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De bola da vez a patinho feio
Como a história de amor da mídia internacional com o Brasil foi de bossa nova a fossa nova.- Cinco anos atrás, a imprensa internacional parecia 'gamada' no Brasil
- Havia razões de sobra para crer na força da economia do país e em sua crescente liderança mundial
- Mas, de um ano para cá, o jogo mudou...
- As manchetes passaram a se voltar para temas como protestos, violência, baixo crescimento econômico e atrasos na construção de estádios
- Mas seria a mudança de humores da mídia estrangeira um exagero...
- ...ou o reflexo de um momento difícil vivido pelo país?
Mas agora o tom das publicações estrangeiras é bem mais sombrio, como o da alemã Der Spiegel, que fala de 'Morte e Jogos' ao abordar o clima pré-Copa do Mundo 2014
- O Brasil mudou tanto assim em tão pouco tempo?
- A promessa que o país oferecia não se cumpriu?
- O tom mais crítico se deve à atenção maior que estamos recebendo?
- Ou a mídia internacional está exagerando?
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E quanto ao sentimento dos próprios brasileiros, será que estamos mais para a euforia da imprensa internacional de antigamente...
...ou será que nossos ânimos estão mais próximos da cobertura da mídia internacional dos dias de hoje. Se o assunto é Copa do Mundo e se o termômetro são as mídias sociais, a resposta poderá surpreender... -
Andrew Downie, da Reuters, responde à pergunta de Thiago Marins:
Eu acho que eles são genuínos, pelo menos a princípio. Isso apesar de os black blocs terem “sequestrado” as manifestações, descaracterizando os protestos desde então. -
O #salasocial só faz sentido com a participação da audiência da BBC Brasil. No convite para o lançamento da página, recebemos 85 sugestões e comentários pelo Facebook, 21 pelo Twitter e 35 pelo Google Plus. Foram mais de 660 likes e quase 170 compartilhamentos nas três redes.
Estas perguntas formam a espinha dorsal de nossa discussão. Participe também! -
Para quem chegou agora, vale retomar como a imagem do Brasil na mídia internacional mudou...para pior, em um período curto.
Há quatro anos, a revista 'The Economist', a Bíblia da economia liberal, via quatro razões para se acreditar no Brasil:
- Commodities - a publicação destacava a produção agrícola e de minério de ferro
- Petróleo - Afirmava que o "sucesso da Petrobras transformou a energia brasileira"
- Demografia - Apesar do crescimento demográfico estar caindo significativamente, isso não era algo ruim, já que o Brasil poderia "gastar mais tempo com a qualidade do que com a quantidade de seus gastos sociais"
- Urbanização - a crescente concentração populacional nos grandes centros urbanos oferecia cada vez mais oportunidades econômicas, dizia a 'Economist'
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A jornalista Rachel Glickhouse, blogueira do @riogringa, afirma:
"A cobertura negativa é inevitável em qualquer megaevento. Mas também é parte da realidade da mídia. Em geral, os editores buscam histórias que receberão cliques e venderão jornais e várias vezes eles se focam em problemas. Por outro lado, veículos na Europa e nos Estados Unidos aparecem já esperando que as coisas estejam mal. Recentemente eu fiz uma matéria que foi rejeitada porque foi considerada "muito previsível" para um lugar como o Brasil.
Esse tipo de apuração internacional é inevitável quando um país sedia um evento global. O problema é que às vezes os brasileiros são sensíveis às críticas estrangeiras e rejeitam a cobertura negativa simplesmente porque ela vem de fora. Mas não há muito espaço para o "complexo de vira-latas" quando o mundo inteiro está assistindo, do contrário você pode acabar ficando louco.
Você pode ver esse tipo de reação quando a imprensa brasileira menciona reportagens publicadas pelo jornal The New York Times, por exemplo. Depois da reportagem de ontem deles sobre a Baía de Guanabara, eu vi manchetes brasileiras usando palavras como "ataque" e "crítica" para descrever a cobertura. Isso acontece sempre." -
Sobre a postura ideal para um correspondente internacional no Brasil, Rachel Glickhouse, blogueira do @riogringa, sugere:
"A tática para capturar uma visão independente varia muito. Falando por minha experiência no Brasil, eu tento olhar para temas que a mídia estrangeira não dá atenção ou focar numa parte de uma história conhecida que não esteja sendo coberta pela imprensa. Eu acho que a melhor coisa se fazer é ouvir cuidadosamente o que os brasileiros estão dizendo e pensando, seja nas ruas, nas redes sociais ou entre amigos. Além disso, conhecer o idioma é muito importante num lugar como o Brasil, onde você pode perder coisas na tradução." -
Andrew Downie, correspondente da Reuters no Brasil, responde:
"Não, eu acho que vai ser um sucesso. Brasileiros são amistosos e todo fã de futebol no mundo quer ver a copa aqui. O problema é o planejamento, a execução e as promessas não cumpridas. Os brasileiros vão pagar a conta!" -
O #salasocial de hoje termina por aqui. Agradecemos a participação de todos aqueles que enviaram perguntas e pedimos desculpas pelas que não puderam ser respondidas nessas mais de quatro horas ao vivo. Continuem participando e mandem suas críticas e sugestões pelas redes sociais com a hashtag #salasocial.
fonte; bbc brasil
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