A
oração de Paulo pelos crentes efésios é muito específica. Ele pede a
Deus que lhes dê um entendimento e conhecimento mais profundo acerca de
Cristo, e seria bom se buscássemos o mesmo para a nossa vida. Isso não é
algo que se possa aprender num seminário ou mesmo num estudo bíblico ou
na leitura de livros devocionais. O desejo de Paulo era que eles
recebessem de Deus, voluntariamente, o “espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele” (Ef 1.17-23).
01/02/2015
01/02/2015
Especificamente, Paulo ora para que eles conheçam a “suprema grandeza”
do poder que Deus queria demonstrar na vida deles. A explicação de
Paulo sobre esse assunto é muito esclarecedora. Paulo nos fala sobre
esse poder em Filipenses 3. Esse poder era, de fato, o que ele tanto
desejava para si mesmo. Ele o chama de “o poder da sua ressurreição” e
declarou:
“Para o conhecer, e o poder (dynamis) da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte; para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos. Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus” (Fp 3.10-12).
Será que Paulo
estava em dúvida quanto à sua salvação, achando que talvez não estivesse
qualificado para a ressurreição dos crentes no Arrebatamento?
Dificilmente! Ele está nos dizendo que a Ressurreição não é apenas um
evento histórico do qual nos lembramos com satisfação e alegria, mas
também o maior acontecimento da história (passada, presente e futura) de
todo o cosmos! O maior evento de todos os tempos no universo é também
um dos mais difíceis de entender. Nós falamos sobre esse acontecimento
de uma forma extremamente trivial, mas ele é o pivô em torno do qual
toda a história se articula e que a dividiu para sempre em duas partes. A
divisão do tempo não deveria ser apenas a.C. (antes de Cristo) e d.C.
(depois de Cristo); deveria ser a.R. (antes da Ressurreição) e d.R.
(depois da Ressurreição).
Diante dos
telescópios e dos meios tecnológicos de que dispomos hoje para
aparentemente esquadrinhar os mais remotos cantos do universo, as
palavras de Davi no Salmo 19 assumem um significado ainda mais
profundo:
“Os céus proclamam a glória de Deus [...]”.
A Criação é a
maior expressão visível de poder, e nós nos curvamos em espanto e
adoração quando pensamos no Deus infinito que está por trás de tudo o
que se pode ver. Mas Paulo diz que isso não é nada em
comparação com o poder demonstrado na Ressurreição de Jesus Cristo, e
esse é o grande poder que Paulo queria que os efésios experimentassem
diariamente.
De fato, Paulo nos
diz que a Ressurreição é a maior prova do poder de Deus jamais
apresentada e cuja grandeza não pode ser superada. Precisamos entender o
porquê dessa afirmação e por que Paulo orou daquela forma. Afinal de
contas, “A vida estava nele [em Cristo]” (Jo 1.4). Jesus disse:
“[...] tenho poder para a dar [minha vida] e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai” (Jo 10.18, ARC).
Então, por que foi necessário um poder tão grande para ressuscitar Cristo dentre os mortos?
Durante sua vida
na terra, e antes de sua própria ressurreição, Cristo havia ressuscitado
muitos dentre os mortos. Mas aqueles a quem ele ressuscitou, como
Lázaro (Jo 11.1-43) e o filho da viúva de Naim (Lc 7.11-16), morreram
novamente após alguns dias ou anos para aguardar a ressurreição de todos
os crentes no Arrebatamento.
Como
o Doador da vida, por intermédio de quem foram criadas todas as coisas
(Jo 1.3), poderia ser morto? Temos aqui uma aparente contradição. Foi
Cristo mesmo quem disse, a respeito de sua vida:
“Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou” (Jo 10.18). Entretanto, Pedro acusa os judeus de terem matado Jesus: “vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos” (At 2.23).
Dirigindo-se ao conselho rabínico, Estêvão usa uma linguagem ainda mais forte: “do qual vós agora vos tornastes traidores e assassinos [...]” (At 7.52).
O motivo pelo qual
foi necessário usar o maior poder jamais aplicado a fim de ressuscitar a
Cristo dentre os mortos só pode estar associado ao tipo de morte que
Ele morreu.
Deus havia declarado que a penalidade para o pecado é a morte, que é a eterna separação de Deus.
Mas será que esse
castigo não é forte demais? Adão e Eva foram expulsos do jardim
paradisíaco por seu Criador (que os havia colocado ali) por causa de uma
infração aparentemente pequena: comer um determinado fruto. Isso é
motivo para um castigo eterno?
Nós
tratamos o pecado com muito descaso, vendo apenas o ato em si e
esquecendo contra quem ele é cometido. O pecado de Adão e Eva não foi
apenas comer o fruto proibido.
Foi
desafiar e se rebelar deliberadamente contra Aquele que havia criado não
só a eles, mas a todo o universo. Na nossa perspectiva, o pecado de
Davi – adultério, assassinato e mentira – foi muito mais condenável. Mas
Davi sabia o que era o pecado:
“Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos” (Sl 51.4).
