Inicia-se, neste dia 12 de junho, a Copa do Mundo. Realizada no Brasil – corriqueiramente designado país do futebol – a Copa deveria comportar, naturalmente, uma euforia contagiante.
Entretanto, os sentimentos são contraditórios entre os brasileiros. Junto a uma natural alegria e expectativa, a população parece ao mesmo tempo envolta por certa perplexidade, motivo pelo qual, até agora, não são muitas as bandeiras e as manifestações exteriores que habitualmente marcam o ambiente pré-Copa, tanto mais sendo esta realizada em território nacional.
Entretanto, os sentimentos são contraditórios entre os brasileiros. Junto a uma natural alegria e expectativa, a população parece ao mesmo tempo envolta por certa perplexidade, motivo pelo qual, até agora, não são muitas as bandeiras e as manifestações exteriores que habitualmente marcam o ambiente pré-Copa, tanto mais sendo esta realizada em território nacional.
13/06/2014
Da apoteose ao pesadeloMuito se tem dito e escrito a respeito desta Copa do Mundo e não é minha intenção debruçar-me aqui sobre temas já muito batidos, como, por exemplo, os inexplicáveis e faraônicos gastos envolvidos na preparação da mesma.
Gostaria apenas de fazer uma reflexão e tentar apontar o motivo pelo qual, para o PT – mais precisamente para Dilma e seu mentor, o ex-presidente Lula – a grande e anunciada apoteose da Copa se tornou um verdadeiro pesadelo.
Pesadelo, sim. Ou será por acaso que, neste momento, quem tenta de todos os modos convulsionar o ambiente da Copa do Mundo, com greves abusivas, com invasões de terrenos urbanos, com mobilizações de índios (reais ou fictícios), com queima de ônibus, são precisamente os “movimentos sociais”, os sindicatos e os grupelhos (estilo black blocs) incentivados e financiados pelo governo petista?
São eles que tentam mergulhar o País num clima de apreensão, de angústia e de incerteza, estragando a própria festa do futebol e denegrindo a imagem do Brasil no Exterior.
Recordar é viver
Ensina o velho provérbio português que “recordar é viver”. Permitam-me, pois, recordar algumas circunstâncias prévias à realização desta Copa.
Voltemos ao final de outubro do ano de 2007. Num clima de euforia, a imprensa anunciava aos quatro ventos: “a Copa do Mundo é nossa”! Todos os vinte membros do Comitê Executivo da Fifa tinham votado a favor da candidatura do Brasil.
Ao anunciar a sede de 2014, Joseph Blatter salientara que o país que produziu os melhores jogadores do planeta teria o direito agora de sediar a Copa do Mundo.
Luís Inácio Lula da Silva, então Presidente, encabeçava a delegação brasileira presente na sede da Fifa, em Zurique. Após receber a taça da Copa do Mundo das mãos de Blatter, Lula afirmara, num tom de indisfarçável ufanismo, que o Brasil realizaria uma das maiores Copas de toda a história.
A euforia se espalhava e tudo parecia encaixar-se, como uma luva, no plano político de Lula.
Rumo ao terceiro mandato
Pela inoperância e condescendência de considerável parte da chamada oposição, Lula conseguira livrar-se do escândalo do mensalão, e ser reeleito em 2006.
Estava, pois, no seu segundo mandato: a situação econômica era estável, devido, entre outras razões, a uma bonança externa, e a uma alta taxa de juros que atraía grandes fluxos de capitais especulativos; o dólar baixava, o risco Brasil caía.
De outro lado, o PT acentuava o aparelhamento do Estado e a política externa era cada vez mais submissa aos interesses ideológicos dos países bolivarianos, com a Venezuela de Chávez à cabeça.
Pouco tempo antes da escolha da Fifa, começavam os primeiros rumores e manobras políticas para um terceiro mandato de Lula, que abordei em meu blog mais de uma vez. Havia até acenos petistas para uma reforma constitucional. A possibilidade do terceiro mandato acenava, a longo prazo, para uma vitaliciedade de Lula no poder, ao estilo de Hugo Chávez.
A Copa do Mundo estava, pois, calculada para ser um grande evento, de repercussão mundial, que consagrasse a permanência no poder do caudilho petista.
Tudo seria grandioso. Haveria investimentos em infra-estrutura, estádios faraônicos, o famoso trem-bala e até mesmo o jogo inaugural da Copa teria seu significado mais profundo nesta apoteose lulo-petista. A abertura da Copa do Mundo, no Itaquerão, fazia parte, a meu ver, do ufanismo que seria criado em torno da imagem de Lula, o “pai dos pobres”, o qual, segundo as lendas farta e generosamente divulgadas pela mídia internacional, resgatara milhões de excluídos das periferias, com seus programas sociais.
Percalços do lulo-petismoEntretanto, os planos lulo-petistas desandaram. As tentativas do então presidente Lula de um terceiro mandato esbarraram na resistência ponderável de setores importantes da sociedade. E Lula teve de contentar-se com o “poste”, como ele mesmo chegou a designar a então candidata à presidência, Dilma Rousseff.
