Top Ten do Mensageiro Sideral, 2013
o Mensageiro Sideral
faz uma seleção dos dez acontecimentos mais importantes no espaço.
Confira abaixo, em ordem crescente de importância, as notícias que mais
chamaram a atenção em todo o Universo!
10 – Satélite sino-brasileiro sobe no telhado
A comunidade espacial do Patropi esperava ansiosamente o lançamento do satélite Cbers-3, o quarto em uma série de cinco feitos em parceria com a China. E pagou o preço por esperar tanto esse lançamento, marcado para 9 de dezembro de 2013, em vez de diversificar seus interesses. O foguete chinês Longa Marcha-4B falhou, interrompendo a queima de combustível 11 segundos antes do esperado. Em vez de entrar em órbita, o satélite caiu de volta na Terra, enterrando com ele quase R$ 300 milhões de investimento nacional.
02/01/2014
Houve quem quisesse culpar a qualidade do lançador chinês, mas o histórico era o melhor possível: 34 tentativas e 34 sucessos. A verdade é que lançadores de satélites são veículos altamente complexos e qualquer coisinha que dá errado geralmente resulta em perda da missão. Para a China, foi uma perda menor. Só em 2013, eles fizeram 19 lançamentos ao espaço. Mas para o piadista programa espacial brasileiro, foi a perda do único ovo que tínhamos na cesta. É como dizem por aí, não se pode fazer uma omelete se você derruba o único ovo que tem no chão e ele se espatifa.
9 – Tudo pronto para o Censo da Via Láctea
A Agência Espacial Europeia (ESA) esteve com tudo no ano que passou. Um dos momentos mais marcantes foi o lançamento do satélite Gaia, feito com sucesso em 19 de dezembro. A “missão de 1 bilhão de dólares”, como é chamada pelos próprios europeus, fará um censo detalhado da Via Láctea, estudando trajetória, características e velocidade de cerca de 1 bilhão de estrelas. Considerando que nossa galáxia inteira tem entre 100 bilhões e 200 bilhões de estrelas, estamos falando de uma amostra bem significativa. Além de revelar em detalhes a estrutura da nossa galáxia, o Gaia fará muito mais: seus dados ajudarão em estudos que vão desde os componentes básicos do Universo até a busca por asteroides ameaçadores à Terra, passando pela caça a planetas fora do Sistema Solar. É uma missão tão empolgante que em breve o Mensageiro Sideral voltará a falar sobre ela. Afinal, 2013 foi apenas o começo.
8 – O ano das novas
O céu do hemisfério Sul teve duas visitantes inesperadas, com o aparecimento de duas estrelas até então invisíveis a olho nu. A primeira nova surgiu em agosto na constelação do Golfinho, e a segunda apareceu em dezembro, na constelação do Centauro. Essa última foi ainda mais fácil de encontrar, visível sem ajuda de instrumentos até mesmo sob o poluído céu das grandes cidades. Elas são chamadas de “novas” porque os antigos astrônomos acreditavam que elas se tratavam de astros até então inexistentes que passavam a brilhar. Na verdade, são estrelas velhas e pequenas (as chamadas anãs brancas) que consomem material de uma vizinha próxima até atingir massa crítica para uma explosão. É isso que as torna visíveis. Elas são versões em miniatura das famosas supernovas, só que menos raras e menos violentas. Ainda assim, suficientemente incomuns para tornar 2013, com suas duas novas no hemisfério Sul, um ano especial.
7 – O Universo ficou um pouquinho mais velho
O outro grande sucesso da ESA no ano foi a divulgação dos primeiros resultados do satélite europeu Planck, destinado a medir com altíssima precisão as flutuações da chamada radiação cósmica de fundo (um “ruído” em micro-ondas que emana de todas as partes do cosmos e é uma espécie de eco eletromagnético do Big Bang). A primeira análise dos dados revelou que o Universo é ainda um pouquinho mais velho do que se pensava: 13,82 bilhões de anos. (Antes, com base no satélite WMAP, da Nasa, falava-se em 13,77 bilhões de anos.) O melhor, contudo, ainda está por vir, quando os dados do Planck serão usados para testar algumas hipóteses mais radicais, como uma que sugere que havia um outro Universo antes do Big Bang! Trata-se de um lembrete apetitoso de que a ciência é uma aventura em andamento.