Em sua essência, o
pecado é uma traição intencional, uma rebelião clara e desafiadora
contra o Criador e Governador do universo. Precisamos nos lembrar desse
fato.
A maioria dos
cristãos que, ao serem convencidos pela consciência, caem com o rosto em
terra e confessam seus pecados, não está realmente confessando o horror
do que fizeram.
Não basta se
arrepender dos atos praticados. É preciso confessar também que, não
importa quão trivial nos pareça o ato que praticamos, o que nós fizemos
foi repetir a traição de Adão e Eva contra o Senhor Deus. Se não reconhecermos isso com convicção profunda no coração, a confissão será incompleta.
Agora, começamos a entender por que foi necessária “a suprema grandeza do seu poder” (Ef 1.19) para ressuscitar a Cristo dentre os mortos. O escritor de um hino disse com muita propriedade:
“Foi o enorme fardo dos nossos pecados que te deitou no túmulo, ó Senhor da vida”.
O que quer dizer
isso? Como poderiam os nossos pecados ser lançados sobre o Cristo sem
pecado? Isso certamente não foi feito quando Pilatos condenou a Cristo,
nem quando os ímpios soldados romanos O açoitaram e O pregaram numa
cruz. Contudo, foi isso que o filme antibíblico A Paixão de Cristo (de Mel Gibson) retratou – e o filme foi elogiado por milhares de evangélicos, entre eles centenas de líderes.
O que realmente
aconteceu na Cruz não só não poderia ser retratado num filme como, ao
ser omitido, foi negado por ele. Isaías escreveu:
“Todavia, ao senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado” (Is 53.10).
Claramente, o que
os homens fizeram com Cristo não teve nada a ver com o Senhor moê-lo e
fazer de Sua alma um sacrifício pelo pecado.
O pecado tem uma dimensão moral e espiritual que Cristo teve que suportar por todo indivíduo, e nenhum outro poderia fazê-lo.
O nosso Salvador
não tinha que ser apenas perfeitamente sem pecado para poder pagar pelos
pecados dos outros – ele tinha que ser infinito.
Ninguém, a não ser Deus, poderia satisfazer a justiça dessa forma. Mas a sentença havia sido pronunciada contra ahumanidade. Portanto, Deus, apesar de infinito, não poderia pagar essa pena, a não ser que se tornasse totalmente homem sem deixar de ser Deus. Por isso a necessidade do primeiro e único nascimento virginal.
Os ateus alegam
que seria injusto um inocente pagar pelos culpados. Isso seria verdade,
não fosse por outra dimensão da Cruz. Para os que crêem, Deus considera a
morte e a ressurreição de Cristo como se fosse a deles. Todo aquele que
crê sofre uma milagrosa transformação interior que foi prometida por
Cristo e que Ele chamou de “nascer de novo” (Jo 3.3-16). Isso não é um clichê, é a realidade.
Pilatos não tinha idéia do que estava dizendo quando apresentou Cristo à multidão agitada:“Eis o homem!” Aquele era o homem como Deus queria que fosse. Paulo o chamou de “o segundo homem” e de “o último Adão” (1 Co 15.45,47).
Em outras palavras, desde Adão – criado pela mão de Deus no Jardim, sem
contaminação – até Jesus, o último Adão – formado no útero de uma
virgem, sem contaminação – não havia ninguém de quem se pudesse dizer:
“Eis o homem como Deus queria que fosse”.
“O enorme fardo
dos nossos pecados”, que teria mantido a humanidade no Lago de Fogo para
sempre, poderia ser suportado pelo Ser infinito na Cruz, onde Ele se
colocou entre Deus e o Homem. Se a Justiça Infinita não tivesse sido
satisfeita através do pagamento integral dos nossos pecados efetuado por
Cristo, Ele não poderia ter saído daquele sepulcro.
A
penalidade para o pecado é ser banido eternamente da presença de Deus e
de todo o seu universo e lançado no exílio no Lago de Fogo. Esse é o
castigo determinado pela Suprema Corte de Deus para a alta traição
contra o Criador de todas as coisas. Um dos maiores horrores do Lago de
Fogo será o fato de que mesmo naquele lugar de tormento os que odeiam a
Deus não conseguirão escapar dEle. Ele estará lá, na consciência dos
perdidos, consciências que não poderão mais se esconder atrás de nenhuma
desculpa. Não haverá como fugir da verdade que eles rejeitaram e que os
atormentará eternamente. Davi afirmou:“Se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás” (Sl 139.8).
Nenhum ser finito
poderia pagar a penalidade exigida pela infinita justiça de Deus. Nenhum
ser humano que tentasse pagar por seus próprios pecados poderia dizer
finalmente, como exclamou Cristo em triunfo na Cruz: “Está consumado! A
dívida foi paga”. Mas o preço tinhaque ser pago integralmente. De que outro modo os portões da justiça se abririam?
No Livro de Jó, temos uma noção da verdadeira luta entre Satanás e Deus pelo domínio do Cosmo. “Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles” (Jó 1.6).
