Tragédia em mina pode, segundo correspondente da BBC, ser um teste para o premiê turco
A polícia nas cidades de Ancara e Istambul, na Turquia, usaram bombas de gás e canhões de água para controlar milhares de manifestantes que protestavam contra a explosão de uma mina na quarta-feira, em que ao menos 274 pessoas morreram.
15/05/2014
Os manifestantes pediam a renúncia do governo após o desastre – o pior do tipo na história do país.
Também houve conflitos na cidade de Soma, próxima à mina de carvão, durante a visita do primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan. Revoltados, parentes e amigos das vítimas cercaram o carro do premiê, gritando e tentando agredi-lo.
Equipes de resgate trabalham de forma intensa no local da tragédia. Cerca de 450 trabalhadores foram resgatados, de acordo com a operadora da mina, mas outras dezenas deles ainda estão desaparecidos. Acredita-se que um total de 787 mineiros estivessem no local no momento do acidente.
No entanto, nenhum sobrevivente foi retirado nas últimas horas. "Em relação à operação de resgate, posso dizer que nossas esperanças estão diminuindo", disse o ministro da Energi, Taner Yildiz, que está em Soma.
Ele afirmou que o incêndio provocado pela explosão continua queimando o interior da mina, mesmo 18 horas depois do acidente. O ar lá dentro está cheio de fumaça, e as mortes estão sendo provocadas por inalação do monóxido de carbono.
Vaias e chutes
Formatos alternativos
Segundo a mídia local, os manifestantes em Soma chutaram o carro de Erdogan e gritaram frases pedindo sua saída, logo após o premiê dar uma entrevista coletiva.
Ele foi vaiado assim que saiu do carro e, cercado por seus guarda-costas, teve de se refugiar em uma loja.
Já na capital Ancara, cerca de 800 pessoas marcharam da uma universidade até o Ministério da Energia para prostestar contra a tragédia. A polícia usou bombas de gás para tentar dispersar a multidão.
Os protestos em Istambul ocorreram na sede da empresa Soma Holding, responsável pela mina.
Erdogan também enfrentou críticas nas mídias sociais e foi chamado de insensível, após citar vários acidentes com minas no mundo, incluindo um na Grã-Bretanha ocorrido no século 19, para defender a atuação do governo turco nesse setor.
"Vamos investigar todos os aspectos desse desastre e não vamos permitir nenhum tipo de negligência", disse Erdogan.
Desespero
O enviado da BBC a Soma, James Reynolds, disse que a tragédia é uma espécie de teste para a reputação de Erdogan. Ele lembrou que o governo anterior perdeu uma eleição por ter sido considerado inapto ao lidar com um terremoto, em 1999.
Segundo o correspondente, familiares dos mineiros estão em peso no hospital da cidade e dizem que não vão deixar o local até receberem informações.
"Meu filho ia se aposentar daqui a dois meses", dizia uma idosa, aos prantos, no hospital de Soma.
Reynolds contou que enquanto alguns dos familiares permaneciam sentados, encarando o chão, outros choravam copiosamente. De tempos em tempos, paramédicos passavam com alguém que havia desmaiado.
"Essas pessoas estavam simplesmente desesperadas por alguma informação sobre os mineiros presos. E não tinham outro lugar para ir."
Segurança
Os partidos opositores no país criticaram os níveis de segurança da mina, embora o governo tenha afirmado que as inspeções periódicas estavam em dia.
No local da tragédia, as equipes de resgate não estavam conseguindo retirar o gás preso no local, o que aumenta os perigos de novas explosões.
A explosão que causou a tragédia foi provocada por uma falha elétrica, e por isso muitos dos elevadores usados pelos mineiros pararam de funcionar, fazendo com que muitos não conseguissem deixar a mina.
Os que ficaram soterrados - entre eles os possíveis sobreviventes - estariam presos a cerca de 4 km da entrada da mina, a cerca de 2 km de profundidade. Oxigênio está sendo bombeado para o interior evitar que os operários morram sufocados.FONTE;BBC BRASIL
Os manifestantes pediam a renúncia do governo após o desastre – o pior do tipo na história do país.
Também houve conflitos na cidade de Soma, próxima à mina de carvão, durante a visita do primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan. Revoltados, parentes e amigos das vítimas cercaram o carro do premiê, gritando e tentando agredi-lo.
Equipes de resgate trabalham de forma intensa no local da tragédia. Cerca de 450 trabalhadores foram resgatados, de acordo com a operadora da mina, mas outras dezenas deles ainda estão desaparecidos. Acredita-se que um total de 787 mineiros estivessem no local no momento do acidente.
No entanto, nenhum sobrevivente foi retirado nas últimas horas. "Em relação à operação de resgate, posso dizer que nossas esperanças estão diminuindo", disse o ministro da Energi, Taner Yildiz, que está em Soma.
Ele afirmou que o incêndio provocado pela explosão continua queimando o interior da mina, mesmo 18 horas depois do acidente. O ar lá dentro está cheio de fumaça, e as mortes estão sendo provocadas por inalação do monóxido de carbono.
Vaias e chutes
Formatos alternativos
Segundo a mídia local, os manifestantes em Soma chutaram o carro de Erdogan e gritaram frases pedindo sua saída, logo após o premiê dar uma entrevista coletiva.
Ele foi vaiado assim que saiu do carro e, cercado por seus guarda-costas, teve de se refugiar em uma loja.
Já na capital Ancara, cerca de 800 pessoas marcharam da uma universidade até o Ministério da Energia para prostestar contra a tragédia. A polícia usou bombas de gás para tentar dispersar a multidão.
Os protestos em Istambul ocorreram na sede da empresa Soma Holding, responsável pela mina.
Erdogan também enfrentou críticas nas mídias sociais e foi chamado de insensível, após citar vários acidentes com minas no mundo, incluindo um na Grã-Bretanha ocorrido no século 19, para defender a atuação do governo turco nesse setor.
"Vamos investigar todos os aspectos desse desastre e não vamos permitir nenhum tipo de negligência", disse Erdogan.
Desespero
O enviado da BBC a Soma, James Reynolds, disse que a tragédia é uma espécie de teste para a reputação de Erdogan. Ele lembrou que o governo anterior perdeu uma eleição por ter sido considerado inapto ao lidar com um terremoto, em 1999.
Segundo o correspondente, familiares dos mineiros estão em peso no hospital da cidade e dizem que não vão deixar o local até receberem informações.
"Meu filho ia se aposentar daqui a dois meses", dizia uma idosa, aos prantos, no hospital de Soma.
Reynolds contou que enquanto alguns dos familiares permaneciam sentados, encarando o chão, outros choravam copiosamente. De tempos em tempos, paramédicos passavam com alguém que havia desmaiado.
"Essas pessoas estavam simplesmente desesperadas por alguma informação sobre os mineiros presos. E não tinham outro lugar para ir."
Segurança
Os partidos opositores no país criticaram os níveis de segurança da mina, embora o governo tenha afirmado que as inspeções periódicas estavam em dia.
No local da tragédia, as equipes de resgate não estavam conseguindo retirar o gás preso no local, o que aumenta os perigos de novas explosões.
A explosão que causou a tragédia foi provocada por uma falha elétrica, e por isso muitos dos elevadores usados pelos mineiros pararam de funcionar, fazendo com que muitos não conseguissem deixar a mina.
Os que ficaram soterrados - entre eles os possíveis sobreviventes - estariam presos a cerca de 4 km da entrada da mina, a cerca de 2 km de profundidade. Oxigênio está sendo bombeado para o interior evitar que os operários morram sufocados.FONTE;BBC BRASIL
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