6 – Notícias de Marte
O planeta vermelho decerto é um dos lugares mais agitados do Sistema Solar. O jipe Curiosity, da Nasa, que chegou lá em 2012, passou o ano trabalhando duro em busca de sinais de química orgânica no solo marciano. Nesse sentido, o trabalho foi frustrante. Seguindo na trilha deixada no ano anterior, o jipe encontrou poucos sinais de compostos essenciais à vida em Marte. Nem mesmo a detecção de metano na atmosfera, esperada com base em medições feitas do espaço, foi confirmada. Em compensação, o jipe encontrou sinais de um lago potencialmente habitável que existiu 4 bilhões de anos atrás no planeta vermelho. Para onde foi toda essa água que no passado estava na superfície marciana? A Nasa pretende encontrar as respostas com a sonda orbitadora Maven, lançada em novembro de 2013. No momento ela faz a travessia do espaço interplanetário que separa a Terra de Marte. Enquanto isso, os indianos lançaram ao espaço sua primeira sonda marciana: a MOM (Mars Orbiter Mission), informalmente chamada de Mangalyaan, ainda não entrou em órbita marciana, mas já é tida como um grande sucesso do programa indiano. Note que eles lançaram a Marte uma espaçonave usando seus próprios meios — do lançador ao centro de lançamento. A Índia está inspirando seus cidadãos, que hoje podem se orgulhar de adentrar o seleto rol dos países que exploram o Sistema Solar. Enquanto isso, no país do futebol…
5 – O céu caiu sobre nossas cabeças
Em 15 de fevereiro de 2013, uma imensa bola de fogo assustou os moradores de Tcheliabinsk, na Rússia. O asteroide de 19 metros de diâmetro explodiu na atmosfera e feriu centenas de pessoas, principalmente pela onda de choque que quebrou vidros de janelas numa área habitada por mais de 1 milhão de pessoas. Em novembro, o esforço combinado de três grupos de cientistas revelou alguns dos segredos desse impacto, como o fato de que ele é mais comum (mas menos ameaçador) do que antes se imaginava. Os pesquisadores também conseguiram identificar a potencial origem do bólido — possivelmente parte de um asteroide maior, com 2,2 km de diâmetro. É mais um aviso de que há coisas perigosas lá fora e a única maneira de estarmos preparados é desenvolvendo programas robustos de monitoramento de asteroides. Além, é claro, de estudos sobre como desviar esses bólidos celestes, caso algum deles pretenda travar um contato imediato com o povo da Terra…
4 – O cometa (mais esquisito) do século
Descoberto no ano passado, o Ison foi a vedete da astronomia no ano que passou. Amadores com telescópios de fundo de quintal se juntaram a uma flotilha de espaçonaves espalhadas pelo Sistema Solar para registrar a passagem do cometa pelas redondezas do Sol. Esperava-se um espetáculo, que motivou o apelido de “cometa do século”, mas o que se viu foi algo bem diferente: um astro de comportamento irregular, que combinava muito tempo sem aumento de brilho com rápidas explosões de atividade. Ao passar a 1,2 milhão de km do Sol, em novembro, esperava-se que o cometa, caso sobrevivesse ao encontro, pudesse até ser visível a olho nu durante o dia! Acabou que ele não sobreviveu (tentativas recentes de encontrar o que restou dele com o Telescópio Espacial Hubble fracassaram) e deixou todo mundo frustrado. Mas foi incrível como ele mobilizou os terráqueos, que prenderam a respiração enquanto satélites transmitiam ao vivo a passagem do Ison pelas redondezas do Sol. Valeu pela torcida.