A postura da oposição, sempre sofrível e condescendente, viabilizou um terceiro mandato do PT. Muitos ingênuos ou mal-intencionados elogiavam a presidente eleita como “gerentona”, a mulher que faria uma devassa na corrupção, e que ao mesmo tempo – se me permitem o neologismo – desideologizaria a diplomacia, a política interna, econômica, etc.
Mas Lula continuava a dar as cartas. O projeto intervencionista e estatista foi-se configurando, cada vez mais. E os tiques bolivarianos, acentuando-se.
A Copa do Mundo, como grande espetáculo do lulo-petismo, começava a periclitar.
Manifestações de junhoAs manifestações de junho do ano passado vieram mudar definitivamente o panorama político do País. Como tive oportunidade de expor, em palestra proferida em Fortaleza, o movimento que dera início às manifestações, dirigido por grupelhos de esquerda – como o Passe Livre – mancomunados com o governo, pretendia dar um golpe nas instituições e na Constituição, e instaurar a “democracia das ruas”. O próprio discurso da presidente, na época, e suas manobras políticas na tentativa de uma Constituinte específica para a reforma política, desvelavam essa intenção.
Mas o movimento inicial foi ultrapassado por um transbordar de mal estar – até então silencioso e difuso – que levou às ruas de todo o Brasil milhões de pessoas, num inequívoco sinal do desgaste do projeto político do PT, em amplas camadas da população.
Desde então, esse desgaste não fez senão aumentar e, a realização da Copa do Mundo se dá, precisamente, no momento em que o mesmo chega a seu auge.
A Presidente, em suas andanças pelo País, na campanha eleitoral antecipada, recebe vaias por toda a parte e de todo o tipo de público; o “Fora Dilma e leve o PT junto” se tornou recorrente.
Apesar de quererem ver a Seleção brasileira vitoriosa, muitos se sentem envergonhados por todas as manobras de baixa política e pela gastança a que a Copa deu azo; e outros chegam até a torcer contra, para que o governo petista seja prejudicado.
A Copa não é mais deles!É por este motivo que a grande e anunciada apoteose da Copa do Mundo, em favor do lulo-petismo, se transformou num pesadelo. Lula que sonhara com aclamações pessoais e de seu projeto político, assistirá aos jogos em casa. Dilma Rousseff, que contava com a Copa do Mundo como passo para sua reeleição, receosa de uma vaia no Estádio na cerimônia de abertura, antecipou seu discurso, fazendo-o em cadeia nacional de rádio e televisão, tentando defender seu governo, com uma série de imprecisões e falsidades, logo desmascaradas pela mídia.
É por este motivo que a máquina lulo-petista põe sua tropa de choque (sindicatos, movimentos sociais, etc.) para tentar tumultuar o evento de todas as formas.
É por este motivo também que a Copa não é mais deles!
fonte;
Escrito por José Carlos Sepúlveda da Fonseca | 12 Junho 2014
Artigos - Governo do PT
http://radardamidia.blogspot.com.br
Da apoteose ao pesadeloMuito se tem dito e escrito a respeito desta Copa do Mundo e não é minha intenção debruçar-me aqui sobre temas já muito batidos, como, por exemplo, os inexplicáveis e faraônicos gastos envolvidos na preparação da mesma.
Gostaria apenas de fazer uma reflexão e tentar apontar o motivo pelo qual, para o PT – mais precisamente para Dilma e seu mentor, o ex-presidente Lula – a grande e anunciada apoteose da Copa se tornou um verdadeiro pesadelo.
Pesadelo, sim. Ou será por acaso que, neste momento, quem tenta de todos os modos convulsionar o ambiente da Copa do Mundo, com greves abusivas, com invasões de terrenos urbanos, com mobilizações de índios (reais ou fictícios), com queima de ônibus, são precisamente os “movimentos sociais”, os sindicatos e os grupelhos (estilo black blocs) incentivados e financiados pelo governo petista?
São eles que tentam mergulhar o País num clima de apreensão, de angústia e de incerteza, estragando a própria festa do futebol e denegrindo a imagem do Brasil no Exterior.
Recordar é viver
Ensina o velho provérbio português que “recordar é viver”. Permitam-me, pois, recordar algumas circunstâncias prévias à realização desta Copa.
Voltemos ao final de outubro do ano de 2007. Num clima de euforia, a imprensa anunciava aos quatro ventos: “a Copa do Mundo é nossa”! Todos os vinte membros do Comitê Executivo da Fifa tinham votado a favor da candidatura do Brasil.
Ao anunciar a sede de 2014, Joseph Blatter salientara que o país que produziu os melhores jogadores do planeta teria o direito agora de sediar a Copa do Mundo.
Luís Inácio Lula da Silva, então Presidente, encabeçava a delegação brasileira presente na sede da Fifa, em Zurique. Após receber a taça da Copa do Mundo das mãos de Blatter, Lula afirmara, num tom de indisfarçável ufanismo, que o Brasil realizaria uma das maiores Copas de toda a história.
