Os violentos confrontos entre opositores e partidários do presidente do Egito, Mohamed Mursi, deixaram cinco mortos e 350 feridos na noite desta quarta-feira (5), em meio a disparos de armas de fogo e coquetéis molotov lançados na zona do Palácio Presidencial no Cairo, aprofundando a crise política no país.
Quatro manifestantes foram mortos por disparos de armas de fogo na região do Palácio, no bairro de Heliópolis, segundo informou nesta quinta-feira o chefe dos serviços de segurança, Mohamed Soltane, e a agência oficial Mena.
Quatro manifestantes foram mortos por disparos de armas de fogo na região do Palácio, no bairro de Heliópolis, segundo informou nesta quinta-feira o chefe dos serviços de segurança, Mohamed Soltane, e a agência oficial Mena.
06/12/2012
Ainda de acordo com a agência, a quinta vítima morreu no hospital Machiyet el-Bakri após receber um disparo de escopeta no peito.
Mursi, segundo um assessor, pretende discursar ainda hoje e abrir o diálogo com a oposição.
Para conter os protestos que ocorrem desde a semana passada na capital, pelo menos quatro tanques foram estacionados do lado de fora do palácio presidencial hoje.
Três veículos blindados de transporte de carga também estavam do lado de fora do palácio. A violência que começou na quarta-feira à tarde e voltou a se repetir na manhã desta quinta deu uma trégua depois e as ruas estavam calmas.
Crise no Egito
Foto 1 de 200 - 6.dez.2012 - Soldados egípcios instalar cerca de arame farpado em volta do palácio presidencial, no Cairo, para proteger o local de confrontos entre apoiadores e opositores do presidente Mohamed Mursi Hassan Ammar/AP
Os soldados estavam identificados em seus uniformes como membros da Guarda Republicana, cuja função inclui proteger o presidente.
O tráfego estava fluindo normalmente apesar das pedras no meio das ruas que foram lançadas durante os conflitos. Centenas de apoiadores de Mursi ainda estavam no local, muitos cobertos com mantas e alguns lendo o Alcorão.
"Viemos para apoiar o presidente Mursi e suas decisões. Ele é o presidente eleito do Egito", disse Emad Abou Salem, de 40 anos. "Ele tem legitimidade, e ninguém mais tem."
Os partidários do presidente islamita, convocados a se manifestar pela Irmandade Muçulmana, jogaram pedras e obrigaram os opositores a abandonar o lugar, após a oposição mobilizar milhares de pessoas na terça-feira em frente ao Palácio para denunciar a ampliação dos poderes de Mursi e o referendo sobre o projeto de Constituição.
Mohamed ElBaradei, chefe da Frente de Salvação Nacional (FSN), culpou Mohamed Mursi pelas hostilidades desta quarta-feira e disse que "o regime perde legitimidade dia após dia".
"Não participaremos de nenhum diálogo enquanto não for anulada a declaração constitucional (...). A revolução não foi feita para isso, foi feita por princípios, pela liberdade e pela democracia", disse ElBaradei, referindo-se à revolta popular que pôs fim ao regime de Hosni Mubarak em fevereiro de 2011.
"O presidente Mursi tem que ouvir ao povo, que tem uma voz clara e forte. Não há legitimidade na exclusão da maioria do povo, não há legitimidade no fato de deixar um grupo dominar o povo egípcio", destacou ElBaradei, ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e prêmio Nobel da Paz.
Centenas de opositores de Mursi passaram a noite na Praça Tahrir, em dezenas de barracas montadas desde o dia 23 de novembro. Eles denunciam a guinada autoritária do presidente e pedem a anulação do decreto que amplia consideravelmente seus poderes e também protestam contra um projeto de Constituição, que será submetido a referendo em 15 de dezembro, porque consideram que abre caminho para uma aplicação ainda mais rígida da lei islâmica e não dá garantias suficientes para proteger os direitos fundamentais, entre eles a liberdade de expressão.
A consulta será realizada "na data prevista", afirmou o vice-presidente egípcio, Mahmud Mekki à imprensa. Ele pediu que a oposição deixe por escrito as suas críticas para que possam ser examinadas.
O presidente egípcio assegura que estas medidas são destinadas a acelerar a transição democrática, e insiste que seus poderes excepcionais, que devem terminar com a aprovação da Constituição, são apenas "temporários".
A Frente de Saudação Nacional - coalizão de partidos e movimentos de oposição dirigida pelo ex-chefe da AIEA Mohamed ElBaradei e pelo ex-chefe da Liga Árabe Amr Moussa - exige que Mursi anule o decreto e o referendo. Ela pede a formação de uma nova comissão constituinte mais representativa da sociedade, já que a atual é dominada por islamitas.
