Dona da JBS vai disputar mercado de saneamento real em 2015 ate 2050.
A Zetta Ambiental será estruturada como braço da Zetta Infraestrutura,
criada no fim do ano passado para adentrar as áreas de construção,
energia e saneamento
31/01/2015
São Paulo - Em meio à crise hídrica e à atuação cada vez mais forte de empresas privadas em saneamento, a J&F Investimentos, holding do frigorífico JBS
que pertence à família Batista, vai entrar no setor com a criação da
Zetta Ambiental. A ideia é disputar concessões já em 2015, segundo
fontes.
Ainda sem ativos, a Zetta Ambiental está sendo estruturada como um
braço da Zetta Infraestrutura, empresa criada no fim do ano passado pela
holding para adentrar as áreas de construção, energia e saneamento.
O time para tocar a empresa
já começou a ser recrutado no mercado. Rafael Garofano, que atuou na
OAS entre 2008 e 2012, tornou-se, este mês, gerente de novos negócios da
Zetta Ambiental.
O executivo é membro da Comissão de Saneamento Básico do Instituto dos
Advogados de São Paulo e já atuou brevemente também na área de
concessões da Mendes Júnior, entre junho e dezembro do ano passado. OAS
e Mendes Júnior estão entre as empreiteiras envolvidas na operação Lava
Jato, que investiga denúncias de corrupção na Petrobras.
Além do setor de saneamento, a Zetta Infraestrutura vai atuar em
energia, logística, desenvolvimento urbano e iluminação pública. Somente
o segmento de energia está mais evoluído e já era uma aposta da J&F
antes da criação da Zetta.
Em meados do ano passado, Augusto Cesar Uzêda, ex-diretor da área
internacional da OAS, foi contratado pela J&F para comandar a Zetta
Infraestrutura.
Sem revelar investimentos, a J&F informou ao Broadcast, serviço de
notícia em tempo real da Agência Estado, que "por enquanto não há
movimentação" por parte da Zetta Ambiental para disputar os ativos. "É
uma estrutura que está sendo montada e foi criada devido ao potencial do
setor", disse a companhia.
Crise hídrica
A atual crise hídrica vem sendo vista como oportunidade por empresas
privadas de saneamento. A Associação Brasileira das Concessionárias
Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon) avalia que o
ambiente estará mais favorável para investimentos privados no setor em
2015.
A previsão da associação é de que a participação das empresas privadas
no mercado brasileiro de saneamento passará dos atuais 10% para 30% nos
próximos 15 a 20 anos.
Hoje, empresas do setor como a líder de mercado Águas do Brasil e a
Nova Opersan, controlada pelo fundo P2 Brasil, do Pátria Investimentos,
já relataram que têm sido procuradas por empresas interessadas em
aprimorar seus sistemas de reúso de água.
A água é um insumo relevante para a indústria e muitos empresários
temem que ela fique mais cara diante da escassez. Nesse sentido,
sistemas que geram economia de água podem ajudar a conter custos.
As empresas também se estruturam para disputar possíveis parcerias
público privadas na área de saneamento este ano. O setor espera que a
repercussão sobre a crise hídrica incentive mais prefeituras a fazer
parcerias para aprimorar seus sistemas de abastecimento de água ou até
mesmo concessões para a gestão integral do serviço por empresas
privadas.
Em 2013, o segmento privado ultrapassou, pela primeira vez, o montante
de R$ 1 bilhão de investimentos na área de saneamento, de acordo com
dados da Abcon.
No ano passado, as empresas privadas detinham a concessão em 300
municípios. Entre 2013 e 2017, o setor deve somar um total de R$ 6,5
bilhões em investimentos.
Atualmente, as cidades de Jaú, Holambra (SP), Penha (SC), Pará de Minas
(MG) e Marabá (PA) estão entre os municípios que possuem concessões na
área de saneamento em aberto, em diferentes estágios do processo. Além
disso, Mauá e Santo André (SP) preparam PPPs na área.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo./EXAME.com
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