Indústria não é autorizada a operar drones sem homologação, afirma Anac.
AGX, de SP, diz que já ingressou com processo para regularizar o trabalho.
A empresa AGX Tecnologia, de São Carlos, no interior de São Paulo, começou a oferecer em abril o serviço de locação de "drones", como são chamados os veículos aéreos não tripulados (vant, na sigla em português). A empresa também está fazendo uma promoção para a venda de aviões-robô no estilo "pague um, leve dois".
03/04/2013
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que regulamenta o setor, diz que é proibida a operação de aeronaves sem homologação e que, "até o momento, não foi procurada pela empresa (AGX) para registro dos vants".
As possíveis irregularidades serão averiguadas e, se for o caso, as ações fiscalizatórias pertinentes serão tomadas"
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)
Todo avião que eu vendo, eu oriento o cliente a procurar a Anac para registrar"
Adriano Kancelkis, diretor da AGX Tecnologia
Vant Arara custa R$ 180 mil (Foto: AGX/Divulgação)
O uso comercial civil de aviões-robô no país não é autorizado pela Anac, pois ainda não há uma legislação sobre o tema. Somente dois aviões não tripulados civis – usados pela Polícia Federal – são certificados e podem estar em operação. Um levantamento inédito divulgado pelo G1 no dia 25 de março, no entanto, apontou que mais de 200 aviões não tripulados voam nos céus do país sem regras definidas.
A agência informou que não proíbe a produção, mas que irá apurar o caso da AGX. "As possíveis irregularidades serão averiguadas e, se for o caso, as ações fiscalizatórias pertinentes serão tomadas".
A empresa afirma que os compradores são orientados a procurar a Anac para regularização dos equipamentos. "Estou em processo de certificação de dois modelos com a Anac desde outubro. E estamos aguardando o resultado. Todo avião que eu vendo, eu oriento o cliente a procurar a Anac para registrar", diz o diretor da AGX, Adriano Kancelkis.
"Vamos tanto fazer o aluguel do avião por períodos maiores, como um mês ou até um ano – e quem quiser operar terá que fazer o curso –, quanto estamos prestando serviço: vamos ao local, fazemos o voo, a filmagem e toda a análise", afirmou Kancelkis.
Vant Ararinha é dado de brinde para quem comprar
aviões-robô (Foto: AGX/Divulgação)
Outra promoção da empresa é no estilo "pague um, leve dois". Na compra de um drone do modelo Tiriba, de R$ 60 mil, o cliente leva outro avião-robô do modelo Ararinha, de menor porte. Já quem comprar um vant Arara II, que custa R$ 180 mil, ganhará dois Ararinhas de presente.
Movido a gasolina de aviação, o Arara tem autonomia de até 7 horas e leva até 5 kg de equipamentos. Já o Tibira é um drone elétrico que tem 2 metros de envergadura e pode voar até 40 minutos, com peso médio de 4 kg.
"Queremos difundir o produto, que é feito 100% com tecnologia nacional. Temos no estoque hoje 20 unidades de cada um dos dois modelos (o Tiriba e o Arara), e o contrato para locação pode ser negociado ao gosto do freguês", diz Kancelkis.
saiba mais
Polêmicos e revolucionários, mais de
200 'drones' voam no país sem regra
Indústria pedirá em reunião que Anac libere
voo de 'drones' de menor porte
Número de voos com 'drones' dobra, mas
só duas unidades têm certificado
Segurança da Copa 2014 terá 'drones' da
FAB e PF; Exército estuda compra
Limitação de voo
Além de certificação, os aviões também precisam de autorização da Aeronáutica para cada voo. Para isso, é necessário expedir uma notificação, chamada de Notam, que avisa os pilotos de aviões tripulados a região sobre a qual o avião-robô estará voando.
Isso porque, no Brasil, o espaço aéreo de drones e aviões e helicópteros tripulados não é compartilhado. Um avião-robô só pode voar em espaço aéreo segregado – com altitude, área e períodos delimitados – para que não haja risco de acidentes.
Aulas de pilotagem
A AGX também irá realizar, a partir de maio, três cursos sobre operação com drones, um deles sobre pilotagem.
Segundo a Anac, a empresa também não é autorizada a ensinar pilotos a operar drones. Isso porque também não há ainda no Brasil uma definição sobre quais conhecimentos técnicos um piloto de drone deve ter.
