A história DO brasileiro espião executado na Torre de Londres durante a 1º Grande Guerra MUNDIAL




Retrato de Fernando Bushman, fuzilado na Torre de Londres durante a 1º Grande Guerra MUNDIAL.


Uma equipe da Rádio 3 da BBC recriou poeticamente os últimos momentos na vida do brasileiro Fernando Buschman, executado na Torre de Londres durante a 1ª Guerra Mundial.

O violinista, engenheiro e comerciante de origem alemã tinha 25 anos. Ele foi condenado à morte por espionagem.

13/11/2012

Etíope que lutou com EUA lembra 'capítulo esquecido' da Guerra da Coreia


Capitão Mamo Habtewold
O capitão Mamo Habtewold tem orgulho da participação da Etiópia na Guerra da Coreia
Esta é a história pouco conhecida de um oficial etíope condecorado pelos Estados Unidos por sua imensa bravura. Ela se passou há 60 anos, quando a Etiópia entrou em guerra. Não na África, mas do outro lado do mundo, na Coreia.
Em 1951, o imperador etíope, Haile Selassie, decidiu enviar milhares de soldados para integrar as forças da ONU que, lideradas pelos Estados Unidos, lutavam ao lado da Coreia do Sul contra os comunistas norte-coreanos e aliada China.
Os chamados batalhões Kagnew pertenciam ao corpo dos Guarda-Costas Imperiais - a tropa de elite da Etiópia.
O capitão Mamo Habtewold, hoje com 81 anos de idade, era na época um jovem tenente do Terceiro Batalhão Kagnew.
Em entrevista à BBC, ele disse que se lembra com clareza do dia em que deixou a Etiópia para ir lutar no outro lado do mundo. O próprio imperador veio se despedir das tropas.
"Quando um batalhão partia para a Coreia, ele sempre vinha pessoalmente, fazia um discurso e dava a cada batalhão uma bandeira", contou. "Ele determinou que trouxéssemos a bandeira de volta".

Três mil anos de independência

Quando a Etiópia foi invadida pela Itália, em 1935, Haile Selassie havia condenado a Liga das Nações por sua não intervenção no conflito. Anos mais tarde, como aliado fiel dos Estados Unidos, o imperador quis dar um exemplo.
"Nosso rei, Haile Selassie, era um grande defensor do princípio da segurança coletiva. E quando a ONU pediu a ele (que enviasse) tropas para a Coreia, ele aceitou sem questionar", explicou Mamo.
O próprio Mamo estava 'louco para ir', especialmente após o retorno, em 1953, do primeiro batalhão etíope enviado à Coreia.
"Todos voltaram da Coreia se gabando, então, todo mundo queria lutar".
Os etíopes lutaram como parte da 7ª Divisão dos Estados Unidos. O Exército americano havia, muito recentemente, eliminado a segregação racial entre as tropas.
Mas, para Mamo, segregação racial não era um problema: "A Etiópia tem uma história de três mil anos como país independente. Nós etíopes éramos orgulhosos e nos gabávamos de ser etíopes. Não nos importávamos com essa questão de cor. Os americanos não nos chamavam de negros porque ficaríamos com raiva". (O uso do termo negro, tradução literal de nigger, em referência à raça negra é considerado ofensivo em países de língua inglesa.)
E Mamo tem orgulho da participação da Etiópia na Guerra da Coreia.
"Éramos os melhores combatentes. Os três batalhões etíopes lutaram em 253 batalhas e nenhum soldado etíope foi feito prisioneiro na Guerra da Coreia", contou.
"Esse era o mote etíope: Nunca seja capturado no campo de batalha".
O mote dos soldados africanos seria colocado a duras provas.

Cercados pelo Inimigo

Em 1953, enquanto as negociações de paz se arrastavam, ambas as facções tentavam fortalecer sua posição nas negociações ao brigar pelo controle de uma área árida e montanhosa situada logo após um dos trechos ocupados pela ONU.
A 7ª Divisão americana, que incluía o batalhão Kagnew, foi encarregada de defender uma dessas montanhas, apelidada de Pork Chop Hill.
Uma noite, em maio de 1953, Mamo liderava uma pequena patrulha que desceu do topo da montanha para inspecionar as terras abaixo. Ele não suspeitava de que sua patrulha estava prestes a ser alvo de uma grande ofensiva chinesa.
"Éramos 14 etíopes e um americano na nossa patrulha. Mais tarde, foi escrito que lutamos contra 300 soldados chineses - um homem contra 20".
Quatro integrantes da patrulha foram mortos, incluindo o americano. Todos os outros foram feridos.