A euforia se espalhava e tudo parecia encaixar-se, como uma luva, no plano político de Lula.
Rumo ao terceiro mandato
Pela inoperância e condescendência de considerável parte da chamada oposição, Lula conseguira livrar-se do escândalo do mensalão, e ser reeleito em 2006.
Estava, pois, no seu segundo mandato: a situação econômica era estável, devido, entre outras razões, a uma bonança externa, e a uma alta taxa de juros que atraía grandes fluxos de capitais especulativos; o dólar baixava, o risco Brasil caía.
De outro lado, o PT acentuava o aparelhamento do Estado e a política externa era cada vez mais submissa aos interesses ideológicos dos países bolivarianos, com a Venezuela de Chávez à cabeça.
Pouco tempo antes da escolha da Fifa, começavam os primeiros rumores e manobras políticas para um terceiro mandato de Lula, que abordei em meu blog mais de uma vez. Havia até acenos petistas para uma reforma constitucional. A possibilidade do terceiro mandato acenava, a longo prazo, para uma vitaliciedade de Lula no poder, ao estilo de Hugo Chávez.
A Copa do Mundo estava, pois, calculada para ser um grande evento, de repercussão mundial, que consagrasse a permanência no poder do caudilho petista.
Tudo seria grandioso. Haveria investimentos em infra-estrutura, estádios faraônicos, o famoso trem-bala e até mesmo o jogo inaugural da Copa teria seu significado mais profundo nesta apoteose lulo-petista. A abertura da Copa do Mundo, no Itaquerão, fazia parte, a meu ver, do ufanismo que seria criado em torno da imagem de Lula, o “pai dos pobres”, o qual, segundo as lendas farta e generosamente divulgadas pela mídia internacional, resgatara milhões de excluídos das periferias, com seus programas sociais.
Percalços do lulo-petismoEntretanto, os planos lulo-petistas desandaram. As tentativas do então presidente Lula de um terceiro mandato esbarraram na resistência ponderável de setores importantes da sociedade. E Lula teve de contentar-se com o “poste”, como ele mesmo chegou a designar a então candidata à presidência, Dilma Rousseff.
A postura da oposição, sempre sofrível e condescendente, viabilizou um terceiro mandato do PT. Muitos ingênuos ou mal-intencionados elogiavam a presidente eleita como “gerentona”, a mulher que faria uma devassa na corrupção, e que ao mesmo tempo – se me permitem o neologismo – desideologizaria a diplomacia, a política interna, econômica, etc.
Mas Lula continuava a dar as cartas. O projeto intervencionista e estatista foi-se configurando, cada vez mais. E os tiques bolivarianos, acentuando-se.
A Copa do Mundo, como grande espetáculo do lulo-petismo, começava a periclitar.
Manifestações de junhoAs manifestações de junho do ano passado vieram mudar definitivamente o panorama político do País. Como tive oportunidade de expor, em palestra proferida em Fortaleza, o movimento que dera início às manifestações, dirigido por grupelhos de esquerda – como o Passe Livre – mancomunados com o governo, pretendia dar um golpe nas instituições e na Constituição, e instaurar a “democracia das ruas”. O próprio discurso da presidente, na época, e suas manobras políticas na tentativa de uma Constituinte específica para a reforma política, desvelavam essa intenção.
Mas o movimento inicial foi ultrapassado por um transbordar de mal estar – até então silencioso e difuso – que levou às ruas de todo o Brasil milhões de pessoas, num inequívoco sinal do desgaste do projeto político do PT, em amplas camadas da população.
Desde então, esse desgaste não fez senão aumentar e, a realização da Copa do Mundo se dá, precisamente, no momento em que o mesmo chega a seu auge.
A Presidente, em suas andanças pelo País, na campanha eleitoral antecipada, recebe vaias por toda a parte e de todo o tipo de público; o “Fora Dilma e leve o PT junto” se tornou recorrente.
Apesar de quererem ver a Seleção brasileira vitoriosa, muitos se sentem envergonhados por todas as manobras de baixa política e pela gastança a que a Copa deu azo; e outros chegam até a torcer contra, para que o governo petista seja prejudicado.
A Copa não é mais deles!É por este motivo que a grande e anunciada apoteose da Copa do Mundo, em favor do lulo-petismo, se transformou num pesadelo. Lula que sonhara com aclamações pessoais e de seu projeto político, assistirá aos jogos em casa. Dilma Rousseff, que contava com a Copa do Mundo como passo para sua reeleição, receosa de uma vaia no Estádio na cerimônia de abertura, antecipou seu discurso, fazendo-o em cadeia nacional de rádio e televisão, tentando defender seu governo, com uma série de imprecisões e falsidades, logo desmascaradas pela mídia.
É por este motivo que a máquina lulo-petista põe sua tropa de choque (sindicatos, movimentos sociais, etc.) para tentar tumultuar o evento de todas as formas.
É por este motivo também que a Copa não é mais deles!
fonte;
Escrito por José Carlos Sepúlveda da Fonseca | 12 Junho 2014
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