A Anac informou que sugere "ao proprietário que queira operar qualquer aeronave deste tipo entre em contato com a Anac para saber quais os procedimentos necessários para registro, tendo em vista que o assunto continua em estudo pela agência".
Segundo Adriano Kancelkis, a AGX vai esperar o governo definir os critérios didáticos de pilotagem de drones para ter o curso autorizado pela Anac.
Pressão da indústria
Nesta quinta-feira (4), representantes de 15 empresas que produzem vants no país irão se reunir com a Anac para discutir uma legislação sobre o tema. A objetivo do setor é classificar os diferentes tipos de vants e flexibilizar as regras de operação para modelos de menor porte.
Querendo lucrar, depois dos investimentos de mais de R$ 100 milhões nos últimos anos, a Associação Brasileira de Indústria de Defesa (Abimde) entregou à Anac um requerimento pressionando a agência a permitir voos com fins comerciais e até que vants operem sobre cidades, duas coisas que não são autorizadas atualmente.
As empresas brasileiras querem ainda que os aviões não tripulados de até 7 kg possam voar sem certificação e sem expedir notificação à Aeronáutica.
A chegada dos 'drones'
Os drones – zangão ou zumbido, em inglês – desempenham funções que antes dependiam de aviões e helicópteros tripulados, buscando maior eficiência e alcance, redução de custo e mais segurança (veja nos vídeos ao lado drones em ação no Brasil e voos dos dois tipos mais comuns).
A nova tecnologia virou polêmica nos Estados Unidos e em todo o mundo depois que o país desenvolveu avançados modelos armados e passou a usar regularmente os "aviões-robôs" para destruir alvos no Oriente Médio. Milhares de pessoas já foram mortas em ataques de drones, muitas delas inocentes, todas sem julgamento ou chance de defesa. Entre membros da Organização das Nações Unidas (ONU), a preocupação é de que mais países passem a utilizar os drones como arma, numa escalada das mortes à distância.
Apesar de popularizado pela controversa utilização militar, é o uso civil dos drones que pode transformar inúmeros serviços.
Com formatos e tamanhos variados, o número de máquinas voadoras controladas remotamente deve crescer em ritmo acelerado nos próximos anos no país e no mundo, devido à facilidade de voo, ao baixo custo e às inovações tecnológicas preparadas para cada modelo, como uso de câmeras, filmadores, sensores de raio-x, entre outros.fonte;g1
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que regulamenta o setor, diz que é proibida a operação de aeronaves sem homologação e que, "até o momento, não foi procurada pela empresa (AGX) para registro dos vants".
As possíveis irregularidades serão averiguadas e, se for o caso, as ações fiscalizatórias pertinentes serão tomadas"
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)
Todo avião que eu vendo, eu oriento o cliente a procurar a Anac para registrar"
Adriano Kancelkis, diretor da AGX Tecnologia
Vant Arara custa R$ 180 mil (Foto: AGX/Divulgação)
O uso comercial civil de aviões-robô no país não é autorizado pela Anac, pois ainda não há uma legislação sobre o tema. Somente dois aviões não tripulados civis – usados pela Polícia Federal – são certificados e podem estar em operação. Um levantamento inédito divulgado pelo G1 no dia 25 de março, no entanto, apontou que mais de 200 aviões não tripulados voam nos céus do país sem regras definidas.
A agência informou que não proíbe a produção, mas que irá apurar o caso da AGX. "As possíveis irregularidades serão averiguadas e, se for o caso, as ações fiscalizatórias pertinentes serão tomadas".
A empresa afirma que os compradores são orientados a procurar a Anac para regularização dos equipamentos. "Estou em processo de certificação de dois modelos com a Anac desde outubro. E estamos aguardando o resultado. Todo avião que eu vendo, eu oriento o cliente a procurar a Anac para registrar", diz o diretor da AGX, Adriano Kancelkis.
"Vamos tanto fazer o aluguel do avião por períodos maiores, como um mês ou até um ano – e quem quiser operar terá que fazer o curso –, quanto estamos prestando serviço: vamos ao local, fazemos o voo, a filmagem e toda a análise", afirmou Kancelkis.
