Protestos em Barcelona pela independência da Catalunha: milhares de pessoas se manifestaram pela separação da Espanha no início deste mês setembro de 2014.
18/09/2014
São Paulo – Em um referendo que acontece nesta quinta-feira, a Escócia definirá a sua independência do Reino Unido. Se os escoceses votarem pelo “sim”, será o fim de uma união que já dura 307 anos. A imprevisibilidade do resultado, que aponta um placar apertado, trouxe calafrios para o governo britânico e para quem torce pela separação entre os dois países.
Para o jornal The New York Times, independente do resultado do referendo, fato é que oportunidade que o povo escocês tem de escolher o futuro de sua nação pode causar um “terremoto político” em outros países.
Mundo afora, existem várias regiões separatistas que sonham com a independência. Muitas delas, como a Catalunha, na Espanha, observam com atenção a votação na Escócia e desejam usar este exemplo para batalhar para se tornar um estado soberano.
Abaixo, EXAME.com listou alguns destes locais. Confira.
Catalunha, Espanha
Há cerca de uma semana, dois milhões de pessoas participaram de uma manifestação pela independência da Catalunha na cidade de Barcelona. Na ocasião, a multidão exigiu a realização de um referendo sobre o tema em 9 de novembro.
O governo espanhol, por outro lado, já afirmou que irá usar “toda a força da lei” para impedir que a votação aconteça. Compreensível: a Catalunha é a região mais próspera do país. De acordo com analistas, um dos motivos que podem ter contribuído para reavivar o desejo da independência entre a população local é justamente a grave crise econômica que há anos assola a Espanha.
Segundo números do jornal The Wall Street Journal, estima-se que exista uma diferença de 16 bilhões de euros entre o que os catalães pagam ao governo em Madri e aquilo que recebem. Para economistas ouvidos pela publicação, é economicamente muito viável que a região se torne um país. Dizem ainda estes especialistas que, ao se tornar independente, a Catalunha tem capacidade para virar uma potência econômica.
País Basco, Espanha
Ainda na Espanha, outro lugar que pode tentar se separar em breve é o País Basco. Foi nesta região que se originou um dos mais famosos grupos separatistas, o ETA, que declarou o fim da luta armada pela independência basca em 2011.
Atualmente, explica a especialista Teresa Whitfield, em artigo publicado no blog da London School of Economics and Political Science (LSE), há certa calmaria no País Basco, que contou com protestos mais tímidos que na Catalunha. Mas isto pode ser explicado pelo fato de que a região conta autonomia fiscal do governo espanhol, o que significa que pode definir como arrecada e como gasta os seus impostos.
Independente disso, a expectativa é que, com o exemplo escocês e as manifestações na Catalunha, os bascos comecem e pressionar pelo direito de escolher o próprio destino. Uma pesquisa recente conduzida pelo governo local mostrou que 59% da população do País Basco apoia a realização de um referendo.
Quebec, Canadá
Uma das províncias mais populosas do Canadá, Quebec há muitos anos tenta a sua independência. Nas últimas décadas, foram duas tentativas: uma em 1980 e outra em 1995.
E membros de partidos separatistas da província já avisaram que vão usar o exemplo escocês como inspiração para prosseguir com o objetivo de separação do Canadá. As diferenças culturais são notáveis: na província, a maioria da população é católica e 80% tem o francês como idioma, no resto do país, a maioria é protestante e fala o inglês.
Além disso, há também a motivação econômica, lembra o site Business Insider, uma vez que a região contribui com 20% do PIB (Produto Interno Bruto) canadense.
Vêneto, Itália
Uma das regiões mais ricas da Itália, Vêneto também expressou recentemente a vontade de se tornar independente. Em março deste ano, foi realizado um referendo online, que não teve validade jurídica, e 89% dos participantes optaram pela separação. Na ocasião, explicou a analista Eve Hepburn, em artigo publicado no blog da LSE, críticos alegaram que a votação era ilegítima.
De acordo com eles, o referendo teve a participação de pessoas que sequer vivem na região. Contudo, uma pesquisa realizada posteriormente revelou que 55% da população que efetivamente mora em Vêneto é a favor da independência.
O principal motivo para a separação é econômico. Números revelados pelo site .Mic mostram que Vêneto manda para Roma 71 bilhões de euros em impostos. Em investimentos, contudo, a região recebe apenas 50 bilhões.
Flandres, Bélgica
Diferenças culturais e incertezas políticas são os principais motivadores de uma possível independência de Flandres, a região mais rica da Bélgica. Contudo, explicou o site The International Business Times, caso isto aconteça, é possível que o pequeno país possa até desaparecer.
Isto porque perderia grande parte de sua população e uma porção considerável de seu território, lhe restando apenas Bruxelas e a frágil Valônia, que poderia ainda ser dividida entre a França, a Alemanha e Luxemburgo.
Por enquanto, contudo, a situação é de tranquilidade neste país que já foi chamado de “acidente histórico” por um ex-primeiro ministro, pois os principais partidos que defendem o separatismo de Flandres são ainda de pequena expressividade.
