Em um trecho remoto da floresta amazônica, uma torre de aço subirá 330 m em direção ao céu – mais alto do que a Torre Eiffel, e muito maior do que as árvores.
17/09/2014
A Torre Alta de Observação da Amazônia (Atto, na sigla em inglês) é um esforço conjunto entre Brasil e Alemanha para descobrir exatamente como o dióxido de carbono se comporta dentro da floresta, um dos “pulmões verdes” do planeta.
Nas últimas décadas, a proporção de dióxido de carbono na atmosfera aumentou drasticamente. As plantas, no entanto, precisam dele para crescer, e a vegetação densa da floresta amazônica armazena grandes quantidades de CO2.
Nos próximos 20 anos, a torre vai ajudar os cientistas a medir a quantidade de dióxido de carbono que a floresta absorve ano a ano – ou quanto ela libera. Os cientistas não têm certeza absoluta do que acontece, daí a necessidade desta torre.
A estrutura estará repleta de instrumentos high-tech para monitorar a química do ar. Mas por que ela precisa ser tão alta? Bem, torres mais curtas podem medir como respira um trecho local da floresta, mas esta torre de 330 m vai chegar muito além das árvores, dando uma visão geral de todo o leste da Amazônia.
A torre está sendo erguida em um local bem isolado, acessível por um trajeto de quase 300 km desde Manaus, envolvendo viagens em lancha e trilhas de terra. No total, o projeto custou cerca de R$ 20 milhões, incluindo os R$ 7,5 milhões da construção da torre.
Funcionários já começaram as obras, após vários anos de atrasos e burocracia. Mas a construção da torre não será algo completamente inédito. O Instituto Max Plank, parceiro alemão do projeto, ergueu uma torre de observação de 330 metros na floresta siberiana de taiga (foto acima), outro local onde se analisa o comportamento do CO2.
Estas torres gêmeas, nos hemisférios Norte e Sul, vão fornecer um quadro mais completo de como o nosso planeta respira. [Estadão, BBC, Instituto Max Plank]
Imagem: Zotino Tall Tower, na Sibéria, em cujo projeto a torre da Amazônia se inspira.
FONTE;
Crédito: Michael Hielscher/Max Plank Institute for Biogeochemistry
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