Vant Ararinha é dado de brinde para quem comprar
aviões-robô (Foto: AGX/Divulgação)
Outra promoção da empresa é no estilo "pague um, leve dois". Na compra de um drone do modelo Tiriba, de R$ 60 mil, o cliente leva outro avião-robô do modelo Ararinha, de menor porte. Já quem comprar um vant Arara II, que custa R$ 180 mil, ganhará dois Ararinhas de presente.
Movido a gasolina de aviação, o Arara tem autonomia de até 7 horas e leva até 5 kg de equipamentos. Já o Tibira é um drone elétrico que tem 2 metros de envergadura e pode voar até 40 minutos, com peso médio de 4 kg.
"Queremos difundir o produto, que é feito 100% com tecnologia nacional. Temos no estoque hoje 20 unidades de cada um dos dois modelos (o Tiriba e o Arara), e o contrato para locação pode ser negociado ao gosto do freguês", diz Kancelkis.
saiba mais
Polêmicos e revolucionários, mais de
200 'drones' voam no país sem regra
Indústria pedirá em reunião que Anac libere
voo de 'drones' de menor porte
Número de voos com 'drones' dobra, mas
só duas unidades têm certificado
Segurança da Copa 2014 terá 'drones' da
FAB e PF; Exército estuda compra
Limitação de voo
Além de certificação, os aviões também precisam de autorização da Aeronáutica para cada voo. Para isso, é necessário expedir uma notificação, chamada de Notam, que avisa os pilotos de aviões tripulados a região sobre a qual o avião-robô estará voando.
Isso porque, no Brasil, o espaço aéreo de drones e aviões e helicópteros tripulados não é compartilhado. Um avião-robô só pode voar em espaço aéreo segregado – com altitude, área e períodos delimitados – para que não haja risco de acidentes.
Aulas de pilotagem
A AGX também irá realizar, a partir de maio, três cursos sobre operação com drones, um deles sobre pilotagem.
Segundo a Anac, a empresa também não é autorizada a ensinar pilotos a operar drones. Isso porque também não há ainda no Brasil uma definição sobre quais conhecimentos técnicos um piloto de drone deve ter.
A Anac informou que sugere "ao proprietário que queira operar qualquer aeronave deste tipo entre em contato com a Anac para saber quais os procedimentos necessários para registro, tendo em vista que o assunto continua em estudo pela agência".
Segundo Adriano Kancelkis, a AGX vai esperar o governo definir os critérios didáticos de pilotagem de drones para ter o curso autorizado pela Anac.
Pressão da indústria
Nesta quinta-feira (4), representantes de 15 empresas que produzem vants no país irão se reunir com a Anac para discutir uma legislação sobre o tema. A objetivo do setor é classificar os diferentes tipos de vants e flexibilizar as regras de operação para modelos de menor porte.
Querendo lucrar, depois dos investimentos de mais de R$ 100 milhões nos últimos anos, a Associação Brasileira de Indústria de Defesa (Abimde) entregou à Anac um requerimento pressionando a agência a permitir voos com fins comerciais e até que vants operem sobre cidades, duas coisas que não são autorizadas atualmente.
As empresas brasileiras querem ainda que os aviões não tripulados de até 7 kg possam voar sem certificação e sem expedir notificação à Aeronáutica.
A chegada dos 'drones'
Os drones – zangão ou zumbido, em inglês – desempenham funções que antes dependiam de aviões e helicópteros tripulados, buscando maior eficiência e alcance, redução de custo e mais segurança (veja nos vídeos ao lado drones em ação no Brasil e voos dos dois tipos mais comuns).
A nova tecnologia virou polêmica nos Estados Unidos e em todo o mundo depois que o país desenvolveu avançados modelos armados e passou a usar regularmente os "aviões-robôs" para destruir alvos no Oriente Médio. Milhares de pessoas já foram mortas em ataques de drones, muitas delas inocentes, todas sem julgamento ou chance de defesa. Entre membros da Organização das Nações Unidas (ONU), a preocupação é de que mais países passem a utilizar os drones como arma, numa escalada das mortes à distância.
Apesar de popularizado pela controversa utilização militar, é o uso civil dos drones que pode transformar inúmeros serviços.
Com formatos e tamanhos variados, o número de máquinas voadoras controladas remotamente deve crescer em ritmo acelerado nos próximos anos no país e no mundo, devido à facilidade de voo, ao baixo custo e às inovações tecnológicas preparadas para cada modelo, como uso de câmeras, filmadores, sensores de raio-x, entre outros.fonte;g1
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