Fonte; http://exame.abril.com.br/mundo/5-novos-paises-que-podem-surgir-nos-proximos-meses/
São Paulo – Em um referendo que acontece nesta quinta-feira, a Escócia definirá a sua independência do Reino Unido. Se os escoceses votarem pelo “sim”, será o fim de uma união que já dura 307 anos. A imprevisibilidade do resultado, que aponta um placar apertado, trouxe calafrios para o governo britânico e para quem torce pela separação entre os dois países.
Para o jornal The New York Times, independente do resultado do referendo, fato é que oportunidade que o povo escocês tem de escolher o futuro de sua nação pode causar um “terremoto político” em outros países.
Mundo afora, existem várias regiões separatistas que sonham com a independência. Muitas delas, como a Catalunha, na Espanha, observam com atenção a votação na Escócia e desejam usar este exemplo para batalhar para se tornar um estado soberano.
Abaixo, EXAME.com listou alguns destes locais. Confira.
Catalunha, Espanha
Há cerca de uma semana, dois milhões de pessoas participaram de uma manifestação pela independência da Catalunha na cidade de Barcelona. Na ocasião, a multidão exigiu a realização de um referendo sobre o tema em 9 de novembro.
O governo espanhol, por outro lado, já afirmou que irá usar “toda a força da lei” para impedir que a votação aconteça. Compreensível: a Catalunha é a região mais próspera do país. De acordo com analistas, um dos motivos que podem ter contribuído para reavivar o desejo da independência entre a população local é justamente a grave crise econômica que há anos assola a Espanha.
Segundo números do jornal The Wall Street Journal, estima-se que exista uma diferença de 16 bilhões de euros entre o que os catalães pagam ao governo em Madri e aquilo que recebem. Para economistas ouvidos pela publicação, é economicamente muito viável que a região se torne um país. Dizem ainda estes especialistas que, ao se tornar independente, a Catalunha tem capacidade para virar uma potência econômica.
País Basco, Espanha
Ainda na Espanha, outro lugar que pode tentar se separar em breve é o País Basco. Foi nesta região que se originou um dos mais famosos grupos separatistas, o ETA, que declarou o fim da luta armada pela independência basca em 2011.
Atualmente, explica a especialista Teresa Whitfield, em artigo publicado no blog da London School of Economics and Political Science (LSE), há certa calmaria no País Basco, que contou com protestos mais tímidos que na Catalunha. Mas isto pode ser explicado pelo fato de que a região conta autonomia fiscal do governo espanhol, o que significa que pode definir como arrecada e como gasta os seus impostos.
Independente disso, a expectativa é que, com o exemplo escocês e as manifestações na Catalunha, os bascos comecem e pressionar pelo direito de escolher o próprio destino. Uma pesquisa recente conduzida pelo governo local mostrou que 59% da população do País Basco apoia a realização de um referendo.
Quebec, Canadá
Uma das províncias mais populosas do Canadá, Quebec há muitos anos tenta a sua independência. Nas últimas décadas, foram duas tentativas: uma em 1980 e outra em 1995.
E membros de partidos separatistas da província já avisaram que vão usar o exemplo escocês como inspiração para prosseguir com o objetivo de separação do Canadá. As diferenças culturais são notáveis: na província, a maioria da população é católica e 80% tem o francês como idioma, no resto do país, a maioria é protestante e fala o inglês.
Além disso, há também a motivação econômica, lembra o site Business Insider, uma vez que a região contribui com 20% do PIB (Produto Interno Bruto) canadense.
Vêneto, Itália
Uma das regiões mais ricas da Itália, Vêneto também expressou recentemente a vontade de se tornar independente. Em março deste ano, foi realizado um referendo online, que não teve validade jurídica, e 89% dos participantes optaram pela separação. Na ocasião, explicou a analista Eve Hepburn, em artigo publicado no blog da LSE, críticos alegaram que a votação era ilegítima.
De acordo com eles, o referendo teve a participação de pessoas que sequer vivem na região. Contudo, uma pesquisa realizada posteriormente revelou que 55% da população que efetivamente mora em Vêneto é a favor da independência.
O principal motivo para a separação é econômico. Números revelados pelo site .Mic mostram que Vêneto manda para Roma 71 bilhões de euros em impostos. Em investimentos, contudo, a região recebe apenas 50 bilhões.
Flandres, Bélgica
Diferenças culturais e incertezas políticas são os principais motivadores de uma possível independência de Flandres, a região mais rica da Bélgica. Contudo, explicou o site The International Business Times, caso isto aconteça, é possível que o pequeno país possa até desaparecer.
Isto porque perderia grande parte de sua população e uma porção considerável de seu território, lhe restando apenas Bruxelas e a frágil Valônia, que poderia ainda ser dividida entre a França, a Alemanha e Luxemburgo.
Por enquanto, contudo, a situação é de tranquilidade neste país que já foi chamado de “acidente histórico” por um ex-primeiro ministro, pois os principais partidos que defendem o separatismo de Flandres são ainda de pequena expressividade.
Fonte; http://exame.abril.com.br/mundo/5-novos-paises-que-podem-surgir-nos-proximos-meses/
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