Os protestos desta quarta-feira também levaram à renúncia de três assessores de Mursi. Deixaram o governo Amr Al Laythi, Seif Abdel Fattah e Ayman Al Sayyad. No total, seis assessores diretos renunciaram aos cargos desde 22 de novembro. A equipe de conselheiros de Mursi é formada por 17 pessoas.fonte;uol
Ainda de acordo com a agência, a quinta vítima morreu no hospital Machiyet el-Bakri após receber um disparo de escopeta no peito.
Mursi, segundo um assessor, pretende discursar ainda hoje e abrir o diálogo com a oposição.
Para conter os protestos que ocorrem desde a semana passada na capital, pelo menos quatro tanques foram estacionados do lado de fora do palácio presidencial hoje.
Três veículos blindados de transporte de carga também estavam do lado de fora do palácio. A violência que começou na quarta-feira à tarde e voltou a se repetir na manhã desta quinta deu uma trégua depois e as ruas estavam calmas.
Crise no Egito
Foto 1 de 200 - 6.dez.2012 - Soldados egípcios instalar cerca de arame farpado em volta do palácio presidencial, no Cairo, para proteger o local de confrontos entre apoiadores e opositores do presidente Mohamed Mursi Hassan Ammar/AP
Os soldados estavam identificados em seus uniformes como membros da Guarda Republicana, cuja função inclui proteger o presidente.
O tráfego estava fluindo normalmente apesar das pedras no meio das ruas que foram lançadas durante os conflitos. Centenas de apoiadores de Mursi ainda estavam no local, muitos cobertos com mantas e alguns lendo o Alcorão.
"Viemos para apoiar o presidente Mursi e suas decisões. Ele é o presidente eleito do Egito", disse Emad Abou Salem, de 40 anos. "Ele tem legitimidade, e ninguém mais tem."
Os partidários do presidente islamita, convocados a se manifestar pela Irmandade Muçulmana, jogaram pedras e obrigaram os opositores a abandonar o lugar, após a oposição mobilizar milhares de pessoas na terça-feira em frente ao Palácio para denunciar a ampliação dos poderes de Mursi e o referendo sobre o projeto de Constituição.
Mohamed ElBaradei, chefe da Frente de Salvação Nacional (FSN), culpou Mohamed Mursi pelas hostilidades desta quarta-feira e disse que "o regime perde legitimidade dia após dia".
"Não participaremos de nenhum diálogo enquanto não for anulada a declaração constitucional (...). A revolução não foi feita para isso, foi feita por princípios, pela liberdade e pela democracia", disse ElBaradei, referindo-se à revolta popular que pôs fim ao regime de Hosni Mubarak em fevereiro de 2011.
"O presidente Mursi tem que ouvir ao povo, que tem uma voz clara e forte. Não há legitimidade na exclusão da maioria do povo, não há legitimidade no fato de deixar um grupo dominar o povo egípcio", destacou ElBaradei, ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e prêmio Nobel da Paz.
Centenas de opositores de Mursi passaram a noite na Praça Tahrir, em dezenas de barracas montadas desde o dia 23 de novembro. Eles denunciam a guinada autoritária do presidente e pedem a anulação do decreto que amplia consideravelmente seus poderes e também protestam contra um projeto de Constituição, que será submetido a referendo em 15 de dezembro, porque consideram que abre caminho para uma aplicação ainda mais rígida da lei islâmica e não dá garantias suficientes para proteger os direitos fundamentais, entre eles a liberdade de expressão.
A consulta será realizada "na data prevista", afirmou o vice-presidente egípcio, Mahmud Mekki à imprensa. Ele pediu que a oposição deixe por escrito as suas críticas para que possam ser examinadas.
O presidente egípcio assegura que estas medidas são destinadas a acelerar a transição democrática, e insiste que seus poderes excepcionais, que devem terminar com a aprovação da Constituição, são apenas "temporários".
A Frente de Saudação Nacional - coalizão de partidos e movimentos de oposição dirigida pelo ex-chefe da AIEA Mohamed ElBaradei e pelo ex-chefe da Liga Árabe Amr Moussa - exige que Mursi anule o decreto e o referendo. Ela pede a formação de uma nova comissão constituinte mais representativa da sociedade, já que a atual é dominada por islamitas.
Os protestos desta quarta-feira também levaram à renúncia de três assessores de Mursi. Deixaram o governo Amr Al Laythi, Seif Abdel Fattah e Ayman Al Sayyad. No total, seis assessores diretos renunciaram aos cargos desde 22 de novembro. A equipe de conselheiros de Mursi é formada por 17 pessoas.fonte;uol
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