3 – Espaço, a fronteira final
Foi neste ano que os cientistas confirmaram que a sonda Voyager-1, no espaço desde 1977, finalmente deixou a heliosfera — região do espaço em que as partículas emanadas pelo Sol predominam sobre a radiação vinda do espaço interestelar. Segundo os cálculos, a Voyager-1 cruzou essa fronteira em 25 de agosto de 2012. A sonda agora está 125 vezes mais longe do Sol que a Terra. Embora ela já seja nossa primeira viajante interestelar, ninguém deve se animar com o que ela encontrará pela frente. Nos últimos 36 anos, ela viajou um milésimo de um ano-luz. O sistema estelar mais próximo, Alfa Centauri, fica a 4,3 anos-luz. Ainda assim, o legado do projeto Voyager decerto transcende as fronteiras do nosso pequeno cantinho no Universo. A espaçonave, destinada a viajar para sempre pela Via Láctea, é o monumento mais duradouro à estranha espécie que no momento está no topo da cadeia alimentar no terceiro planeta ao redor do Sol.
2 – Kepler: não estamos sós no Universo
Após mais de três anos de coleta de dados, o satélite caçador de planetas Kepler, da Nasa, pifou. As tentativas de repará-lo remotamente, realizadas em agosto, fracassaram, encerrando sua missão original. Agora, os cientistas trabalham com a possibilidade de usá-lo de outra forma, ainda para caçar planetas, mas sem a mesma capacidade de outrora. Embora mais uns aninhos de operação em seu modo original fossem mais do que desejáveis, o Kepler deixou para trás incríveis resultados. Pela primeira vez, astrônomos foram capazes de calcular com que frequência planetas similares à Terra orbitam à distância certa de estrelas similares ao Sol para permitir a existência de vida. E os resultados são muito animadores: 22% das estrelas de tipo solar têm mundos do porte terrestre em uma região potencialmente habitável do sistema planetário, em que água pode ser conservada em estado líquido. Se você quiser ser mais radical, e buscar gêmeos virtuais do nosso planeta, irá encontrá-los em 5,7% das estrelas de tipo solar. Uma continha rápida: cerca de 25% das estrelas da Via Láctea se enquadram nessa categoria. Se adotarmos o número conservador de 100 bilhões de estrelas na Via Láctea, temos 25 bilhões de sóis. Considerando que apenas 5,7% dessas estrelas têm gêmeos terrestres, estamos falando de 1,4 bilhão de Terras na nossa Via Láctea. Mesmo que a chance de desenvolver vida seja muito pequena — 1 em 1 milhão, digamos), ainda teríamos 1.400 planetas com vida em nossa galáxia! Por meio de estatísticas, acabamos de responder à famosa pergunta: “Estamos sós no Universo?”
1 – Momento Sputnik do ano: China na Lua
Se o satélite Kepler nos ensinou sobre a chance de haver mais alguém lá fora, o programa espacial chinês está falando uma coisa ou duas sobre nosso destino. Mesmo sem uma Guerra Fria para impulsionar a expansão para além da órbita terrestre, os chineses mostram um plano claro e consistente de exploração e uso dos recursos naturais disponíveis na Lua e em outros corpos celestes. Enquanto os americanos patinam na lama, sem rumo, a China mostrou que, com menos recursos, mas acompanhados de gestão estratégica, é possível tomar a dianteira da exploração. É claro que o jipe Yutu, que foi à Lua a bordo da nave Chang’e-3, ainda é bem menos sofisticado do que os que a Nasa envia a Marte — um destino muito mais difícil de atingir. Contudo, os chineses estão revelando uma estratégia clara que culminará com o envio de astronautas à Lua na próxima década. Os americanos, em compensação, têm um programa tripulado “zumbi”, a essa altura, que está indo, mas não sabe nem onde. A proposta de capturar e visitar um asteroide não colou, e falta visão estratégica ao programa americano. Especula-se que a chegada chinesa à Lua “desperte o gigante”, da mesma forma que aconteceu após o lançamento do Sputnik, pela União Soviética, em 1957. Se isso vai ou não ocorrer, ninguém sabe. Mas o que fica claro é que, independentemente de quem liderará o esforço, os seres humanos estão destinados a colonizar o espaço.