O Exército de Selassie na Guerra da Coreia

A Etiópia enviou três batalhões com 1.200 homens cada um
Os soldados pertenciam ao corpo dos Guarda-Costas Imperiais
O primeiro batalhão Kagnew chegou à Coreia em maio de 1951
Ele foi incorporado à 7ª Divisão de Infantaria
Os etíopes participaram de uma série de missões, inclusive a Batalha de Pork Chop Hill
Perdas: 121 mortos, 536 feridos
"Eles tentaram levar meu operador de rádio como prisioneiro, mas eu matei o soldado chinês e salvei aquele homem. Uma hora, vieram acabar conosco quando estávamos todos feridos, eu tinha uma granada e os matei. Foi muito duro".
A luta continuou, com interrupções, durante toda a noite. Isolado, com seus homens feridos, Mamo sabia que não conseguiriam aguentar por muito mais tempo.
"Fui ferido várias vezes, estava cansado, exausto, e perdi a consciência duas vezes. A coisa mais importante era encontrar um rádio para contactar a artilharia americana. Mas meus três rádios tinham sido destruídos."
"Eu dei minha pistola a um soldado para que ele me desse cobertura enquanto eu procurava por um rádio. Desmaiei de novo e tive medo de ser capturado. Queria me matar. Mas quando ordenei ao soldado que devolvesse minha pistola, ele se recusou."
"Não dê (a pistola) a ele", os outros soldados disseram.
Então, Mamo decidiu continuar a lutar.
"Procurei por uma arma de um dos homens mortos e, quando os chineses atacavam, eu atirava. Quando as coisas se aquietavam, eu procurava um rádio", contou.
Ele acabou encontrando um rádio. Chamou a artilharia americana, que pôs fim à ofensiva chinesa. Reforços foram enviados e, sob uma cobertura de fumaça, seus homens feridos foram resgatados.
De volta à base, Mamo era o único da patrulha ainda em pé.
"Todos foram para o hospital. Eu fui o único a retornar para o alojamento. É como um homem que está vivendo com sua família e, de repente, a família inteira está morta e ele retorna para uma casa vazia - foi assim que me senti. Senti tanto por eles, fiquei muito deprimido".

Guerra na Coreia

Forças da Coreia do Norte invadem o sul - 25 de junho de 1950
Resolução da ONU condena a invasão - 26 de junho de 1950
A Etiópia é um entre 15 países a enviar tropas
Um armistício põe fim aos embates - 27 de julho de 1953
Por seus atos, Mamo recebeu a mais elevada honraria militar existente na Etiópia. E os americanos lhe deram uma Estrela de Prata por sua bravura em combate.
Mais de três mil etíopes lutaram na Guerra da Coreia, mais de 120 foram mortos, mais de 500 foram feridos. Os sobreviventes retornaram a Addis Abeba, capital do país, como heróis.
"Foi realmente um grande dia. Especialmente, quando voltamos da Coreia, trouxemos nossos soldados mortos. Addis Abeba estava lotada de gente. Metade chorava, metade celebrava", Mamo contou.
Depois da guerra, Mamo foi promovido a capitão. Ele foi forçado a deixar o Exército em 1960, no período que sucedeu uma tentativa de golpe por membros do corpo dos Guarda-Costas Imperiais.
Ele acabou fazendo carreira como homem de negócios e administrador.
Neste ano, o governo da Coreia do Sul anunciou que daria aposentadoria aos veteranos etíopes sobreviventes da Guerra na Coreia. Mamo ainda espera retornar à Coreia do Sul uma última vez e visitar o lugar onde se tornou um herói de guerra etíope.fonte;bbc brasil

