país seria reduzir entre 35% e 45% a intensidade de carbono por PIB.
Já o Climate Interactive estima que o aumento da temperatura pode ser de 3,5°C, com uma margem de incerteza que vai de 2,1 °C a 4,6°C.
13/11/2015
Essa é a análise que dois grupos de pesquisa da Europa e dos Estados Unidos fizeram com base nas chamadas INDCs, conjunto de compromissos que os 195 países integrantes da Convenção do Clima das Nações Unidas foram convidados a apresentar como contribuição para a conferência que acontece em Paris em dezembro.
O prazo para a entrega desses dados era quinta-feira. Até as 23 horas, 120 nações, representando cerca de 85% das emissões do planeta, apresentaram suas metas.
O fato de tantos países terem tomado essa atitude é considerado positivo, porque mostra um compromisso de agir para combater o aquecimento global, mas ainda está aquém do necessário para evitar um futuro de mudanças climáticas mais severas.
Dependendo do cálculo, pode-se ter uma redução mínima de emissões até 2030.
"Um mundo acima de 3°C pode ter extinção de no mínimo 15% de todas as espécies vivas do planeta. Acima de 3,5°C cria enormes dificuldades para a agricultura de cereais no Brasil. Os extremos vão ocorrer com mais frequência e talvez com mais intensidade. É uma grande mudança climática", comenta Carlos Nobre, um dos principais climatologistas do Brasil.
Justificativa
O "calcanhar de Aquiles" passa a ser China e Índia. A China só tinha dito que vai alcançar o pico de suas emissões daqui a 15 anos.
Já a Índia, um dos últimos países a apresentar sua proposta, se comprometeu ontem a reduzir a intensidade de emissões por PIB em 33% a 35% até 2030, com base nos níveis de 2005.
Isso significa reduzir a quantidade de CO2 que é emitida por unidade de PIB gerada. Mas analisando outros dados que o país menciona no documento, como um aumento da população de 1,2 bilhão de pessoas em 2014 para 1,5 bilhão em 2015, e um aumento do PIB per capita de US$ 1.408 para US$ 4.205, as emissões podem ser muito mais altas que as atuais.
A conversão das metas em temperatura foi feita pelo programa Climate Action Tracker, composto por instituições europeias como o Instituto Potsdam para Pesquisa sobre Impactos Climáticos, e pelo Climate Interactive, com pesquisadores da Escola Sloan de Administração do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
O primeiro chegou ao valor de 2,7°C, com base na análise das metas apresentadas por 19 países, que representam 71% das emissões do planeta.
Eles fizeram o cálculo antes de a Índia (que aumenta a representatividade para 84% das emissões) apresentar seus dados e trabalharam com uma estimativa de que a meta do país seria reduzir entre 35% e 45% a intensidade de carbono por PIB.
Já o Climate Interactive estima que o aumento da temperatura pode ser de 3,5°C, com uma margem de incerteza que vai de 2,1 °C a 4,6°C.
FONTE;http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/metas-de-paises-indicam-aquecimento-de-ate-3-5c-no-planeta
02/10/2015 08:12
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