Fonte;uol Isso definitivamente faz o Mensageiro Sideral esperar por um 2014 ainda mais espetacular. Até lá!
10 – Satélite sino-brasileiro sobe no telhado
A comunidade espacial do Patropi esperava ansiosamente o lançamento do satélite Cbers-3, o quarto em uma série de cinco feitos em parceria com a China. E pagou o preço por esperar tanto esse lançamento, marcado para 9 de dezembro de 2013, em vez de diversificar seus interesses. O foguete chinês Longa Marcha-4B falhou, interrompendo a queima de combustível 11 segundos antes do esperado. Em vez de entrar em órbita, o satélite caiu de volta na Terra, enterrando com ele quase R$ 300 milhões de investimento nacional.
02/01/2014
Houve quem quisesse culpar a qualidade do lançador chinês, mas o histórico era o melhor possível: 34 tentativas e 34 sucessos. A verdade é que lançadores de satélites são veículos altamente complexos e qualquer coisinha que dá errado geralmente resulta em perda da missão. Para a China, foi uma perda menor. Só em 2013, eles fizeram 19 lançamentos ao espaço. Mas para o piadista programa espacial brasileiro, foi a perda do único ovo que tínhamos na cesta. É como dizem por aí, não se pode fazer uma omelete se você derruba o único ovo que tem no chão e ele se espatifa.
9 – Tudo pronto para o Censo da Via Láctea
A Agência Espacial Europeia (ESA) esteve com tudo no ano que passou. Um dos momentos mais marcantes foi o lançamento do satélite Gaia, feito com sucesso em 19 de dezembro. A “missão de 1 bilhão de dólares”, como é chamada pelos próprios europeus, fará um censo detalhado da Via Láctea, estudando trajetória, características e velocidade de cerca de 1 bilhão de estrelas. Considerando que nossa galáxia inteira tem entre 100 bilhões e 200 bilhões de estrelas, estamos falando de uma amostra bem significativa. Além de revelar em detalhes a estrutura da nossa galáxia, o Gaia fará muito mais: seus dados ajudarão em estudos que vão desde os componentes básicos do Universo até a busca por asteroides ameaçadores à Terra, passando pela caça a planetas fora do Sistema Solar. É uma missão tão empolgante que em breve o Mensageiro Sideral voltará a falar sobre ela. Afinal, 2013 foi apenas o começo.
8 – O ano das novas
O céu do hemisfério Sul teve duas visitantes inesperadas, com o aparecimento de duas estrelas até então invisíveis a olho nu. A primeira nova surgiu em agosto na constelação do Golfinho, e a segunda apareceu em dezembro, na constelação do Centauro. Essa última foi ainda mais fácil de encontrar, visível sem ajuda de instrumentos até mesmo sob o poluído céu das grandes cidades. Elas são chamadas de “novas” porque os antigos astrônomos acreditavam que elas se tratavam de astros até então inexistentes que passavam a brilhar. Na verdade, são estrelas velhas e pequenas (as chamadas anãs brancas) que consomem material de uma vizinha próxima até atingir massa crítica para uma explosão. É isso que as torna visíveis. Elas são versões em miniatura das famosas supernovas, só que menos raras e menos violentas. Ainda assim, suficientemente incomuns para tornar 2013, com suas duas novas no hemisfério Sul, um ano especial.
7 – O Universo ficou um pouquinho mais velho
O outro grande sucesso da ESA no ano foi a divulgação dos primeiros resultados do satélite europeu Planck, destinado a medir com altíssima precisão as flutuações da chamada radiação cósmica de fundo (um “ruído” em micro-ondas que emana de todas as partes do cosmos e é uma espécie de eco eletromagnético do Big Bang). A primeira análise dos dados revelou que o Universo é ainda um pouquinho mais velho do que se pensava: 13,82 bilhões de anos. (Antes, com base no satélite WMAP, da Nasa, falava-se em 13,77 bilhões de anos.) O melhor, contudo, ainda está por vir, quando os dados do Planck serão usados para testar algumas hipóteses mais radicais, como uma que sugere que havia um outro Universo antes do Big Bang! Trata-se de um lembrete apetitoso de que a ciência é uma aventura em andamento.