Historiador decifra 'carisma' de Hitler e vê paralelos em mundo hoje


Poucos teriam previsto, com base nas características pessoais de Hitler, que ele seria capaz de formar uma conexão tão forte com milhões de pessoas. Até hoje, muitos se perguntam como foi possível que um tipo esquisito, com tantos defeitos e inadequações, conquistasse o poder em um país como a Alemanha, em pleno coração da Europa. Pois o caso do líder alemão é um importante aviso para o mundo moderno.
A ascensão de Adolf Hitler tem suas raízes não apenas nas circunstâncias históricas do período - em particular, a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial e a depressão econômica do início da década de 1930 - como também na forma de sua liderança
E é este aspecto do fenômeno Hitler que torna sua história tão relevante para nossas vidas hoje.

Adolf Hitler

Hitler nasceu no dia 20 de abril de 1889 em Braunau-am-Inn, na fronteira entre Áustria e Alemanha
Deiixou a escola aos 16 anos sem qualificações e lutou para sobreviver como pintor em Viena
Alistou-se no Exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial, sendo ferido e condecorado
Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores alemão, de inclineçôes fascistas, em 1919
Em 1921, tornou-se líder do Partido dos Trabalhadores, agora, efetivamente, o Partido Nazista
Nas eleições de 1932, os nazistas se tornaram o maior partido no parlamento alemão
Em setembro de 1939, com a invasão da Polônia, inicia-se a Segunda Guerra Mudianl
Suicidou-se em Berlim no dia 30 de abril de 1945
Fonte: BBC History
De Artista a Ditador
Hitler foi o arquétipo do líder carismático. Não era um político "normal" - alguém que promete medidas como impostos menores ou melhor sistema de saúde -, mas quase um líder religioso, que oferece metas espirituais, como redenção e salvação. Hitler acreditava estar predestinado a algo grandioso. Ele chamava isso de "providência".
Antes da Primeira Guerra Mundial, era um joão-ninguém, um sujeito estranho, que não conseguia formar relacionamentos íntimos, incapaz de participar de uma discussão intelectual e cheio de raiva e preconceito.
Mas, quando fazia discursos para o povo após a derrota da Alemanha na Primeira Guerra, suas fraquezas eram percebidas como qualidades.
O ódio que sentia ecoava os sentimentos de milhares de alemães que, sentindo-se humilhados pelos termos do Tratado de Versalhes, buscavam um bode expiatório.
Sua falta de talento para debates era vista como um sinal de caráter, sua recusa em bater papo, a marca de um "grande homem" que vivia em um mundo à parte.
E, acima de tudo, estava o fato de que Hitler descobriu que era capaz de se conectar com sua audiência. Isso, que muitos chamam de "carisma", formou a base do seu futuro sucesso.
"O homem emanava um carisma tal que as pessoas acreditavam em qualquer coisa que ele dizia", disse Emil Klein, que ouviu Hitler falar na década de 1920.
Mas Hitler não hipnotizava a audiência. Nem todos sentiam essa conexão. Você tinha de estar predisposto a acreditar no que ele dizia para poder vivenciar essa conexão com ele. Muitos que ouviram discursos de Hitler nesse período achavam que ele era um idiota.
"Eu senti uma aversão imediata a ele por causa da sua voz estridente", disse Herbert Richter, um veterano alemão da Primeira Guerra Mundial que conheceu Hitler em Munique na década de 1920.
"Ele berrava ideias políticas realmente simples. Achei que ele não era muito normal"
Quando a economia da Alemanha ia bem, no período entre 1925 e o final da década, Hitler era considerado carismático apenas por um punhado de fanáticos. Na eleição de 1928, os nazistas conseguiram apenas 2,6% dos votos.
Em menos de cinco anos, no entanto, Adolf Hitler viria a ocupar o posto de chanceler da Alemanha, líder do partido político mais popular do país.
O que mudou foi a situação econômica. A quebra da bolsa em Nova York, nos Estados Unidos, em 1929, deixou milhares de desempregados e vários bancos falidos na Alemanha.
"O povo estava realmente com fome", disse Jutta Ruediger, que começou a apoiar os nazistas nessa época. "Foi muito, muito duro. Nesse contexto, Hitler, com suas verdades, parecia ser o portador da salvação".
Ela disse que olhou para Hitler e, de repente, sentiu uma conexão com ele.
"Eu tinha a sensação de que aqui estava um homem que não pensava em si próprio e em suas vantagens pessoais, mas somente no bem do povo alemão".
Paralelos Históricos
Hitler disse a milhões de alemães que eles eram arianos e, portanto, "especiais". Que eram, racialmente, um povo "melhor" do que os outros, algo que ajudou a cimentar a conexão carismática entre o líder e os liderados.
Ele não escondeu do eleitorado seu ódio, seu desprezo pela democracia ou sua crença no uso da violência para alcançar objetivos políticos. Um detalhe crucial, no entanto, era que ele falava contra inimigos definidos cuidadosamente, como comunistas e judeus.
Uma vez que a maioria dos alemães comuns não se encaixava nesses grupos e, desde que essa maioria abraçasse o novo mundo nazista, o alemão comum estava relativamente livre de perseguições. Pelo menos até os alemães começarem a perder a guerra.
Essa história é importante para nós hoje. Não apenas porque nos oferece "lições", mas porque a História pode conter avisos.
Em uma crise econômica, milhões de pessoas decidiram se voltar para um líder pouco convencional que, na opinião deles, tinha "carisma". Um líder que se conectava com seus medos, esperanças e desejo latente de culpar os outros pela situação difícil que viviam.
O resultado disso foi desastroso para milhões de pessoas.
Quando Hitler assumiu o poder, o índice de desemprego na Alemanha era 30%. Hoje, na Grécia, ele é 25,1%. E está subindo.
É irônico que, recentemente, a chanceler alemã Angela Merkel tenha sido saudada em Atenas por gregos irados, carregando cartazes com suásticas, protestando contra o que consideram ser uma interferência indevida da Alemanha em seu país.
Irônico porque é na Grécia - em meio a uma terrível crise econômica - que observamos a ascensão repentina de um movimento político que se gaba de sua intolerância e desejo de perseguir minorias - o Aurora Dourada.
O movimento é liderado por um homem que alega não ter havido câmaras de gás em Auschwitz. Pode existir um aviso mais sério do que esse?
fonte;bbc brasil O historiador Laurence Rees é autor de seis livros sobre a Segunda Guerra Mundial.

