A China está planejando construir o maior acelerador de partículas do mundo. De acordo com o China Daily, o projeto conceitual inicial da megainstalação já foi concluído. Com construção prevista para 2020, a estrutura terá o dobro do tamanho e sete vezes a potência do Grande Colisor de Hádrons (LHC) sediado na Suíça, atualmente o maior do mundo.
29/10/2015
No seguimento do trabalho da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), cujo LHC descobriu em 2012 o bóson de Higgs – também conhecido como "partícula de Deus" –, a instalação chinesa deverá gerar milhões dessas misteriosas partículas devido a suas gigantescas proporções.
Segundo o China Daily, isso permitirá que os físicos observem em detalhe a estrutura e as características do bóson de Higgs, a fim de explicar melhor como funciona um dos blocos de construção fundamentais do universo.
Em declarações ao jornal, o diretor do Instituto de Física de Altas Energias da Academia Chinesa de Ciências, Wang Yifang, explicou que o projeto conceitual inicial foi concluído, e que o projeto final será terminado até o final de 2016.
A publicação relata ainda que o novo acelerador de partículas, batizado de Colisor Circular Elétron-Pósitron (CCEP), pode ser construído perto da cidade portuária de Qinhuangdao, na província nordeste de Hebei, e deverá ter um perímetro de entre 50 e 100 km, em comparação com os 27 km do CERN.
De fato, equipamentos elétron-pósitron usam energias mais baixas, produzindo colisões mais claras que são mais fáceis de analisar, na medida em que já estão esmagando partículas fundamentais juntas. Ao examinar em detalhes as interações da “partícula de Deus” com outras partículas, o colisor chinês poderia, por exemplo, ser capaz de detectar se o Higgs é uma partícula simples ou algo mais exótico.
Planejando com antecedência, o China Daily observa ainda que, em longo prazo (2040), a megainstalação a ser criada também incluirá um ambicioso projeto de segunda fase – o Supercolisor Próton-Próton, versão atualizada do LHC, com 100 TeV (elétron-volt) de classificação, em comparação com os 13 TeV do acelerador europeu. Isso permitirá que os físicos experimentem colisões com maior energia e momentum, permitindo a eles sondar a física em distâncias e intervalos de tempo ainda mais curtos.
Notando que físicos de todo o mundo já estão viajando à China para colaborar no projeto, Wang observou que "esta é uma máquina para o mundo e pelo mundo: não uma [máquina] chinesa", e enfatizou que o CCEP vai ajudar os cientistas a fazer avanços e descobertas que irão beneficiar toda a humanidade.
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