6 – Notícias de Marte
O planeta vermelho decerto é um dos lugares mais agitados do Sistema Solar. O jipe Curiosity, da Nasa, que chegou lá em 2012, passou o ano trabalhando duro em busca de sinais de química orgânica no solo marciano. Nesse sentido, o trabalho foi frustrante. Seguindo na trilha deixada no ano anterior, o jipe encontrou poucos sinais de compostos essenciais à vida em Marte. Nem mesmo a detecção de metano na atmosfera, esperada com base em medições feitas do espaço, foi confirmada. Em compensação, o jipe encontrou sinais de um lago potencialmente habitável que existiu 4 bilhões de anos atrás no planeta vermelho. Para onde foi toda essa água que no passado estava na superfície marciana? A Nasa pretende encontrar as respostas com a sonda orbitadora Maven, lançada em novembro de 2013. No momento ela faz a travessia do espaço interplanetário que separa a Terra de Marte. Enquanto isso, os indianos lançaram ao espaço sua primeira sonda marciana: a MOM (Mars Orbiter Mission), informalmente chamada de Mangalyaan, ainda não entrou em órbita marciana, mas já é tida como um grande sucesso do programa indiano. Note que eles lançaram a Marte uma espaçonave usando seus próprios meios — do lançador ao centro de lançamento. A Índia está inspirando seus cidadãos, que hoje podem se orgulhar de adentrar o seleto rol dos países que exploram o Sistema Solar. Enquanto isso, no país do futebol…
5 – O céu caiu sobre nossas cabeças
Em 15 de fevereiro de 2013, uma imensa bola de fogo assustou os moradores de Tcheliabinsk, na Rússia. O asteroide de 19 metros de diâmetro explodiu na atmosfera e feriu centenas de pessoas, principalmente pela onda de choque que quebrou vidros de janelas numa área habitada por mais de 1 milhão de pessoas. Em novembro, o esforço combinado de três grupos de cientistas revelou alguns dos segredos desse impacto, como o fato de que ele é mais comum (mas menos ameaçador) do que antes se imaginava. Os pesquisadores também conseguiram identificar a potencial origem do bólido — possivelmente parte de um asteroide maior, com 2,2 km de diâmetro. É mais um aviso de que há coisas perigosas lá fora e a única maneira de estarmos preparados é desenvolvendo programas robustos de monitoramento de asteroides. Além, é claro, de estudos sobre como desviar esses bólidos celestes, caso algum deles pretenda travar um contato imediato com o povo da Terra…
4 – O cometa (mais esquisito) do século
Descoberto no ano passado, o Ison foi a vedete da astronomia no ano que passou. Amadores com telescópios de fundo de quintal se juntaram a uma flotilha de espaçonaves espalhadas pelo Sistema Solar para registrar a passagem do cometa pelas redondezas do Sol. Esperava-se um espetáculo, que motivou o apelido de “cometa do século”, mas o que se viu foi algo bem diferente: um astro de comportamento irregular, que combinava muito tempo sem aumento de brilho com rápidas explosões de atividade. Ao passar a 1,2 milhão de km do Sol, em novembro, esperava-se que o cometa, caso sobrevivesse ao encontro, pudesse até ser visível a olho nu durante o dia! Acabou que ele não sobreviveu (tentativas recentes de encontrar o que restou dele com o Telescópio Espacial Hubble fracassaram) e deixou todo mundo frustrado. Mas foi incrível como ele mobilizou os terráqueos, que prenderam a respiração enquanto satélites transmitiam ao vivo a passagem do Ison pelas redondezas do Sol. Valeu pela torcida.