Entenda os desafios que aguardam a nova liderança chinesa EM 2012




Lideranças que assumem o comando da China terão o desafio de mudar modelo econômico


Uma série de desafios aguarda a nova liderança da China, que está sendo escolhida a portas fechadas no Congresso do Partido Comunista da China.

O Congresso, iniciado na semana passada, deve se encerrar nesta semana com a confirmação de Xi Jinping como novo presidente do país e com a nova configuração do Politburo do partido.

13/11/2012

curiosidade oculta ONU 'falhou' em proteger civis na guerra do Sri Lanka, diz relatório interno


A ONU "fracassou" em sua função de proteger os civis do Sri Lanka nos últimos meses da guerra civil do país (1983-2009), aponta o rascunho de um relatório interno das Nações Unidas obtido pela BBC.
"Eventos (ocorridos) no Sri Lanka apontam um grave fracasso da ONU em responder adequadamente a avisos prévios (...) durante as fases finais do conflito", diz o relatório.
A guerra civil no país asiático deixou ao menos 100 mil mortos, mas não se sabe ao certo quantas pessoas morreram nos últimos meses do conflito. Estimativas da ONU dão conta de 40 mil mortos em apenas cinco meses. Trata-se de uma das guerras mais sangrentas das últimas décadas.
Tanto o governo quanto o grupo rebelde separatista Tigres Tâmeis são acusados de crimes de guerra.
A investigação interna da ONU foi liderada por Charles Petrie (ex-oficial do órgão), que disse que o "penúltimo" rascunho do relatório (ao qual a BBC teve acesso) "reflete as descobertas do painel (investigativo)". Ele está em Nova York para apresentar suas conclusões ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
A ONU não comenta relatórios vazados, mas fontes dentro das Nações Unidas dizem que Ban pretende publicar o relatório sobre o Sri Lanka, para que este sirva como "aprendizado" para ações futuras em casos de grandes crises humanitárias.fonte;bbc brasil