O debate durante a Conferência de Segurança de Munique colocou em destaque a crescente divergência entre Europa e Estados Unidos sobre como fazer frente ao presidente russo, Vladimir Putin, à medida que rebeldes apoiados por Moscou ganham território no leste da Ucrânia.
O presidente dos EUA, Barack Obama, está sendo pressionado por alguns parlamentares norte-americanos a fornecer armas letais a Kiev.
A ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, manifestou os receios da Europa em relação à estratégia: "Temos certeza de que estaríamos melhorando a situação para o povo na Ucrânia ao entregarmos essas armas? Temos mesmo certeza de que a Ucrânia pode vencer contra a máquina militar russa?"
"E não seria isso uma desculpa para a Rússia intervir abertamente no conflito?", questionou a ministra alemã.
A Grã-Bretanha também teme que o envio de armas possa "escalar o conflito", disse o ministro da Defesa britânico, Michael Fallon, na conferência.
Enquanto faziam tais declarações, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, conduziam negociações com Putin em Moscou para tentar encontrar um desfecho para o conflito na Ucrânia, no qual mais de 5 mil pessoas já morreram e cuja continuidade tem prejudicado cada vez mais as relações da Rússia com o Ocidente.
A iniciativa dos mandatários europeus foi parcialmente provocada pelo debate sobre a necessidade de armar Kiev.
O principal comandante militar da Otan, general Philip Breedlove, deu a indicação mais contundente até o momento de que ele está – como noticiou o jornal The New York Times nesta semana – entre as autoridades norte-americanas que defendem o fornecimento de armas e equipamentos aos militares ucranianos.
O Ocidente vem tentando utilizar medidas econômicas e diplomáticas para pressionar Putin, disse ele. "Mas se o que está sendo feito não está produzindo aquilo que se deseja ganhar a partir da conversação, então talvez todas as ferramentas à disposição devam ser usadas e os meios convencionais não devam ser externamente desconsiderados", acrescentou Breedlove.
A ministra Ursula von der Leyen questionou o sentido estratégico de se fornecer armamentos a Kiev enquanto os separatistas recebem um enorme suporte dos russos.
"O apoio com armas da Rússia aos separatistas é potencialmente ilimitado", disse ela. "E esperamos mesmo ser capazes de fornecer tantos armamentos ao Exército ucraniano para que consigam conquistar o outro lado?"
(Reportagem adicional de Adrian Croft)/Por Por Stephen Brown e Noah Barkin | Reuters – 15 horas atrás
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