3 – Espaço, a fronteira final
Foi neste ano que os cientistas confirmaram que a sonda Voyager-1, no espaço desde 1977, finalmente deixou a heliosfera — região do espaço em que as partículas emanadas pelo Sol predominam sobre a radiação vinda do espaço interestelar. Segundo os cálculos, a Voyager-1 cruzou essa fronteira em 25 de agosto de 2012. A sonda agora está 125 vezes mais longe do Sol que a Terra. Embora ela já seja nossa primeira viajante interestelar, ninguém deve se animar com o que ela encontrará pela frente. Nos últimos 36 anos, ela viajou um milésimo de um ano-luz. O sistema estelar mais próximo, Alfa Centauri, fica a 4,3 anos-luz. Ainda assim, o legado do projeto Voyager decerto transcende as fronteiras do nosso pequeno cantinho no Universo. A espaçonave, destinada a viajar para sempre pela Via Láctea, é o monumento mais duradouro à estranha espécie que no momento está no topo da cadeia alimentar no terceiro planeta ao redor do Sol.
2 – Kepler: não estamos sós no Universo
Após mais de três anos de coleta de dados, o satélite caçador de planetas Kepler, da Nasa, pifou. As tentativas de repará-lo remotamente, realizadas em agosto, fracassaram, encerrando sua missão original. Agora, os cientistas trabalham com a possibilidade de usá-lo de outra forma, ainda para caçar planetas, mas sem a mesma capacidade de outrora. Embora mais uns aninhos de operação em seu modo original fossem mais do que desejáveis, o Kepler deixou para trás incríveis resultados. Pela primeira vez, astrônomos foram capazes de calcular com que frequência planetas similares à Terra orbitam à distância certa de estrelas similares ao Sol para permitir a existência de vida. E os resultados são muito animadores: 22% das estrelas de tipo solar têm mundos do porte terrestre em uma região potencialmente habitável do sistema planetário, em que água pode ser conservada em estado líquido. Se você quiser ser mais radical, e buscar gêmeos virtuais do nosso planeta, irá encontrá-los em 5,7% das estrelas de tipo solar. Uma continha rápida: cerca de 25% das estrelas da Via Láctea se enquadram nessa categoria. Se adotarmos o número conservador de 100 bilhões de estrelas na Via Láctea, temos 25 bilhões de sóis. Considerando que apenas 5,7% dessas estrelas têm gêmeos terrestres, estamos falando de 1,4 bilhão de Terras na nossa Via Láctea. Mesmo que a chance de desenvolver vida seja muito pequena — 1 em 1 milhão, digamos), ainda teríamos 1.400 planetas com vida em nossa galáxia! Por meio de estatísticas, acabamos de responder à famosa pergunta: “Estamos sós no Universo?”
1 – Momento Sputnik do ano: China na Lua
Se o satélite Kepler nos ensinou sobre a chance de haver mais alguém lá fora, o programa espacial chinês está falando uma coisa ou duas sobre nosso destino. Mesmo sem uma Guerra Fria para impulsionar a expansão para além da órbita terrestre, os chineses mostram um plano claro e consistente de exploração e uso dos recursos naturais disponíveis na Lua e em outros corpos celestes. Enquanto os americanos patinam na lama, sem rumo, a China mostrou que, com menos recursos, mas acompanhados de gestão estratégica, é possível tomar a dianteira da exploração. É claro que o jipe Yutu, que foi à Lua a bordo da nave Chang’e-3, ainda é bem menos sofisticado do que os que a Nasa envia a Marte — um destino muito mais difícil de atingir. Contudo, os chineses estão revelando uma estratégia clara que culminará com o envio de astronautas à Lua na próxima década. Os americanos, em compensação, têm um programa tripulado “zumbi”, a essa altura, que está indo, mas não sabe nem onde. A proposta de capturar e visitar um asteroide não colou, e falta visão estratégica ao programa americano. Especula-se que a chegada chinesa à Lua “desperte o gigante”, da mesma forma que aconteceu após o lançamento do Sputnik, pela União Soviética, em 1957. Se isso vai ou não ocorrer, ninguém sabe. Mas o que fica claro é que, independentemente de quem liderará o esforço, os seres humanos estão destinados a colonizar o espaço.
Fonte;uol Isso definitivamente faz o Mensageiro Sideral esperar por um 2014 ainda mais espetacular. Até lá!
Geen opmerkings nie:
Plaas 'n opmerking