Essa narrativa espantosa nos dá uma idéia do que está envolvido na
batalha entre Deus e Satanás. É um conflito de proporções cósmicas pelo
controle do universo, e o homem é o prêmio que ambos os lados desejam.
É uma batalha bem
real, cujo objetivo é conquistar o coração e a afeição do homem. Mas é
bom lembrar que não há nenhuma garantia de que Deus triunfará em cada
caso individual. Com o dom do livre arbítrio, cabe a cada ser humano
escolher de que lado ficará nessa batalha.
Os cristãos têm um papel fundamental na derrota final de Satanás:
“Eles, pois, o venceram [a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás – Ap 12.9] por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (Ap 12.11). Com o amor de Cristo em nosso coração, seguimos o exemplo que Ele mesmo deixou para nós: “Pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (1 Pe 2.21-25).
Satanás continua a
entrar na presença de Deus desafiadoramente, como fazia na época de Jó.
Como podemos ter certeza disso? Pelo fato de que ele ainda acusa os
irmãos diante do trono de Deus dia e noite, e continuará fazendo isso
até o fim (Ap 12.10).
Como já dissemos
certa vez, e sempre é bom repetir, Satanás é como um presidente no fim
do mandato. Ele ainda pode andar livremente pelos corredores do poder e
tem bastante influência por trás dos panos. Ele ainda não foi expulso do
céu, mas esse dia está chegando:
“Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos” (Ap 12.7-9).
Como Satanás será expulso no final? Existe um velho hino que expressa com simplicidade e beleza o que a Escritura retrata:
Em fraqueza, como
um derrotado, Ele conquistou a coroa da vitória; Permitindo que pisassem
nele, colocou todos os nossos inimigos sob seus pés. Ele abateu o poder
de Satanás; Feito pecado, derrotou o pecado. Curvou-se ante o sepulcro,
destruiu-o também; e, ao morrer, matou a morte.
Satanás não
consegue entender como Cristo, com brandura e aparente fraqueza, pôde
triunfar sobre ele. Ele fica confuso com tudo que diz respeito à Cruz.
Primeiro, ele inspirou Pedro para impedir Cristo de ir para a Cruz:
“Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá” (Mt 16.21-22).
Sabemos que Satanás inspirou Pedro por causa da resposta de Cristo: “Arreda, Satanás!” Depois, ele inspirou Judas para entregar Jesus aos rabinos para que eles pudessem conseguir Sua crucificação: “Entrou nele Satanás” (Jo 13.27). Até hoje, Satanás não entendeu nada.
Na
minha opinião, Satanás realmente acha que pode sair vencedor dessa
batalha pelos corações e mentes da humanidade. E por que não? Ele
oferece exatamente aquilo que treinou o homem para cobiçar: riqueza,
bens, prazer hedonista, sexo livre, popularidade, fama, drogas e álcool
em abundância, satisfação de todos os seus desejos sensuais. Mas, apesar
disso, multidões preferem seguir a Cristo, embora Ele ofereça o ódio e a
rejeição do mundo, com perseguição e sofrimento – mas também a
eternidade em sua presença, onde há felicidade verdadeira: “Na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (Sl 16.11).
E o que acontece
com os que fazem a escolha errada e preferem juntar-se a Satanás em sua
traição? Deus não tem prazer em castigar os perversos (Ez 33.11), mas a
punição de cada um é de acordo com seu crime.
Quando lemos o que
os líderes ateus dizem a respeito de Deus em flagrante e desafiadora
rebeldia, temos certeza de que eles arrancariam Deus de Seu trono se
pudessem. Eles odeiam a Deus. Sem dúvida, o tormento eterno no
Lago de Fogo por causa de sua traição será a colheita daquilo que eles
mesmos semearam.
Veja o que disse
Richard Dawkins, líder do movimento do Novo Ateísmo, num debate com John
Lennox, um cristão fervoroso e também professor de Oxford, cientista
com dois Ph.D.s e que, em seu comentário final, deu testemunho de sua fé
em Cristo e na ressurreição de nosso Senhor:
“Sim, bem, esse
pedacinho final” – disse Dawkins, com os lábios encurvados de desprezo, a
voz gotejando veneno – “entrega o jogo todo, não? Toda aquela história
de ciência e física… tudo isso é muito grandioso e maravilhoso, e então,
de repente, voltamos à ressurreição de Jesus. Isso é tão
insignificante, tão trivial, tão local, tão sem imaginação – tão indigno do universo”.
Mas,
para Deus, a Ressurreição foi a maior demonstração de Sua majestade e
poder. Que lamentável exibição do ódio mortal que corrói Dawkins! Esse
pagão, que obviamente adora a criação ao invés do Criador (Rm 1.21-23),
está espumando de raiva. Essa manifestação de seu ódio a Deus vai zombar
dele eternamente (Pv 1.20-33), enquanto os céus ressoarão com o eterno
mas sempre renovado hino de louvor a Deus e ao Cordeiro: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor”.
fonte;(Dave Hunt Extraído de http://www.chamada.com.br em 13/06/2013)
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