Estoque de água em São Paulo cai 74% em um ano 2015





Falta de chuvas afeta abastecimento de água no país


23.jan.2015 - Ave procura comida em meio ao lixo que boia na represa Billings, na zona Sul de São Paulo. O governador Geraldo Ackmin anunciou que água da represa pode ser usada para abastecer outros sistemas .

25/01/2015

Um ano após o início da pior crise hídrica paulista, o estoque de água disponível para abastecer 20 milhões de pessoas na Grande São Paulo caiu 74%. Quando a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) emitiu o primeiro alerta sobre a seca no Cantareira, em 27 de janeiro de 2014, os seis mananciais que atendem a região mais rica do país somavam 1 trilhão de litros armazenados. Hoje, restam 267,8 bilhões, 12,4% da capacidade dos reservatórios.

A crise começa a ganhar ares trágicos na medida que as reservas de água continuam caindo na temporada de chuvas, fenômeno que se repete pelo segundo verão consecutivo. Esta é a pior seca nos últimos 85 anos. Mantendo esse ritmo, essa reserva pode acabar em 206 dias.

Há um ano, o Cantareira estava com 23,1% de capacidade - hoje, com o uso do volume morto, o nível está 23,7% abaixo de zero - e o estoque para toda a região metropolitana era de 47,3%, volume que foi suficiente para atravessar o período seco de 2014, já com economia e cortes na distribuição de água.

De lá para cá, a Sabesp lançou um programa de bônus para quem economizar água, bombardeou nuvens para provocar chuva artificial, retirou bairros da capital da área de cobertura do Cantareira e reduziu a pressão na rede para diminuir as perdas por vazamentos. O rodízio oficial chegou a ser planejado em janeiro, conforme o Estado revelou em agosto, e o racionamento admitido e negado várias vezes pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB).

"As chuvas são bem inferiores à expectativa para o verão e a situação atual das represas é muito pior do que em 2014. O cenário é de esgotamento", afirma Marussia Whately, coordenadora do Instituto Socioambiental (ISA). "O fato é que as medidas adotadas até agora não foram suficientes para reservar o máximo de recursos para 2015. Além do impacto social, isso vai repercutir economicamente na região que concentra um quarto do PIB do Brasil", diz Samuel Barrêto, especialista em recursos hídricos da ONG The Nature Conservancy (TNC).

Com todas as ações, a Sabesp conseguiu reduzir em 23% o volume de água produzido na Grande São Paulo, de 69 mil litros por segundo em média antes da crise para os atuais 53 mil litros. Economia ainda pequena diante do déficit diário de água nos mananciais, em especial o Cantareira, que caminha para captar água de uma terceira cota do volume morto. Em um ano, as perdas nos sistemas chegam a 753 bilhões de litros, volume quatro vezes superior à capacidade da Represa do Guarapiranga, na zona sul. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.






O UOL coletou, durante o ano, alternativas apresentadas por especialistas ou empreendedores para a falta de água no Estado de SP e outras partes do país. Veja algumas delas aqui UOL/Arte



Seca em SP revela carros, construções antigas e lixo

21.jan.2015 - Trator que estava coberto pela água é encontrado na represa de Guarapiranga, na zona sul da capital paulista, nesta quarta-feira (21), dia em que foi registrado o nível mais baixo de todos os tempos. Com a falta de água, muito lixo e mato são encontrados nas margens da represa. Os índices dos outros cinco sistemas que fornecem água para a Grande São Paulo, como o Cantareira, também registraram queda nos níveis


fonte;Estadão Conteúdo

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